Capítulo 45

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Isaac

     Após as palavras de Jake o ambiente ficou tão silencioso que seria possível ouvir um grampo se ele caísse no chão. As palavras do meu irmão vieram carregadas de frieza e desafio, fazendo Cinthia engolir em seco e empertigar a coluna. 

     Ela passou o olhar por nós rapidamente. Não sabia dizer se estava procurando alguém para interferir ou só estava ganhando tempo. Eu não me movi. Ninguém se moveu. Ela encarou Jake de novo e, embora ainda pudesse ver um brilho de medo nos olhos, ela levantou o queixo. — E se eu repetir? Vai fazer o quê?

     O sorriso lento que deslizou nos lábios de Jake foi a coisa menos tranquilizadora que ele poderia ter feito. — Apenas ouse e você saberá. — ele inclinou a cabeça para o lado. — Não brinque comigo, Cinthia. Estou pouco me fodendo se é a mulher do meu pai e menos ainda se você contar qualquer coisa de mim para ele. Não me ameace. Nunca mais. — rosnou a última frase.

     — Isaac. — Emory sussurrou para mim, mesmo enquanto ainda encarava Jake com o olhar preocupado. Seu tom saiu em aviso.

     Ainda assim, não me movi. Conheço meu irmão. Ele não estava brincando e não havia nada que eu pudesse fazer. E nossa madrasta precisava saber daquilo. Jake estava cada dia mais perdendo a paciência com ela.

     Ainda mais com seu interesse repentino na vida particular dele. Especificamente na sua proximidade para com as corridas clandestinas. Desde quando isso era da conta dela, afinal?

     Obviamente não era preocupação. Eu apostava que era mais uma forma de provocação contra o meu irmão do que qualquer outra coisa. Mas Jake é mais desconfiado do que eu. E, com certeza, mais impaciente.

     — Não foi uma ameaça. — o queixo de Cinthia comtinuava em pé, mas o seu tom de voz saiu fraco. Hesitante. — Apenas sei que é do interesse do seu pai saber que...

     Jake deu um passo à frente, fazendo-a recuar de novo. — E desde quando eu me importo? — interrompeu, entredentes. Senti o olhar de Emory em mim agora e ouvi ela sussurrar meu nome de novo, mais alarmada. — Pode ir correndo falar o que quiser, mas não tente usar isso ou ele contra mim. Você me entendeu?

     — Você não pode falar comigo desse jeito. — ela estava totalmente tensa, mesmo que ainda tentasse manter a pose autoritária. Qualquer um podia ver o medo nela. — O que pensa em fazer? Vai me bater, por acaso? — tentou soar irônica mas os seus olhos à traíram, revelando que era exatamente isso que ela temia.

     A raiva de Jake pareceu se intensificar diante das palavras e ele curvou os cantos dos lábios para baixo, enojado e ofendido. — Eu jamais encostaria em um unico fio de cabelo seu. — falou, sem um pingo de dúvida. Os ombros de Cinthia relaxaram perceptivelmente ao notar a verdade nas palavras dele. Como se fosse uma surpresa o fato do meu irmão não bater em mulheres, pelo amor de Deus.

     Seu queixo subiu de novo, e ela encarou ele com mais firmeza agora. — Claro que não. Até você tem o mínimo de noção do que aconteceria se sequer tentasse.

     Os punhos do meu irmão se fecharam com força e dessa vez Emory chamou o nome dele, não o meu. Jake pareceu não ouvi-la.  — Isso não significa que eu não posso atingi-la, Cinthia. Sei o que você valoriza. E posso tirar isso muito fácil de você. Sem esforço.

     Não era uma mentira. Ele apenas precisava querer e Cinthia seria deixada de lado como todas as outras esposas do nosso pai foram. Não porquê Dominic ligava com nossa opinião, mas simplesmente porque não se importava com elas o suficiente para aturar um Jake enlouquecido infernizando sua vida.

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