Capítulo 5

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Isaac

       
       — Então, está tudo pronto para o desfile da inauguração das roupas do nosso novo estilista? — perguntou Jake, que estava sentado ao meu lado na mesa de reuniões, à Jeremy, que estava há duas cadeiras de distância.

       — Sim, os seguranças, DJ, modelos, buffet. Todos os contratos feito para o evento passaram por uma revisão do senhor Clifford — falou, com um aceno de cabeça na minha direção. Eu assenti e ele continuou — Daqui há três dias o desfile irá acontecer, sem problemas.

      — Ótimo. Então não temos mais o que discutir, ou temos? — perguntou Jake, impaciente, passando os olhos por todos na mesa. Minha boca tremeu com a tentativa de esconder um sorriso.

     Se nosso pai visse como Jake agia nas reuniões da empresa, provavelmente imploraria para que ele fosse embora. Ou faria ele ir em mais, como castigo.

     — Não, senhor. Acabamos. — respondeu Lisa, supervisora geral do andar de marketing de moda e publicidade. E única mulher na mesa. Fiquei surpreso quando fui apresentado à ela. Não consigo imaginar meu pai sequer cogitando a ideia de colocar uma mulher como superior à outros homens.

     Mas até o velho não conseguiu ir contra os fatos de que ela era mesmo uma boa profissional. Desde que a contratou, todas as ideias de marketing foram um sucesso. E os funcionários da área do figurinismo trabalhavam melhor com a supervisão dela.

     — Então podemos voltar ao trabalho — eu disse, e me levantei. Todos levantaram também, alguns apertaram as mãos uns dos outros em despedidas e partiram para suas salas.

    Jake foi o primeiro a sair da sala, segui ele até o elevador e entramos juntos. Ele frouxou a gravata com violência, fazendo uma careta — Odeio a porra dessa gravata e esse terno ridículo. — rosnou, impaciente.

     — Também não gosto. — falei, dando de ombros

    Ele olhou para mim dos pés à cabeça. — Pois não parece. Você, com essa postura reta e rosto de bebê, combina perfeitamente com esse terno de três peças pomposo. — disse, com um sorriso. Fiz uma careta e olhei para mim. Era pomposo?

     Jake riu e me deu uma cotovelada — Isso foi um elogio, relaxe.

    Suspirei e olhei para o meu rolex no momento que as portas do elevador se abriram. Ela já estava aqui. Seguimos pelo corredor que dava para nossas salas, que ficavam ao lado uma da outra. Dividida apenas pela mesa da secretária. Que ficava num vão entre as duas salas.

    A maioria dos escritórios tinham paredes de vidro. Dando um total de zero privacidade. Inclusive a minha e a de Jake. Mas eu sempre deixava todas as cortinas da minha sala fechadas. Bem, até hoje...

     Antes de sair para reunião hoje mais cedo, abri a cortina da parede que dava para a mesa da secretária. Sabia que ela estaria lá quando eu voltasse. E eu estava certo.

      — Uhu, olha quem chegou — disse Jake, olhando para Katherine que estava sentada à sua mesa organizando todos os objetos que ela trouxe e os que já tinha.

     — Estou vendo — falei, e ele lançou um sorriso para mim, levantando uma sobrancelha. O que ele esperava?

     Notando nossa aproximação, Katherine deu um pulo da cadeira, ficando de pé imediatamente e dando a volta na mesa. Paramos na frente dela e ela estendeu a mão para Jake.

       — Olá, é um prazer poder trabalhar com os senhores. — disse ela, educadamente e com um sorriso suave no rosto.

      Jake apertou a mão dela com entusiasmo e deu uma risada — Senhores? Por favor, me chame de Jake. Ou de bonitão, a escolha é sua. — disse, e piscou um olho — Não precisa de formalidades.  Ainda mais com alguém que ajudou o mendigo do meu irmão.

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