Capítulo 59

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Katherine

     Por favor, Kathen... eu preciso de você. Você é... é a única mãe que eu tenho.

     Eu estou aqui agora... E não vou sair... Você precisa acordar, Kit.

     Eu te amo... muito.

     Você vai se divertir comigo.

     Não, não, não...

     Sorria, querida... Vou colocar você na cama, está bem?

     Ian.

     Amiga... vai ficar tudo bem. Eu estou aqui.

     Katherine?

     Você está mesmo ouvindo?

     Katherine?

.

     Alguém segurava minha mão.

     Foi a primeira sensação que alertou o meu corpo e mente de que eu estava acordada.

     Ou quase.

     Eu estava em uma linha tênue entre a realidade e a inconsciência. Era como aquele momento de cinco minutos antes de se despertar totalmente. Estou acordada, mas quero continuar dormindo.

     Minha mente me mostrava lembranças que eu queria esquecer. O medo ainda estava presente, fazendo com que eu me sentisse... enjoada. A realidade e a imaginação estavam fazendo uma bagunça na minha cabeça.

     Em um momento, eu estava deitada em uma cama confortável, num lugar silêncio... em outro, eu estava sendo carregada por braços masculinos e um cheiro forte de homem inundava minhas narinas, me deixando zonza.

     Mas então... alguém falou.

     Ouvi vozes e me alertei. Senti meus olhos se moverem sob as pálpebras pesadas e eu apertei a mão que segurava a minha. Era quente e macia. Reconfortante. Familiar.

     Familiar...

     Não era Ian. Eu não estava mais com ele.

     Isso significa que... acabou.

     Senti o aperto no meu coração afrouxar e o meu peito subiu e desceu lentamente em uma longa respiração de alívio. E ao mesmo tempo, de receio...

     — Ela está acordando? — um sussurro.

     Eu conhecia aquela voz.

     — Ela já acordou. — soou a resposta, baixa.

     E eu conhecia aquela voz também. E como conhecia...

     Forcei minhas pálpebras a abrirem, mesmo que parecessem estar pesando um tonelada.

     Quando a luz branca e inesperada machucou minha visão eu pisquei várias vezes e virei o rosto para o lado, com uma careta, fechando os olhos com força de novo.

     O meu corpo todo estava pesado. Uma dormência me dominava. Minha boca estava insuportavelmente seca e minha língua colada no céu da boca. Cada centímetro do meu corpo implorava para que eu voltasse à inconsciência do sono.

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