Capítulo 38

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Isaac

     — Você não é bem vinda aqui. — sibilou nosso pai, curvando os cantos dos lábios para baixo em desgosto.

     Emory ficou de pé e colocou as mãos na cintura. —É claro que sou, eu sou dona também, afinal. — ofereceu-lhe um sorriso doce.

     Eu estava do lado do meu pai, tenso e temendo que ele perdesse o controle com Emory. A paciência dele já estava esgotada depois da nossa conversa. Não era uma boa hora para as provocações dela. Jake pareceu perceber o mesmo que eu, porque se colocou ao lado da nossa irmã, como se para tentar impedir caso nosso pai voasse em cima dela.

     Katherine assistia tudo em silêncio, olhos ansiosos e boca tensa. Não era todo dia que a família Clifford fazia uma cena.

     Meu pai deu um passo para mais perto, mostrando os dentes, e rosnou: — Você não é dona e nunca será. — seus olhos queimavam de raiva. — Nem sabemos se esta carta que você diz ter realmente existe. Eu não acredito nisso nem por um segundo.

     Emory levantou o queixo. — Bom, eu ficarei feliz em esfregá-la na sua cara quando estivermos na frente do juiz.

     Meu pai deu um sorriso amargo e venenoso. — Você perderá seu tempo, Emory. Não vai conseguir tirar a NRQ de mim.

     — Eu não pretendo tirá-la. — ela franziu o cenho. — Possuiremos apenas cinquenta porcento, se você não for um velho egocêntrico demais, poderemos trabalhar juntos.

     Jake bufou. — Ele não tem essa capacidade,  deve ser falha no cérebro. — murmurou com escárnio.

     Meu pai se virou para ele e o fuzilou com o olhar, estreitando os olhos. — Cuidado, Jake.

     Quando meu irmão inclinou a cabeça para o lado e abriu a boca, supostamente para dizer outra gracinha, intervir. — Aqui não é o lugar para esta conversa. — afirmei, com a voz firme. Estava se tornando um hábito brigar com meu pai sempre que nos víamos, puta merda. A última coisa que eu queria era a porra de uma confusão aqui.— Depois falaremos disto, a NRQ não é o lugar para um escândalo.

     Meu pai soltou um suspiro resignado, mas não protestou. Mesmo com raiva, ainda preservava a imagem acima de tudo. Emory deixou os braços caírem e sorriu de novo.

     — Tem razão. — ela se virou para Kit e gesticulou. — Não devíamos submeter Katherine à este drama familiar perturbado. Desculpe, querida.

     Katherine ofereceu-lhe um pequeno sorriso hesitante. Meu pai girou a cabeça rapidamente para ela ao ouvir seu nome. Um brilho de reconhecimento e malícia atravessaram os seus olhos. Me endireitei, ficando tenso de novo. Merda, ele lembrou do nome dela.

     Dominc estudou Katherine atentamente e logo depois se virou para mim. A sombra de um sorriso condescente nos lábios. — Então, esta é a amiga que você havia comentado? —indagou, falando em alemão. Provavelmente para Katherine não entender. — Era com ela que você estava quando eu cheguei, não foi? Por isso a vadiazinha também não estava na sua mesa...

     Eu vi vermelho. Fechando os punhos com força acertei um soco no maxilar do meu pai. Sua cabeça virou para o lado e ele levou a mão até o seu rosto. Choque e pura raiva brilharam nos seus olhos arregalados. Ouvi Jake soltar um palavrão e Emory ou Katherine ofegou em surpresa. Talvez as duas. Não me permitir pensar. Segurei a gola do seu terno e o fiz me encarar. — Você nunca mais vai chamá-la assim. — rosnei contra o seu rosto, tremendo de raiva. Meu pai me encarava como se eu fosse outra pessoa. — Se por acaso desrespeitá-la mais uma vez, eu...

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