Capitulo 3

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Isaac

Dois meses depois...

            
      — Você só vai sair daquela sala, quando eu falar que você pode sair. E não se fala mais nisso. — disse Dominic Clifford, pela terceira vez, apenas naquele dia.

      — Eu já aprendi a minha lição. Não vou fazer aquilo de novo. — replicou Jake, mentindo, é claro. Ele faria de novo, sim. Se precisasse me defender.

     O idiota estava sendo castigado com uma terrível carga horária de trabalho no escritório de finanças, porque tinha dado uma surra em Ian Parker. O filho da puta que me espancou há dois meses, com alguns amigos.

      Eu sabia que o Jake estava aprontando uma naquele dia, mas não imaginava que tinha haver com o que tinha acontecido comigo. Acho que eu subestimei a super proteção dele.

      Jake atraiu Ian e mais quatro amigos dele que também tinham me batido, para uma festa em um clube de strippers. Depois pagou para vários caras baterem nos amigos dele enquanto o próprio Jake dava uma surra no Ian.

     O pai de Ian Parker, infelizmente, é um amigo próximo do meu pai. Então contou tudo e exigiu que isso não acontecesse de novo. Ele não sabia que o filho dele tinha feito a mesma coisa comigo, é claro. Eu não me dei o trabalho de contar para ninguém além do Jake. E quando tentei contar para o meu pai, para que ele tirasse o castigo do meu irmão, o próprio Jake não deixou.

      Ignorando o meu irmão, meu pai se virou para mim da cadeira onde estava sentado, na sala de reunião da NRQ (New Red Queen) e perguntou:

     — E como andam as coisas por aqui? — gesticulou. — Já se adaptou?

     tirou aquela ideia ridícula da cabeça? Era o que ele queria perguntar. E a resposta era não. Ainda odiava sentar atrás daquela mesa e fazer contratos o dia todo, assinar papéis e lidar com advogados.

     Ainda queria ser uma professor. Queria seguir os passos da mamãe. Queria dar aulas e ajudar alunos com dificuldades em matérias simples. Queria ouvir o barulho do corredor de adolescentes sendo adolescentes. Não barulho de teclas de computadores.

     — Sim, estou me acostumando. Anda tudo bem — foi o que eu respondi. Não valia a pena entrar naquele assunto. Embora eu fosse um homem de vinte e seis anos, ainda não tenho coragem de ir contra as vontades do meu pai. Quando se tratava disso, pelo menos.

     Acho que porque eu me sinto em dívida com ele. Ele me sustentou e sempre me deu tudo do bom e do melhor desde que nasci. Nunca faltou nada para mim nem para os meus irmãos. Mas ele sempre deixou claro, que em troca, ele queria que seguissemos os passos dele.

     E aqui estou eu. Cumprindo esta divida.

      Menos Emory, é claro. Ela podia ser o que quisesse desde que não envergonhasse o nome da nossa família. Meu pai não espera nada dela além da imagem que ela representa. Nunca deixou que ela entrasse nos negócios da família. Embora ela fosse a única dos filhos dele que queria.

     Meu pai assentiu, satisfeito. — Você é inteligente. Vai manter essa empresa em ordem até o seu filho nascer e ter idade para herdar. Vocês dois são inteligentes — ele olhou para Jake, que tava emburrado do meu lado — Embora um ainda precise crescer e ter mais responsabilidade.

     Meu irmão apenas revirou os olhos e eu tive que conter um sorriso. Ele levava nosso pai à loucura. Meu pai balançou a cabeça e agitou uma mão, como se dispensando o assunto.

     — O que vai fazer hoje? — me perguntou, se referindo ao trabalho na empresa e o que tinha para acontecer. Ele podia estar aposentado mas não tiraria os olhos de mim e do controle da NRQ.

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