12. Ursinho

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Depois de chegar de casa dos pais, Gustavo passou a tarde a descansar, e jogar videojogos.

Tinha saudades da Maiara, mas não quis sufocá-la, então, optou por não lhe dizer nada durante o dia. Também viu que ela estava com a Maraisa, pelas redes sociais, então deixou-a aproveitar.

Tomou um banho tranquilo, ajeitou a barba, e o cabelo. Ele, escolheu para o jantar, umas calças sociais justas, uma tshirt, justa também, e tudo em preto. Por cima, colocou um casaco castanho claro.

Já em outro ponto da cidade, a Maiara passou o fim de tarde a preparar-se para o jantar. A ruiva, fez uma maquilhagem com um delineado carregado no olhar, e deixou os cabelos soltos e ondulados. Colocou uma saia com lantejoulas, em rosa, e uma camisola preta, de manga comprida, bem justa ao corpo.

A campainha de casa tocou, e a ruiva foi abrir. A Maraisa já tinha saído para jantar com uns amigos.

Gustavo: Uau - falou com os olhos abertos quando a viu

Maiara: Tu também estás muito bonito  - deu uma risada tímida

Gustavo: É para ti - sorriu e entregou-lhe uma flor linda e cheirosa

Maiara: Obrigada, é linda - sorriu e aproximou-se dele

Trocaram um beijo, ele segurou-a pela cintura e ela colocou as suas mãos no pescoço dele. Aquele beijo foi demorado, e lento. No final, a ruiva deixou um selinho na boca dele.

Maiara: Se eu soubesse que beijavas tão bem... - deu uma risada e ele acompanhou - vamos?

Ele concordou, e saíram do apartamento, depois de ela ir buscar as suas coisas, e um dos conjuntos moletom que ele lhe tinha emprestado, para lhe devolver.

Entraram no carro dele, e o médico conduziu até ao restaurante que a ruiva tinha escolhido, seguindo as indicações que ela lhe ia dando. A engenheira, escolheu um restaurante italiano.

Gustavo: Italiano, boa escolha - sorriu

Maiara: Eu sou assim, tenho bom gosto - deu uma risada e piscou para ele

Entraram no restaurante, pediram vinho para ambos, e depois fizeram os pedidos dos pratos. Conversaram sobre o dia deles. O Gustavo contou como tinha passado, até meio da tarde, tempo com os pais e a irmã. A Letícia, era uma das paixões do médico, que babava muito nela. A diferença de idades eram muita, e muitas vezes ele sentia-se como um pai, para ela.

Gustavo: Os meus pais adotaram-na - sorriu - os pais biológicos dela faleceram, em um acidente de carro, quando ela era uma bebé de poucos meses, e o meu pai, estava na equipa que socorreu o acidente - a mulher olhou confusa - ele é médico socorrista - sorriu - quando os meus pais perceberam que ela tinha ficado sem família, acolheram-na e depois adotaram-na - suspirou - depois do meu irmão, eles não punham a hipótese de ter mais filhos

Maiara: Desculpa, eu não sabia que tinhas outro irmão - sorriu sem jeito

Gustavo: Tenho, quer dizer, tinha - sorriu de canto - tínhamos 2 anos de diferença, ele era mais novo. Em pequeno, teve leucemia e não resistiu. Lembro-me muito pouco, porque eu também era pequeno

Maiara: Agora entendo, porque és tão humano, e tão bom médico, com as tuas crianças - sorriu e fez-lhe um carinho na mão

Gustavo: Porque vejo os meus pais e a dor deles - sorriu - por isso é que sempre me esforcei para ser médico oncologista, queria ajudar famílias, como alguém tentou ajudar a minha

Maiara: Tens um coração tão bonito, Gustavo - sorriu com algumas lágrimas nos olhos que tentou disfarçar

Ela levantou-se e abraçou-o com carinho, deu-lhe depois um selinho, e voltou a sentar-se.

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