22 - Morada permanente

970 145 239
                                    

HEEEEEEY

Como que está a vida de vocês?

Aqui vai mais um capítulo bem cheirosinho, espero que gostem.

Beijos da Imbigo.

-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-

PASSADO

-Preciso ir ao banheiro. – Caliandra avisou, olhando Lis de lado enquanto a negra dirigia com atenção pela rodovia pouco movimentada. Tinham pegado um avião até Teresina e depois Lis tinha alugado aquele carro enorme para irem até sua cidade, ainda era um pouco distante, mas bem menos do que seria se tivessem ido de carro desde São Paulo.

Gostava de viajar de carro, tudo sobre sentar ao lado da janela e observar todo o caminho, desde as pequenas cidades até as paisagens diferentes com vegetações de todos os tipos, era algo muito encantador em sua opinião. Fazer aquilo ao lado de Lis se mostrou melhor ainda, mesmo que ela não falasse muito e insistisse em colocar aquelas músicas em inglês, tudo sobre poder observá-la concentrada enquanto dirigia e ver seu esforço para que se sentisse melhor era de aquecer o coração.

Não fosse a situação de sua avó, aquela seria a melhor viagem de sua vida.

-Vou parar no próximo posto, preciso abastecer de qualquer forma. – A de olhos verdes respondeu, perdendo alguns segundos em encarar seu rosto. – Está com fome?

-Não.

-Você não comeu direito desde que saímos de São Paulo, Cherry.

Caliandra não respondeu, não tinha muito o que responder, realmente não tinha comido quase nada. Não sentia fome e tinha a impressão de que se tentasse comer acabaria vomitando, em seu normal adorava comer e estava o tempo inteiro procurando algo para forrar o estômago, mas sempre que se preocupava muito com alguma situação era como se sua garganta fechasse e seu cérebro esquecesse da necessidade de se alimentar.

-Vou contar para sua mãe. – Lis ameaçou, fazendo com que soltasse um sorriso pequeno, mas ainda assim um sorriso. Aquilo fez a mais velha se sentir orgulhosa de si mesma, estava sentindo falta daquele sorriso.

A viagem durou mais algumas horas, por sorte Caliandra tinha uma boa memória e já tinha feito aquela viagem algumas vezes de maneira que foi útil em indicar o caminho algumas vezes quando as placas e mapas não foram muito colaborativos. Também tiveram que perguntar em alguns locais e por sorte encontraram pessoas que explicaram de bom grado para onde precisavam ir, no fim, finalmente deram de cara com a placa de "Bem vindo a Corrente – Piauí".

Lis observou com o canto dos olhos como Caliandra abriu um sorriso enorme ao adentrarem a pequena cidade, até mesmo se assustou quando a garota abriu o vidro do carro, que estava fechado por causa do ar condicionado, quase sentando na janela para falar com literalmente a primeira pessoa que avistaram e assim por diante conhecendo todos os nomes, pedindo a benção para todas as pessoas mais velhas e quase se jogando para fora no intuito de abraçar os mais jovens.

Lis precisava mover o carro em velocidade de tartaruga e era com grande esforço que conseguia fazer com que a garota ensinasse o caminho para a própria casa. Se ela triste era daquela forma, não queria chegar naquela cidade acompanhada da Caliandra normal, provavelmente sairia dando mortais e piruetas pela rua.

Após quase vinte minutos de passeata de Caliandra, enquanto Lis se movia a menos de 10km por hora perguntando mais uma vez se aquela era mesmo a rua certa, se surpreendeu quando a nordestina não respondeu, ela simplesmente pulou para o lado de fora, pela janela do carro, e saiu correndo rumo a uma casa no fim da rua deixando a de olhos verdes com os olhos arregalados.

SAPUCAIAOnde histórias criam vida. Descubra agora