HEEEEY
Todo mundo já construindo uma fábrica de panos para a Lis. O poder que uma mulher cheirosa carrega é muito assustador hahaha
Boa leitura e beijinhos da Imbigo
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Quando o horário das aulas acabou, se viu profundamente duvidosa entre seguir para casa ou se juntar ao grupo de calouros que estava animado com a possibilidade de comemorar. Era o primeiro dia de aula, teriam que acordar cedo no dia seguinte, mas Caliandra parecia ser a única a se importar de verdade com esse fato.
-Vamos, vai ser divertido. – Ana Paula, uma das meninas de quem tinha se aproximado ao longo do dia, chamou, já puxando pela alça de sua mochila. Ela era extremamente amigável e as duas se aproximaram rapidamente.
Sendo sincera, Caliandra não tinha qualquer vontade de festejar, estava cansada e só conseguia pensar em chegar em casa, tomar banho e dormir. Mas mesmo assim se deixou levar, ainda que não fizesse sentido, queria ir à comemoração porque tinha esperanças de ver Lis outra vez.
Nos primeiros minutos observou todos se juntarem aos poucos perto de um pequeno salão com uma área aberta na frente. Parecia ser o local onde seus colegas de curso se reuniam. Percebeu as paredes cheias de desenhos, algumas poltronas e sofás, além de banquinhos de madeira espalhados por toda a área. Armários empoeirados repletos de livros e apostilas estavam dispostos por todas as paredes e uma mesa de sinuca com o pano verde desgastado se encontrava ao fundo com um quadro cheio de anotações ao seu lado.
Nos cantos alguns alunos fumavam, alguns observavam com sorrisinhos a animação dos calouros e outros nem pareciam se dar conta do que se passava, já que carregavam um olhar perdido no rosto.
Temeu que tivesse ido à toa já que não conseguiu identificar seu motivo para estar ali em nenhum dos grupos de veteranos. Mas não demorou para que pudesse se livrar de seus temores.
-A tequila chegou. – Um dos garotos mais velhos gritou alto, animado.
Caliandra não ligava muito para a tequila, mas que as mãos que a carregavam fossem as de Lis fez um sorriso genuíno surgir em seu rosto. Ela parecia ter tido tempo de tomar banho, estava em roupas diferentes, com uma elegância mais despojada que aquela manhã. Completamente linda.
Estava tão focada na garota mais velha que não ouviu muito do que foi dito nos próximos minutos. Apenas observou por alto uma fila de calouros ser formada na intenção de que veteranos despejassem bebida diretamente na boca destes.
Quando chegou sua vez, arregalou os olhos, amedrontada, diante de um garoto barbudo que havia acabado de despejar bebida a ponto de molhar toda a blusa do último calouro. Teria sido a próxima a tomar um banho de tequila se Lis não tivesse aparecido aleatoriamente ao seu lado, carregando uma outra garrafa.
Ela apenas fez um movimento leve com o corpo sugerindo que faria o trabalho e isso bastou para o barbudo assentir, passando para o próximo da fila.
A negra alta não disse nada, apenas olhou nos olhos de Caliandra e levantou a garrafa esperando que abrisse a boca. Sentindo-se mais nervosa do que esperava, a nordestina abriu os lábios o suficiente e esperou que a bebida amarga entrasse em contato com sua língua. Não entendia como as pessoas podiam beber aquele satanás por livre e espontânea vontade. Aquilo queimou cada parte de seu corpo por onde passou e ardeu a ponto de seus olhos encherem de água. Para sua sorte, Lis tinha colocado uma quantidade bem menor em sua boca em comparação com os outros colegas.
-É bem forte, tome cuidado se for beber mais. – A mais velha instruiu, parecendo divertida com suas caras e bocas, enquanto tentava lidar com a queimação em seu corpo.
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SAPUCAIA
RomanceCaliandra Oliveira estava em êxtase ao finalmente encontrar na castanha de Sapucaia o componente químico que lhe faria finalizar o doutorado com êxito e glórias, além é claro, da possibilidade de conseguir uma patente muito vantajosa. Não era todos...