Isaac
— Eu vou. — afirmou Dominic, simplismente. — Eu sou o seu pai e isto é uma ordem.
Emory não hesitou, continuou encarando ele nos olhos — Exatamente. Você é o meu pai e eu sou sua filha, o que significa que eu tenho o direito de exigir tomar parte do controle da NRQ, tanto quanto Isaac ou Jake.
Jake e eu trocamos um olhar condescente. Nós dois nunca exigimos nada. Muito pelo contrário, nosso pai decidiu se aposentar e nos colocar no comando sem aviso prévio, ignorando completamente nossas recusas.
— Isso não está em discussão, Emory. — retrucou, o rosto ficando vermelho de raiva. Sabia que ele nunca encostaria um dedo nela, mas não podia evitar ficar preocupado. — Isaac é o presidente da NRQ, e não se fala mais nisso.
Emory olhou por cima do ombro e me encarou, levantando uma sobrancelha — Ah, é? — nossos olhos ficaram presos um no outro por um momento e um sorriso deslizou nos lábios dela quando se voltou para o nosso pai — E Isaac quer isso?
Dominic levantou os olhos para os meus e eu inclinei a cabeça para o lado, aguardando a resposta dele. Ele sabia que eu não queria. Foi por isso que brigamos naquele dia e eu acabei enchendo a cara, me entupindo de drogas e levando uma surra logo depois. Pelo menos eu conheci Katherine.
Ele voltou a encarar Emory, não tentando esconder sua raiva dessa vez — Não interessa o que ele quer. Ele é o meu filho mais velho e é esse o fardo que ele terá que carregar.
O sorriso da minha irmã finalmente sumiu e um brilho de raiva tomou conta dos seus olhos — Não seria um fardo para mim. Eu também sou sua filha e conheço aquela empresa como a palma da mão. Pare de ser um velho retrógrado do caralho...
— Emory Clifford! — rosnou ele, rangendo os dentes — Eu exijo respeito. Essa é a última vez que eu vou falar. Fiquei. Longe.
Eles dois se encararam por um momento. Meu pai não hesitou nem por um segundo. Merda. Ninguém faria ele mudar de ideia. Nem mesmo minha irmã. Emory deu um passo para trás e levantou o queixo, o olhando de cima à baixo.
— Bom... — murmurou ela, rodeando nosso pai como uma leoa antes de atacar sua presa. Um sorriso malicioso cruzando seus lábios. — Eu não queria ter que apelar, papai. Mas você não me deixa escolha.
Nosso pai endireitou o corpo, surpreso, quando ela parou na sua frente. Jake e eu trocamos um olhar confuso. Do que ela está falando? Ela não tinha o que fazer. Nosso pai era o dono da NRQ, aposentado ou não.
— Você sabe que mamãe tinha cinquenta porcento das ações, não sabe, papai? — indagou Em, com um sorriso doce. Foi a minha vez de me endiretar. O que ela...? — E você sabia que...
— Do que você está falando? — ele rosnou, dando um passo para mais perto dela. Jake e eu nos aproximamos automaticamente. — Sua mãe não deixou a porra de nenhum testamento, então...
— Sim, sim — Emory riu, como se ele tivesse contado uma piada — Se ela não deixou testamento e meus irmãos e eu éramos menores de idade, então a herança dela e da família dela são suas. Eu sei, paizinho.
O rosto do meu pai estava tão vermelho que mais parecia um pimentão. Jake e eu mal respiravamos enquanto assistíamos a discussão se desenrolar. Emory estava ficando louca. É a única explicação.
— Mas... — seu sorriso ficou mais largo — Ela deixou um testamento.
Ofeguei, dando um passo para trás e Jake deixou escapar um palavrão. Nosso pai estava completamente petrificado enquanto encarava nossa irmã. Os olhos brilhando de choque. Ela estava brincando? Ela só podia estar brincando.

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Destino
Fanfic+18 Cenas ilícitas e gatilhos. Katherine é uma jovem de 24 anos que acabou de ser demitida do seu primeiro emprego. Um dia, quando estava voltando para casa, percebeu que um mendigo havia sido espancado no meio da rua e resolveu ajudá-lo. O problem...