26 - Ridícula

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Heeeey

Eu disse que dessa vez iria demorar um pouco menos hehehe

Boa leitura, beijinhos da Imbigo!!!

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Quando Lis acordou, sentia a cabeça pesar como se carregasse uma tonelada de areia dentro do crânio e o menor movimento a fazia se remexer causando dores em pontadas cruéis. A boca estava tão seca que os pedaços de pele descamavam dos lábios em uma ardência incômoda que a fazia querer voltar a dormir com alguma esperança de não ter que acordar novamente dentro daquele pesadelo.

Porém, a dor não deixou, incomodava tanto que resolveu abrir os olhos, sentindo tudo se intensificar.

-Droga. – Murmurou baixinho, com o cenho franzido, estranhando o quarto pequeno no qual se encontrava. Estava em uma cama de solteiro e do outro lado enxergava uma outra cama além do pequeno guarda roupas. O coração acelerou por alguns segundos, não reconhecia aquele local e não se lembrava de muita coisa da noite anterior, isso fez desespero correr por suas veias ao tentar imaginar o que tinha feito, e o pior, o que poderiam ter feito com ela.

Pensava em sair correndo quando a porta se abriu e seu coração voltou a bater com normalidade ao avistar uma Caliandra sorridente aproximar da cama com leve preocupação nos olhos. Era ela, estava com ela, sentia-se salva de suas próprias irresponsabilidades.

-Oi, bom dia, está sentindo muita dor? – Perguntou baixinho, aproximando com um copo de água e um comprimido que foi deixado em sua mão com cuidado.

Apenas balançou a cabeça em confirmação, ainda experimentado alívio intenso, nunca tinha chegado a perder a memória a respeito de uma noite de sua vida, aquilo realmente tinha a deixado apavorada.

Quando Caliandra fez menção de afastar, a puxou para a cama até que estivesse sentada e então a abraçou com força deitando a cabeça em seu colo. O cheiro gostoso natural de sua pele ajudava a apaziguar mais ainda seu corpo agitado, então respirou fundo, empurrando o nariz no calor do colo dela.

A garota deve ter ficado confusa, pois demorou alguns segundos até senti-la reagir, tocando as mãos macias em seu cabelo e ombros em um carinho tranqulizador.

-Não está com fome? Acho que se comer algo vai se sentir melhor. – Ela disse após alguns minutos naquela posição.

Lis não se moveu, estava com medo, medo de si mesma, de suas ações e do que estava fazendo com a própria vida, estava com medo de sair daquele quarto e esquecer sobre o medo, estava com medo de voltar a fazer aquilo, de voltar a se levar a um estado de esquecimento por alguns minutos de inconsciência sobre o que estava sentindo.

Queria apenas poder ficar ali, poder se dar ao luxo de não pensar em nada e de não se preocupar com nada além do carinho oferecido pela de óculos.

-Lis.... – Caliandra falou baixinho, em uma voz preocupada. – Tudo bem?

Depois, quando pensou sobre aquele momento, aquele momento em específico, quando ainda estava amedrontada e vulnerável, com suas barreiras tão frágeis a ponto de quase deixar Caliandra entrar, chegou a conclusão de que ficou a centímetros de realmente se abrir e talvez se o tivesse feito teria tido a de óculos ao seu lado incentivando que procurasse ajuda, talvez tivessem conseguido aquilo juntas.

Mas não o fez....

Quando abriu a boca para falar, as palavras voltaram a força por sua garganta, engoliu cada letra pontiaguda enfiando a força peito a dentro mesmo que aquilo descesse cortando e machucando.

Quando falou, o que disse saiu frio e sem vida, apenas afirmou que estava bem sem realmente estar.

Não queria ser aquela pessoa, mas era. Conseguir confiar suas fraquezas a alguém estava além de suas possibilidades naquele momento, mesmo que fosse Caliandra. Tinha vergonha e não conseguia superá-la.

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