33 - Tênis

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HEEEEEY SERUMANINHOS

Queria avisar que Sapucaia terá 40 capítulos, ainda falta um bocadinho, mas não quero pegar ninguém de surpresa hehehe

Esse está uma delicinha, boa leitura, beijinhos da Imbigo!!!

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CALIANDRA

Não me lembrava de quando havia caído no sono, mas definitivamente me lembrava dos minutos antes disso acontecer.

Lembrava de como Lis envolveu meu corpo com carinho como se realmente me adorasse e precisasse me tocar daquela forma, lembro de como senti que poderia tê-la deitada em meu peito uma noite inteira e lembrava principalmente da maneira como me olhou.

Seus olhos estavam derretidos em um verde claro brilhante, intensos e cheios de sentimentos tão óbvios que era quase como se ela falasse em voz alta. Fez meu peito queimar e minha língua coçar de um jeito quase insuportável. Eu quase esqueci que ainda estava indecisa.

Quase....

Mas a lembrança voltou muito rapidamente quando acordei sozinha em sua cama.

O sentimento amargo e a queimação em meu peito eram quase familiares, Lis sempre fugia, até mesmo quando eu deixei claro que não precisávamos ir um centímetro além ela teve necessidade de fugir como se precisasse ter certeza de que aquilo não se tornaria outra coisa.

Levantei de sua cama indo direto ao bilhete descansando no móvel encostado na parede ao lado da cama. A letra bonita de Lis era inconfundível e eu queria um pouco rasgar aquele pedaço maldito de papel, mas estava curiosa para saber sua desculpa do dia, chegava a rir amargamente me perguntando o motivo para ainda me deixar atrair por aquela mulher maldita.

"Precisei sair e não quis te acordar, desculpe. Pode usar qualquer uma das minhas roupas se precisar, deixei o café da manhã pronto para você e o taxista que sempre fica na frente do prédio está te esperando com a corrida paga para te deixar em casa, deixei avisado que não vai aparecer no laboratório pela manhã e pela tarde se decidir assim (vantagens de dormir com a chefe, yupi!!!). Qualquer coisa que precisar, pode me ligar. Pantera insistiu para ficar na cama com você pela manhã quando abri a porta, espero que ela não te acorde."

Fiquei alguns segundos olhando para a parede depois de ler aquele bilhete. Sem saber o que pensar, desviei os olhos para a cama apenas percebendo naquele momento que Pantera estava muito bem instalada bem ao lado do travesseiro que eu dormia antes. Aquela cachorra só podia ter batido a cabeça bem forte em algum lugar, não conseguia entender como ela tinha saído de ódio mortal para um afeto tão grande pela minha pessoa.

-Bom dia. - Falei alto, me sentindo culpada quando seu corpinho se moveu assustado. Ao contrário do que pensei, ela não rosnou ou tentou me morder, seu rabinho minúsculo balançava enquanto ela aproximava com um sorriso horripilante me cheirando com animação.

Até mesmo esfregou seu corpinho magrelo na lateral do meu braço antes de virar a barriga para cima esperando algum carinho.

Eu mantinha minhas sobrancelhas unidas olhando aquela cara de pau que havia me mordido tantas vezes, simplesmente me pedir por carinho, mas acabei não resistindo, deslizando os dedos por sua barriguinha em um carinho que ela recebeu alegremente.

-Sua mãe é uma ordinária. - Falei brava. Pantera levantou e correu animada pela cama, pulando em mim algumas vezes como se estivesse feliz em me ter ali. - Não adianta tentar limpar a barra dela, aquela dali não vale uma farinha de mandioca puba.

Pantera latiu de maneira aguda e eu balancei minha cabeça, por que eu estava falando com ela? Eu e Pantera ainda não éramos amigas, ela ainda precisava me conquistar.

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