SAPUCAIA

13 - Churrasco de Gato

HEEEEY

Como está a vida?

Dessa vez eu demorei pq simplesmente sempre que lia o capítulo parecia que faltava algo aí fui enrolando até parecer bom hahahaha

Boa leitura, beijinhos da Imbigo.

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Caliandra estava tão nervosa que sentia a barriga queimar e os lábios secos, a cada novo segundo a consciência de que Lis estava prestes a chegar, para que tivessem o tão esperado encontro oficial entre as duas, aumentava. Estava mesmo indo a um encontro com Lis Dubois. Não conseguia entender como tinham saído da realidade em que era uma caloura levando trote por parte da garota mais velha para essa em que iriam para um encontro, um encontro que havia sido ideia de Lis, um encontro em que ela iria buscá-la e as duas sairiam juntas de mãos dadas, pois estariam em um encontro romântico.

Quando seu celular vibrou com uma mensagem de Lis, sentiu as pernas perderam as forças, suor frio descendo por suas costas. Estava tentando respirar devagar para recuperar a calma, mas se assemelhava mais a uma crise asmática que qualquer outra coisa. Talvez não sobrevivesse aquele encontro. Desceu as escadas do prédio dando de cara com o Jipe preto de Lis que não combinava em nada com aquele bairro, parecia totalmente deslocado, assim como a negra estilosa encostada ao lado dele. Lis usava sapatos brilhantes em cor preta, calça de alfaiataria cinza, uma blusa de gola alta de tecido fino e um sobretudo por cima, além das jóias em abundância. Também havia mudado as tranças para uma cor branca que a deixava elegante ao extremo. De repente o nervosismo da mais nova triplicou em questão de segundos. O vestido florido e sandálias rasteiras que usava não pareciam combinar com o objetivo de Lis para aquela noite.

-Acho que eu deveria ter explicado para onde vamos. - Lis soltou de bom humor, percebendo que olhava desconcertada para as diferenças entre as duas.

Caliandra engoliu em seco, desviando os olhos. Mesmo que ela tivesse avisado, as coisas não teriam mudado tanto, aquela era a melhor roupa que tinha e claramente não combinava com o conceito de encontro que havia na mente de Lis. Nem mesmo o fato de que a de olhos verdes fez questão de abrir a porta do carro garantindo que estivesse aconchegada antes de fechar, diminuiu a vontade de chorar que estava sentindo. Elas não faziam parte do mesmo mundo, estava claro, aquele encontro não fazia sentido.

-Cherry? - Ouviu Lis chamar delicadamente, mas estava tão envergonhada que não queria olhá-la. Estava se sentindo feia e deslocada, as mãos ainda chegaram a tocar a maçaneta do carro, quando sentiu dedos quentes tocando seu queixo.

Deixou que a mais velha virasse seu rosto até que estivessem se encarando de perto. Não entendia como podiam ser tão absolutamente diferentes e ainda assim tão compatíveis, olhar dentro dos olhos verdes fazia como que se sentisse completamente conectada a Lis, o coração chegava a pesar dentro do peito com a consciência de que se pertenciam de uma forma que ainda não sabia como explicar.

-Tenho uma coisa para você. - Lis disse simples, uma faísca de nervosismo na expressão normalmente tão segura que ela sempre tinha. Caliandra observou com olhos arregalados quando a negra levantou a caixinha cinza coberta por tecido aveludado. Nada além do símbolo pequeno e centralizado de uma marca que não conhecia para dar alguma dica do que havia ali. Lis abriu cuidadosamente quando garantiu que Caliandra prestava atenção.

-Lis...- A mais nova suspirou encantada. Um cordão delicado estava assentado no meio da caixa, era fino, de prata, com um pequeno pingente vermelho.

- É uma Caliandra....um flor de Caliandra. - Lis explicou mesmo que tivesse certeza que a outra sabia.