CAP 2

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Kiara Carrera

Uma puta dor de cabeça brinca em meu cérebro, eu deveria ter bebido menos, mas só de pensar que minha mãe quer que eu seja como as outras meninas, comportadas e “padrão” me faz querer beber ainda mais. Ela sabe de certas coisas que faço, ela sabe que não sou como as outras mas não sabe de tudo. Ela adora usar de exemplo a menina mais popular da escola, Taylor Hatala.

Só o que ela não sabe que Taylor é conhecida por um apelido carinhoso, Sabonete, sim sabonete, a vadia passa de mão em mão, o único que não usufruiu do seu corpo foi o panacão ao meu lado, Jj nunca deu mole para ela, diz ele que é muito fácil, ele gosta de desafios, isso instiga seu égo, isso é machista pra caralho eu sei mas esse é Jj Maybank.

- À filhinha de mamãe usa uma mascara, na frente dos pais, é santinha mas sozinha faz um estrago.

Diz sarcástico.

- Eu não uso uma máscara, minha mãe sabe de quase todas as coisas que eu faço, só escondo para que ela não sinta tanto arrependimento.

Falo encarando minha mãe conversando com Grace.

- Ela não senti arrependimento.

Fala simples.

- Como você sabe?

Pergunto lhe encarando.

- Ela só quer o seu bem.

Diz simples.

- Desde quando você ficou assim?

Pergunto lhe encarando.

- Também não sei, acho que ainda estou bêbado, me passa esse negócio.

Diz ao pegar a garrafa de água que estou na mão.

- Folgado hein! Falo e ele ri.

- Eu não sou folgado.

Se defende.

- Estou vendo.

Rebato.

- Por favor, pelo menos um dia se quer, tentem manter harmonia no almoço, eu sei que se detestam mas poderiam se detestar um pouco menos durante os almoços de domingo? É pedir de mais?

Minha mãe surge com pratos em mãos os pondo sobre a mesa que estamos sentados.

- Por você Anna, por você.

Diz Jj, as vezes penso que minha família gosta mais dele do que de mim e o mesmo com sua família. Chega a ser engraçado.

- Obrigada querido.

Agradece sorrindo.

- Posso lhe perguntar uma coisa?

Pergunta mexendo na corrente da sua jaqueta de couro.

- Vai em frente.

Feço que prossiga.

- Quando se tornou assim?

Pergunta e um flashback de todos os anos da minha vida passa em minha mente. Bullying, rejeição, xingamentos, proibições.

- Não sei, quando percebi já não era a mesma.

Não extendo a conversa.

- Entendi, e o ódio da Taylor só aumentou depois do que ela fez com você?

Pergunta.

- Onde quer chegar?

Pergunto pois ele nunca fez essas perguntas.

- Em lugar nenhum, só estava puxando assunto.

Diz simples.

Como todos os domingos, esse não foi diferente, só o pequeno detalhe que não estava por dentro, Jj sabe tocar violão, para um ogro como ele, é de se surpreender. Fora isso como os outros domingos.

Estava jogada, sim jogada na cadeira repensando se ter ido naquela festa tinha sido uma boa escolha pois estou destruída quando ouço alguém me chamar e vocês podem adivinhar quem é.

- Kat.

Ele Sabe que eu detesto esse apelido e me chama só por implicância.

- Fala.

Falo cansada me levantando preguiçosamente.

- Você viu o que aconteceu com a Taylor?

Pergunta e nego com a cabeça, eu minto, claro que sei.

- Os pais dela receberam um vídeo dela transando com o capitão do time, ela está tão ferrada.

Fala e me finjo de surpresa.

- Nossa, espero que agora eles destruam o pedestal que criaram para a filhinha perfeita.

Falo voltando a posição que estava antes.

- Você pode enganar qualquer um menos eu Kat, foi você quem mandou esse vídeo para ferrar a vida dela não foi?

Pergunta e me finjo de desentendida.

- Não sei do que está falando.

Falo pondo um pano sobre meu rosto tentando dormir, quando ele não pode mais ver meu rosto sorrio satisfeita.

Eu não sou uma pessoa ruim, só devolvo na mesma moeda. Ela fez eu me sentir a pessoa mais desprezível daquele colégio, me humilhou na frente de todos. Foi aí que a antiga Kiara morreu, a boazinha, com um enorme coração, a que sempre se preocupava com os outros se foi, a joguei em um córrego na floresta.

- Bom trabalho!

Diz ao se retirar.

Até o garanhão aí não gosta da vagabunda, é tão oferecida que chega a dar dó, ela se joga para cima de todos como uma desesperada, mais vagabunda impossível. Eu acho que ela não compra roupas desde os oito anos, usa umas roupas tão curtas que não duvido que seja da sua infância de tão bregas e fora de moda.

Os Cardigans que ela usa para esconder os chupões em seu pescoço nem minha vó usa.Sem falar nas suas "amigas" que parecem aqueles pequenos peixes que seguem o tubarão, comendo os restos que ele deixa pelo caminho. Elas são esses peixes, todos os meninos que ela pega ela compartilha com as amigas, que fofa, sabe compartilhar.

Eu posso estar sendo hipócrita com a pobre coitada, ela só quer acabar na cama de todos os meninos dessa escola. Eu só fico com eles, não os levo para cama, só se eles quiserem claro. Apesar da minha vida ser assim, resumida a festas e ressacas eu não sou uma vagabunda, não vou para cama com qualquer um, quando mais nova, eu era um pouco confesso, mas eu fui entender que isso era coisa de vadia, como a gloriosa Taylor.

Eu fico impressionada como ela não está grávida ainda, teria pena da criança pois obviamente ela não saberia quem seria o pai. Seus pais insistem em me difamar pela vizinhança, me taxar de todos os nomes e pronomes possíveis mas não conseguem ver a sua própria filha, enfim a hipocrisia. Para eles eu transei com todos os meninos da região, só não sabem que sua filha coleciona camisinhas como troféus.

- Você sabe mais merdas dela não sabe? Jj me tira dos meus devaneios.

- Quer saber o relatório da sua próxima peguete Maybank?

Pergunto para implicar, Jj é o único homem que corre de Taylor.

- Ela siguinifica problema e além disso não gosto de quem vem fácil.

Diz sorrindo.

- Eu gosto persistência, tipo gato e rato entendeu? Eu adoro desafios, assim de bandeja eu dispenso.

Cafajeste de quinta.

- Nossa que romântico, fiquei encantada!

Falo debochada com a mão sobre o peito.

- Só não se apaixona!

Diz me fazendo rir, mais cafajeste impossível.

-♡-

Não esqueçam da "⭐" pois ajuda demais e comentem, os comentários me motivam a continuar. ❤

Problem - JiaraOnde histórias criam vida. Descubra agora