Problem - Jiara

CAP 62

Semanas depois...

Kiara Carrera

Não sabia que iria ser tão complicado convercer Jj a usar um smolking novamente, da primeira vez era uma festa a fantasia e agora uma formatura, a ocasião requer tal vestimenta. Ele quer ir com uma calça jeans preta, uma blusa branca, seu casaco de couro preto e um tênis.

Ele fica lindo nessa roupa mas é uma ocasião especial, o baile dos formandos, todos irão vestidos a altura da festa, por mais que ela desdém depois das falas do diretor continua sendo uma festa casual. A quadra onde o baile irá acontecer ficou linda. Não deixamos como dos outros anos, sempre as mesmas coisas, mudificamos alguns detalhes mas não perdemos a essência do Balie.

Luzes giratórias foram postas ao invez do famoso globo, luzes de Led foram colocadas onde fitas de cetim nas cores respectivas. Claro que colocaremos vodka no ponche escondido do diretor, já fizemos isso não outros anos e até os professores beberam e não perceberam.

O DJ da festa já selecionou a playlist que tocará, a entrada já está pronta para as fotos. Quase tudo pronto e Cléo insiste em dizer que falta algo mas revisamos tudo e está tudo nos conformes.

- Eu não sei Kie mas alguma coisa me diz que falta algo. - Cléo diz com os dedos nas têmporas andando de um lado para o outro inquieta.

- Cléo já revisamos tudo cinco vezes, está tudo certo. - Tento acalma-la pois estou ficando tonta de ve-la andar de um lado para o outro.

- É isso! - Ela se vira bruscamente para me olhar.

- O quê foi? - Pergunto ao me sentar na cadeira.

- Eu não tenho um par para o baile! - Diz chocada e sua reação é engraçada.

- Ficou tão ocupada em organizar tudo que esqueceu de arrumar no que vá com você para o baile, isso é tão Cléo - Ela me olha como quem me repreende.

- Ok, o quê eu faço? - Ela pergunta se sentando em minha frente segurando meus braços.

- Eu não sei...

Sou sincera.

- Eu não preciso de ninguém, posso ir sozinha. - Ela diz decidida.

- Isso aí! - Lhe encorajo.

- Mas não vou ter alguém para tirar a foto na entrada. - Diz triste. - Não tem problema, sou bonita e gostosa, uma foto sozinha no baile do último ano ficará linda no meu quadro de fotos. - Ela diz alegre.

- Uma foto sozinha no quadro de fotos. - Ela repete triste.

- Cléo, você estará tão bebada que nem lembrara disso depois do discurso do diretor. - Digo ela da de ombros.

- É verdade, vamos? - Convidei ela para irmos ao shopping comprar os vestidos do baile.

Não usarei os que tenho em uma ocasião especial, essa noite será memorável e tenho que ter um vestido que olhe para ele e flashbacks da noite me fazem sorrir. Os vestidos que tenho já tem muitas histórias em sua bagagem.

Ao chegarmos ao shopping os olhos dela brilham, ela é consumista compulsiva, ela não precisa daquilo mas compra pois em sua cabeça ela pode precisar algum dia. Aí você me pergunta se ela usa e a resposta é não.

A maioria das coisas que ela tem ela comprou por impulso, no calor do momento e depois não gostou.

- Por favor não prove vinte e oito vestidos e não escolha nenhum, só o que peço. - Imploro ao chegarmos na entrada da loja.

- Não posso prometer, vem! - Ela me puxa pelo braço e adentramos a loja.

Ela foi pegando cabides logo na entrada e sinto o que pedi a ela não acontecerá. Olho as araras de roupas mais especificamente dos vestidos, procuro um vestido longo que mostre meus ombros mas deixe minha cintura fina.

Observo alguns mas nenhum me agrada até parar em um vestido com o decote em forte V cor vinho com uma fenda na coxa. O pego e observo a peça, sorrio ao perceber que de primeira já achei o vestido que irei ao baile.

Entro no provador e visto a peça que cai perfeitamente em meu corpo como se fosse costurado a mão para mim, saio do provador encontrando Cléo vestida com um vestido creme mas com cinco ou seis vestidos nas mãos.

- Você ainda não escolheu? - Questino e ela nega.

- Estou em dúvida, esse? - Ela mostra o vestido vermelho tomara que caia aveludado. - Esse. - Ergue um vestido preto justo com uma abertura na coxa direita. - Ou esse. - Ela afasta os vestidos da frente do seu corpo indicando que é o que está vestido.

- O segundo. - Respondo e ela sorri.

- Também achei. - Ela diz animada entrando no provador.

Compramos os vestidos, ao saímos da loja Cléo diz que está com fome e paramos em um café para comermos algo. Volto para casa e me jogo na cama, sempre que faço compras repito um mesmo processo, deito na cama e fico em estado vegetativo por meia hora, não sei explicar o motivo, é automático. A notificação do meu celular me tira de meus pensamentos.

"Não vejo a hora de ir ao baile com você"

A mensagem me faz sorrir, quando ia aos bailes da faculdade ficava bebendo e dançando, não me importava com essas coisas mas agora não vejo a hora de Jj por a pulseira com a flor brega em meu pulso. Estou animada para esse baile, meu primeiro baile namorando e meu último ano na faculdade.

"Também não vejo a hora"

Respondo e sorrio ao pensar que me formarei tendo um namorado. Se me falassem isso alguns meses atrás iria rir até minha barriga doer mas agora me sinto uma adolecente que foi convidada para seu primeiro baile pelo cara que gosta.

Desço as escadas encontrando minha mãe sentada assistindo TV, me junto a ela que assiste um programa de comédia no horário nobre dos canais americanos. Ela sorri ao me deitar em seu colo.

- Onde foi? - Ela pergunta acariciando meus cabelos.

- Comprar o vestido do baile com a Cléo. - Respondo e ela sorri.

- Seu primeiro baile namorado! - Ela diz empolgada.

- Pois é, estava pensando nisso agora, é estranho ter alguém para ir comigo no baile, para por aquela flor cafona no meu pulso. - Digo e ela ri do jeito que descrevi a flor.

- Eu me lembro do meu primeiro baile, guardo a flor até hoje, deve estar em uma das caixas no sótão. Foi memorável, foi onde seu pai me pediu me namoro. - Revela me deixando surpresa.

- E como foi? - Pergunto e ela sorri ao lembrar.

- Depois que o diretor disse as baboseiras de sempre, seu pai me levou até o chafariz e me deu uma moeda e disse para eu fazer um pedido e eu fiz, quando me virei ele estava de joelhos com uma caixinha vermelha em minha frente.

Seus olhos brilham ao contar, pequenas coisas fazem o momento ser eterno e duradouro.

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