Capítulo 52

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Katherine

Dias depois...

     — Mas ela está bem agora? — perguntei, com a cabeça inclinada para o lado para prender o telefone entre meu ombro e minha cabeça enquanto tinha minhas mãos ocupadas preparando alguns sanduiches.

     Ouvi Isaac suspirar. — Sim, ela está mais calma. — falou, com a voz baixa. Ouvi também vozes um pouco alteradas no fundo. — Nosso pai sabe como provocá-la. Ela já estava nervosa o suficiente por estar aqui, tendo que brigar com ele para conseguir algo que é nosso por direito, e ele ainda teve a porra da ousadia de ofender a nossa mãe. — sua voz era baixa, mas carregada de raiva mal contida. Eu quase podia ver aqueles olhos brilhando de fúria neste momento.

     Limpei minhas mãos em um pano e peguei o telefone, endireitando minha cabeça. — Eu sei que ele é o seu pai, mas ele é um tremendo filho da puta e espero nunca mais ter que falar com ele de novo. — falei, não conseguindo reprimir minha própria raiva ao falar daquele... homem.

     Tinha finalmente chegado o dia da audiência. O juiz que está trabalhando no caso terá agora acesso à parte mais importante do processo. Encontrando-se com as partes e ouvindo todos os argumentos e tendo posse das provas e documentos necessários de forma presente.

     Eles acabaram de dar uma pausa a pedido do advogado do senhor Dominic Clifford, pois ele teria se alterado mais uma vez com seus filhos, e Jake e Isaac estavam prestes a esmurrá-lo por ter feito Emory estremecer. Eu estava tão aflita por ela.

     Sei muito bem que ela pode dar conta disso e aposto que ela está de cabeça erguida naquele júri, mas isso não significa que esteja sendo fácil.

     Ouvi Isaac bufar. — Eu também espero que você não fale com ele de novo. — admitiu, num tom mais baixo. Meu coração se apertou. Não estava sendo fácil para nenhum deles toda essa situação, na verdade.

     Ter que se colocar nesta posição contra o próprio pai... Era preciso estômago. E embora eles saibam que isto é preciso, tenho certeza que não impede que a aflição aperte o peito.

     Ele é o pai deles, afinal de contas. Mesmo eu, que só vi o meu pai uma vez em toda minha vida, sinto dor por não ter tido ele ao meu lado, e saudades do que nós nem vivemos, porque eu imaginava como seria conviver com ele. Inveja dos seus outros filhos terem o que Nate e eu não tivemos.

     Para Isaac, Jake e Emory devia estar sendo ainda pior. Pois Dominic Clifford não é um estranho. É um homem que um dia foi o pai que eles amavam. Que eles queriam ter por perto. E agora...

     — Você ainda está aí? — a voz de Isaac ressoou.

     Balancei a cabeça, mesmo que ele não pudesse ver, e soltei um suspiro.  — Sim, estou. — pigarreei. — Eu só...

     — Katherine! — uma voz chamou, alta, vindo lá de fora e em seguida, houve uma batida na porta.

    — Nate, pode atender, por favor? — gritei, afastando um pouco o celular para não estourar os tímpanos de Isaac. Quando ouvi os passos dele e depois a voz de Thessa mais próxima, aproximei o aparelho de novo. — Desculpe, Thessa chegou aqui agora.

     Ele riu um pouco. — Tudo bem. — houve uma pausa, e o som de passos se aproximando de onde ele estava.  — Eu acho que vamos começar de novo. Eu preciso ir.

     — Boa sorte. Me liga assim que acabar. — falei, apressadamente. — Ou vem direto para minha casa. Isso, melhor você vir direto pra cá. A não ser que você queira ir comemorar com seus irmãos depois, mas aí você pode vir mais tarde, se quiser. — as palavras saíram meio atropeladas uma na outra e eu fiz uma careta, fechando os olhos. Pelo menos ele não podia me ver corando agora.

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