Capítulo 67

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Isaac

     As palavras de Katherine estavam zumbindo no meu ouvido. De repente, as pessoas ao meu redor desapareceram. Parei de ouvir a música. Parei de ouvir tudo.

     Os meus olhos estavam fixos nos seus. Era impossível desviar o olhar. Como dois irmãs sendo atraídos um pelo outro.

     Os seus próprios olhos brilhavam. Não só com amor, que puta merda, era amor refletindo ali... mas também, com expectativa. Medo. Esperança. Parecia que ela estava ansiando por uma reação minha. E ao mesmo tempo com medo dela.

     Eu amo você. Mais do que tudo e qualquer coisa.

     Ela usou as mesmas palavras que eu usei quando admiti que a amava. Será que ela sentiu o mesmo que eu estou sentindo agora após ouvir isso? Porque, caralho, eu sinto como se pudesse voar.

     Talvez não. Eu tenho todo o amor do mundo para dar para Katherine, e para ela pode não ser grande coisa. Mas o fato de ser amado por ela... era uma dádiva. Um presente que eu não fazia ideia do que havia feito para merecer.

     Abri a boca para pedir que ela repetisse, só para eu ter certeza que não havia entendido errado, mas então...

     — Senhorita Katherine, pode repetir, por favor? A nossa câmera estava em um ângulo errado. — um homem vestido com uma camisa social azul e segurando um daqueles gravadores, meio que se colocou no nosso meio.

     Katherine piscou e olhou para ele, totalmente surpresa, como se também tivesse esquecido que tinha mais pessoas a nossa volta.

     — Senhorita Katherine, é verdade que você pretende se demitir agora que o senhor Isaac não é mais o presidente? — outro homem se aproveitou da interrupção para se aproximar, enfiando um microfone na cara de Katherine.

     Ela girou a cabeça para o outro lado e abriu a boca para dizer alguma coisa, com a expressão de quem nem havia escutado direito. Ela não teve tempo para responder. Outra pessoa se aproximou e fez outra pergunta. E mais outra.

     A cabeça de Kit girava para todos o lados a cada voz que soava chamando seu nome. Ela parecia com medo agora. Confusa e perdida, como se quisesse sumir dali.

     Não era para menos. As pessoas estavam quase engolindo ela, querendo respostas.

     Katherine apertou o meu palitó com mais força, mas eu nem sei se ela percebeu isso. Levantei a cabeça e, agradecendo muito a minha genética por ser o mais alto entre aquelas pessoas, passei os olhos ao redor, procurando...

     Lá estava Emory. Minha irmã já vinha na nossa direção, com dois seguranças de cara fechada bem no seu encalço.

     Quando chegaram até nós, ela apontou para as pessoas e disse alguma coisa, mas não pude ouvir pelas vozes dos colunistas e repórteres ao nosso redor. Entretanto, entendi a ordem. Os dois homens começaram a afastar as pessoas, abrindo caminho para chegar a Katherine e a mim.

     — Afastem-se. — um deles grunhiu, tentando ser delicado ao empurrar as pessoas para longe.

     Após isso, tive espaço e tempo o suficiente para puxar a cintura de Katherine para mim e rapidamente ela agarrou o meu torso, me apertando. Envolvi os meus braços em torno dela protetoramente e Katherine praticamente escondeu seu rosto entre meu braço e meu peito.

     Eu queria expulsar chutando a bunda de todos que se acharam no direito de interromper o momento. De incomodá-la. Katherine tentava fingir que não estava tremendo, mas eu podia sentir. Ela obviamente havia ficado assustada com a invasão.

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