Katherine
— Claro, senhorita LeBlanc. — Frank, meu novo advogado, apertou a minha mão enquanto balançava a cabeça. — A manterei informada de tudo e trabalharei no seu caso pelos próximos dias. Não precisa se preocupar por agora.
Assenti mais uma vez e logo depois ele se despediu. Levantou-se da cadeira na qual estava nas últimas horas e partiu, atravessando as portas duplas de vidro da cafeteria.
Soltei um suspiro que estava preso e envolvi minhas mãos no copo grande de café que eu havia pedido, saboreando a sensação quente do recipiente nas minhas palmas frias.
Era o meu terceiro copo de cafeína. E ainda não era o suficiente para manter o cansaço longe dos meus olhos. Fora um baita esforço deixar o conforto da minha casa para vim até a cafeteria me encontrar com Frank, mas eu sabia que precisava.
Desde ontem recebi inúmeras ligações de números desconhecidos. Não me dei nem ao trabalho de tentar descobrir como eles descobriram o meu número, porque havia uma lista grande de suspeitas.
Alguém da escola de Nate pode ter oferecido em troca de uma boa grana e garantia de sigilo. Ou alguém do meu antigo emprego. Ou qualquer pessoa da minha lista de contatos, que mal falavam comigo e faria isso em troca de um rolinho de cem dólares.
Eu atendi somente uma das ligações, e quando uma voz masculina soou, perguntando-me se eu tinha um caso tanto com Isaac quanto com Ian, mandei o cara ir se foder e desliguei a chamada.
Eram algumas das especulações. Ao que parece, um cara andou falando que Isaac tentou matar Ian porque descobriu o nosso caso e eu, sou a vilã responsável por ele estar no hospital agora.
Pelo amor de Deus.
Se me perguntarem, no entanto, não direi que estou surpresa. As pessoas sempre foram assim. Precisam inventar histórias mirabolantes que envolvam traição, reviravoltas e, claro, alguém para odiar. Não importa que os envolvidos se prejudiquem.
A única coisa para qual eles ligam é achar alguém com uma vida pior que a deles. Como se isso fosse diminuir ou amenizar o quão sua própria vida é uma merda.
Levantei o café até os meus lábios e dei mais um grande gole. Fechei os olhos quando senti o líquido quente e amargo tocar a minha língua e descer pela minha garganta, como um bálsamo para o meu cansaço intenso e o sono que se acumulava sob a minha superfície.
Eu havia conseguido dormir essa noite, mas não chegou nem perto de ser um sono profundo ou suficiente para me deixar menos cansada.
Acordei algumas vezes durante a madrugada e isso resultou em olheiras escuras sob os meus olhos, que tive que esconder com maquiagem antes de vim me encontrar com Frank.
Quando bati com o copo na mesa de novo, ele já estava vazio. Ainda não parecia o suficiente.
Estava decidindo se pediria outro copo maior e lidaria com a cara estranha da garçonete por achar que eu sou uma ex viciada ou iria para outra cafeteria quando o meu celular começou a tocar de repente e tirou minha concentração.
Peguei minha bolsa que estava na cadeira ao meu lado e comecei a procurar o aparelho dentro dela.
Reprimi um rosnado quando o encontrei.
— Não! Eu não tive um caso com Ian. E não, eu não estou namorando com Isaac. E eu não quero falar com vocês, porra! — eu praticamente gritei quando atendi a chamada de outro número desconhecido.
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Destino
Fanfiction+18 Cenas ilícitas e gatilhos. Katherine é uma jovem de 24 anos que acabou de ser demitida do seu primeiro emprego. Um dia, quando estava voltando para casa, percebeu que um mendigo havia sido espancado no meio da rua e resolveu ajudá-lo. O problem...