23 - Sem Teto

1K 148 545
                                    

HEEEEY

Como está a vida?

Eu me diverti bastante com a parte do passado nesse capítulo e no último, escrever sobre o interior e essas peculiaridades de ter família enorme tem um gostinho muito bom no meu cérebro. Vi que algumas pessoas se identificaram hahahaha

Boa leitura, beijos da Imbigo

-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-

O segundo dia em Corrente foi todo sobre Caliandra ao redor da avó que insistia que já estava boa o suficiente para levantar e fazer seus afazeres na casa, o que fazia com que a neta não afastasse um segundo sequer sempre tentando adivinhar o que a avó queria para se adiantar e fazer primeiro, a fim de economizar as energias da senhorinha. É claro que aquilo estava irritando Dona Margarida, a senhora gostava muito de sua independência e sempre acabava acertando Caliandra com um pano de prato ou qualquer outra coisa ao alcance das mãos, tentando fazer com que a garota desse sossego.

-Minha filha, deixe a sua avó em paz. – Dona Rosa pediu para filha rindo de como ela corria pelo quintal com a avó tentando a acertar com uma mangueira.

-Eu só estou tentando ajudar. – Caliandra devolveu com um biquinho, desviando por pouco de uma goiabada na cabeça.

-Pois vá lá colocar as galinhas para dentro do puleiro, já está ficando tarde. – Dona Rosa pediu. Ao seu lado, Lis estava deitada em uma rede apenas observando a interação das três, aquela manhã havia saído e comprado tudo que o mercadinho da cidade oferecia, alegando que não ficaria de hóspede sem contribuir, é claro que acabou ouvindo um discurso enorme sobre hospitalidade e assistido a avó de Caliandra doando para os vizinhos tudo o que tinha levado. Como os vizinhos eram também da família, achou que foi um bom fim para a confusão.

Também acabou ajudando a fazer o almoço, a mãe de Caliandra a ensinando sobre vários ingredientes que não conhecia. Demorou para ser convencida a experimentar a tal buchada, mesmo que parecesse bonita aos olhos depois de pronta, não conseguia esquecer do aspecto estranho de quando compraram na pequena feira no centro da cidade.

-E aí Bonjour, você e Caliandra vão para o show na praça com a gente hoje? – Rodrigo perguntou de seu lugar em um banquinho de madeira, ele descascava uma manga verde, fingia que comia manga com sal, mas a verdade é que comia sal com manga. Bonjour era o apelido que tinha conseguido para Lis depois de descobrir que uma parte de sua família era da França.

-Se Caliandra quiser ir.....

-É claro que a prefeita vai querer, ela não perde uma festa. – O garoto comentou sorridente.

-Festa? – Caliandra perguntou ao se aproximar, depois de correr atrás de algumas galinhas pelo quintal.

-Hoje vai ter show na praça com música ao vivo, ano de eleição, sabe como é...

-Vai ter show do Imbigo e Célebro? – Caliandra questionou animada, comemorando quando o primo assentiu com a cabeça.

-Imbigo e Célebro? – Lis estava em dúvida, descrente sobre o que tinha ouvido. O jeito como Caliandra assentiu várias vezes com a cabeça foi o suficiente para entender que não tinha escutado errado, aquele era realmente o nome da provável banda.

-A melhor banda que existe, nós precisamos ir, eu conheço todos eles, até me deixam tocar às vezes.

-E quem é que você não conhece, prefeita? – Lis perguntou com um sorriso, o alargando ainda mais ao perceber a caretinha da garota ao ver como usou o apelido que Rodrigo tinha ensinado.

-Você me chama de Cherry. – Disse manhosa, sentando na beirada da rede e sorrindo ao ser puxada por Lis que deixou com que deitasse em seu corpo.

-Tudo bem, Cherry. Que horas vamos sair? Preciso tomar banho e você também, está com cheiro de galinha. – Comentou com uma careta, empurrando a garota outra vez para fora da rede, o que tirou risadinhas de Rodrigo e Dona Rosa que estava por perto apenas ouvindo a conversa.

SAPUCAIAOnde histórias criam vida. Descubra agora