27. Flores

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Era sexta à hora de almoço, a ruiva estava com alguns colegas a almoçar, em um restaurante perto da empresa onde trabalhava.

X: Qual das senhoritas se chama Maiara? - apareceu uma funcionária na mesa

A ruiva identificou-se.

X: Entregaram isto para si - sorriu

A mulher, esticou-lhe um ramo de flores, maravilhoso e delicadamente embrulhado em um papel castanho. Dentro do ramo de flores, havia um pequeno envelope. Ela abriu-o.

"Jantas comigo, esta noite? Beijo de saudades 🤍"

A ruiva sorriu com aquilo e pegou no telemóvel, sobre o olhar e brincadeiras dos colegas que estavam com ela. Afastou um pouco.

Chamada On

Gustavo: Boa tarde, senhora engenheira - dava para notar o sorriso dele

Maiara: As flores são lindas - sorriu

Gustavo: Flores? Não sei do que falas - deu uma risada - fico feliz por teres gostado

Maiara: Agora vou ter ouvir os meus colegas, não é? - brincou

Gustavo: Bom, isso não será mau se aceitares o convite. Aceitas?

Maiara: Aceita, sim

[...]

Gustavo: Então, até logo e bom trabalho, ruivinha

Maiara: Até logo, e bom trabalho para ti - falou simpática

Chamada Off

Depois de falar com o médico, ela voltou à mesa e terminou o almoço. Apesar de alguns comentários dos colegas, eles estavam felizes porque a engenheira estava feliz. Eles sabiam o que lhe tinha acontecido.

Depois do trabalho, a ruiva seguiu até casa com o seu ramo de flores.

Maraisa: Flores? - sorriu

Maiara: Do Gustavo - sorriu sem jeito - mandou entregar no restaurante onde eu estava a almoçar

Maraisa: Que romântico, o doutor - brincou - são muito bonitas

Maiara: Pois são - sorriu e olhou para o ramo na sua mão - e traziam um bilhete

Mostrou o bilhete à amiga.

Maraisa: Jantarinho e tudo - sorriu - que romântico

Maiara: Ele faz-me sentir tão bem - sorriu de canto

As duas conversaram um pouco, na sala de casa.

Maiara: No domingo estava a pensar ir visitar a sepultura do Matias. Faz um ano que ele... - suspirou

Maraisa: Eu posso ir contigo, Mai - abraçou-a com carinho

Maiara: Se eu não o tivesse perdido, ele estava quase a fazer 1 aninho - chorou um pouco - talvez já balbuciasse alguma coisa, ou já andasse a gatinhar pelo chão - sorriu no meio do choro - já me chamava mamã numa língua só dele. Custa-me tanto - caiu em um choro compulsivo

Maraisa: Meu amor - abraçou-a com carinho e todo o seu coração

A ruiva chorou nos braços da amiga durante muito tempo. A dor da perda do filho era muito grande. A engenheira, sentia-se culpada pelo que aconteceu, mesmo sabendo que foi um acidente, e que o culpado disso foi o carro que bateu no dela. Mas a culpa que carregava no peito, tinha-a sempre. Achava sempre que podia ter saído mais cedo ou mais tarde do trabalho, e talvez assim tivesse evitado o acidente.

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