Capitulo 2

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Isaac

     Senti uma queimação no meu rosto após um impacto e acordei num sobressalto. Mas que porra...? Levantei os olhos rapidamente e vi o filho da mãe do meu irmão com um sorriso ridículo no rosto enquanto olhava pra mim.

     Revirei os olhos. É claro que era ele.

     Gemi quando tentei levantar, sentindo dores em várias partes do corpo. Droga. É verdade, devia estar um lixo. Abaixei o olhar para o meu corpo, vendo hematomas espalhados por ele. Estava apenas de cueca. Foi o que deu tempo vestir antes de desmaiar no sofá.

     — Parece que a noite foi bem divertida. — ironizou Jake, ainda com um sorriso nos lábios. Fiz uma careta. Por que ele estava sorrindo? Era divertido ver o irmão todo machucado?

     — Cale a boca e pegue um pouco d'água para mim — eu disse com uma voz arrastada e rouca. Puta merda, eu estava péssimo. Fechei os olhos e deixei minha cabeça cair no encosto do sofá enquanto aguardava por ele.

     Jake saiu e voltou um minuto depois com um copo de água e me entregou. Bebi tudo de uma vez.

     — O que aconteceu? — indagou, com os braços cruzados sobre o peito. — Pegou alguma mulher casada? Cara, já falei, mulheres casadas são perigo...

     — Cale a boca, imebecil. — lhe cortei, com uma carranca de dor. — Não peguei nenhuma mulher casada. — retruquei. Antes fosse.

     — E o que aconteceu? — ele perguntou de novo, agora sério depois de ver minha expressão irritada.

     Um momento de silêncio se passou.

     —  Lembra de Ian? — perguntei, evitando seus olhos. Jake odiava ele. Com bons motivos, é claro.

     —  Aquele idiota que estudou com você na faculdade e te oferecia drogas o tempo todo? Sim, lembro muito bem. — respondeu, quase irritado agora, como eu já esperava.

     Suspirei. — É... bom, eu sai com ele e com uns caras depois que sai da casa do nosso pai... — comecei a falar. Eu estava irritado ontem. Meu pai tinha oficialmente me colocado nos negócios da empresa, ignorando completamente as minhas recusas. E aa de Jake, pois ele também não queria.

     Eu não queria ser um empresário de sucesso como ele, nem queria assumir a NRQ... queria ser professor. Queria dar aulas, ensinar. Sempre foi o que quis fazer. Como minha mãe também fazia...

     Balancei a cabeça e esfreguei uma mão no rosto, tentando parar de pensar nisso, mas me arrependi no mesmo momento quando toquei o ferimento na bochecha e rangi os dentes. Porra.

      Jake estava olhando para mim como se soubesse onde meus pensamentos tinham me levado. Ele se sentou ao meu lado e relaxou no encosto do sofá, aguardando pacientemente que eu continuasse. Me inclinei para frente e apoiei os cotovelos no joelho, encarando o chão.

     — E aí, o quê? O que rolou depois que vocês saíram? — perguntou.

     — Eu bebi demais. Aceitei ecstase quando me ofereceram... — me encolhi um pouco com a lembrança. Não era de usar drogas. Nunca fui. — Não me lembro direito o que aconteceu. — admiti. — Mas saímos de carro por um momento, Ian e mais cinco amigos dele. — me lembrei vagamente do dia de ontem. De Ian bêbado e querendo brigar comigo a todo custo. Ele sempre fazia isso quando bebia e lembrava de Mia.

     Eu estava com raiva por causa da discussão que tive com o meu pai então achei bem vinda as provocações dele. Começamos a brigar na festa, trocando socos. Mas os amigos dele rapidamente nos afastaram e saíram arrastando ele. Voltaram depois de um tempo, oferecendo carona para minha casa, já que eu tinha ido pra lá com eles e estava sem carro. Ian parecia mais tranquilo também.

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