Isaac
Momentos antes...
— Ele vai nos matar, não vai? — perguntou Jake, tranquilamente.
Estávamos inclinados, apoiando os cotovelos no parapeito de vidro da nossa varanda. Ambos encarando os carros passando na avenida sob nós, os prédios ao nosso redor. O vento frio da noite estava fazendo os pelos dos meus braços se eriçarem e o meu cabelo se desgrenhar.
— Talvez. — respondi, assentindo. — Ou ele vai pagar para outra pessoa fazer isso e depois fingir tristeza no nosso funeral.
Jake soltou uma risada e balançou a cabeça — Espero que Em contrate strippers para dançarem em cima do meu caixão.
Meus ombros tremeram com uma risada, imaginando a cara do nosso pai presenciando essa cena. Jake, Emory e eu tivemos uma longa conversa hoje. E decidimos que íamos, de fato, brigarmos com nosso pai para conseguirmos nossa parte das ações.
Eu ainda não havia visto ele desde ontem, quando saiu de sua casa, puto com a nossa irmã. Estava rezando para ter coragem o suficiente para enfrentá-lo, mesmo depois de tudo que fez por mim. Sim, desde que a mamãe morreu ele se tornou um pai horrível e passou a espancar Jake e eu para nos corrigir – ou só descontar suas frustrações – mas ele ainda era o meu pai. Havia me dado tudo que tenho hoje. Educação, suporte, um teto... o que eu faria se não fosse ele?
E agora eu estava maquinando, junto com meus irmãos, arrancar uma empresa pela qual ele dedicou toda sua vida.
Soltei um suspiro e deixei minha cabeça pender entre meus ombros. Eu estava sendo egoísta demais por querer fazer da minha vida o que eu quero? Se Jake me perguntasse isso eu com certeza diria que não. Mas não consigo ver da mesma forma no meu caso.
— Ele bateu em você, não foi? — perguntou meu irmão, um momento depois. Virei meus olhos para ele e o peguei me encarando. — Sei que foi ele.
Merda. Jake não havia tocado no assunto até agora. Provavelmente porque Emory passou o dia todo do nosso lado e só agora foi para o quarto de hóspedes que decidiu que seria seu apartir de hoje.
Olhei para frente de novo — Não foi nada demais.
— Você sempre diz isso. — retrucou, com a voz ríspida. — Quem ele pensa que é? Nós devíamos...
— Esqueça, Jake. — dei de ombros, tentando fingir indiferença — Já foi.
Meu irmão ficou em silêncio por um momento, mas podia sentir seus olhos em mim. Quando percebeu que eu não tinha interesse em continuar o assunto, empurrou o parapeito e entrou na nossa cobertura. Soltei um suspiro e passei a mão no rosto. Droga. Um segundo depois segui para dentro também.
Olhei ao redor e vi Jake de costas para mim, procurando algo dentro da geladeira. As tatuagens na suas costas se moviam conforme seus músculos se contraiam com os movimentos dos braços. O cara era cheio de tatuagens. Combinava com ele. Mas para minha tristeza, Jake adorava desfilar só de cueca na nossa casa. Como se o filho da mãe não sentisse frio.
Me aproximei e sentei no balcão, que ficava no centro da cozinha. — Como foi ontem no trabalho? — perguntei, tentando fazer com que esquecesse do nosso assunto anterior.
— Uma merda, como sempre. — respondeu, abrindo uma latinha de refrigerante e sentando-se ao meu lado. — Mas se está se referindo as fofocas que deviam estar rolando sobre você e Katherine, pode ficar tranquilo.
Fiz uma careta confusa. Fofoca...? Porra. Arregalei os olhos. É claro. Lisa e Ryan viram a nossa ceninha no club naquele dia. Como eu poderia ter esquecido? Será que Katherine sabia? Porra. Abri a boca para perguntar à Jake exatamente o que ele havia respondido. Posso ficar tranquilo? — Como assim? Está querendo dizer que eles não falaram nada?
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Destino
Fanfiction+18 Cenas ilícitas e gatilhos. Katherine é uma jovem de 24 anos que acabou de ser demitida do seu primeiro emprego. Um dia, quando estava voltando para casa, percebeu que um mendigo havia sido espancado no meio da rua e resolveu ajudá-lo. O problem...