Capítulo 34

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Katherine

     — O que eu faço enquanto vocês se divertem? — perguntei, ainda emburrada por estar sendo deixada de lado tanto por Isaac quanto por Nate.

     — Não fale assim. — Isaac riu. — Você poderia vir conosco, mas você falou que não ver graça em exposições de carros.

     Fiz uma careta e cruzei os braços. — Não mesmo. — obviamente eu estava fingindo estar carrancuda. Estava mais do que feliz por Isaac e Nate se darem tão bem. Estávamos quase chegando ao tal salão de automóveis que Isaac conhecia.

     Olhei por cima do ombro e vi Nate com o rosto virado para a janela do carro, observando a cidade passar. Quando acabamos de tomar café hoje pela manhã, Isaac perguntou se meu irmão não gostaria de ver os tais modelos de carros hoje. Como era domingo e nenhum de nós tínhamos nada marcado, decidimos vir. 

     Ainda me lembrava da sensação que me consumiu quando cheguei em casa ontem à noite e vi Isaac e Nate juntos no banheiro. Ele estava ensinando meu irmão a se barbear. Contive um sorriso. Ele foi na minha casa procurando por mim. E quando não me achou, não foi embora. Ficou e ajudou meu irmão. E Nate... ele estava tão à vontade perto de Isaac que por um momento não acreditei no que os meus viam. Meu peito se encheu de calor.

     — Chegamos. — disse Isaac, poucos minutos depois. Me inclinei para frente para olhar ao redor. Haviam vários prédios comerciais e lojas de grife. Em um painel, no topo de um edifício, brilhava a logomarca da NRQ.

     Isaac estacionou o carro em uma vaga próxima. Antes de sairmos ele se virou para mim — Você tem certeza que não quer vir?

     — Eu realmente não curto muito ficar observando carros parados no meio de um grande salão. — sorri. Isaac revirou os olhos. — Mas eu queria mesmo ir em uma papelaria aqui perto, então posso...

     — Papelaria? É essa sua ideia de diversão? — ele fez uma careta.

     — Gosto de grampeadores coloridos, post-its, adesivos, agendas... — a cada palavra minha a carranca de Isaac ia ficando mais profunda. — canetas brilhantes... Me julgue.

     — Nunca faria isso. — afirmou, mesmo que já estivesse me julgando com os olhos.

     Ele olhou para Nate por cima do ombro. — Vamos, cara?

     Nate assentiu. — Vamos.

     Nós três saímos do carro e caminhamos até a entrada do prédio onde a exposição aconteceria. Não me surpreendeu a quantidade de pessoas que passavam ao nosso redor. Mesmo em um domingo, qualquer centro, em qualquer bairro de Nova York era bastante movimentado.

     — Bom, você sabe onde estaremos. — disse Isaac, se virando para mim. — Caso não nos ache, é só mandar uma mensagem e nos encontraremos aqui.

     Assenti — Tudo bem. — olhei para Nate. Ele estava olhando ao redor de novo. Mãos nos bolsos e expressão vazia. Mas seus olhos demonstravam interesse. — Divirtam-se.

     Eles se despediram e logo depois me deram as costas, subindo os degraus da entrada do prédio. Não me movi, ainda os observando caminharem enquanto conversavam. Perguntei várias vezes a Nate se ele não se incomodaria com as pessoas ao redor, mas ele estava tão empolgado com a ideia de ver vários modelos de carros parecidos com o de Isaac que mal se importou com esse fato. Isaac me garantiu que me ligaria no primeiro sinal de algo errado com ele.

     Quando eles atravessaram a imensa porta e sumiram, desviei os olhos e observei ao redor. De um lado, do outro,.. estiquei meu pescoço para conseguir olhar melhor as pessoas, mas graças a Deus, não parecia ter nenhum fotógrafo por perto. Não consigo nem imaginar o título da manchete se nos pegassem dessa vez.

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