Quando a campainha tocou novamente, em casa da engenheira, ela respirou fundo. Já suspeitava quem estava do outro lado.
Ao abrir a porta, viu o Gustavo, que segurava um ramo de flores à frente da cara. Ela abriu um sorriso tímido, e voltou a fechar a cara. Não ia ceder tão facilmente.
Gustavo: Oi - tirou a cabeça de trás do ramo de flores e deu um sorriso tímido
Maiara: O que estás aqui a fazer? - manteve a pose séria e cruzou os braços à frente da porta
Gustavo: Vinha saber a resposta ao que perguntei no cartão - sorriu de canto - e entregar-te isto - esticou-lhe o ramo de flores
Era um ramo com rosas brancas e algumas folhas verdes. Um ramo lindo e que cheirava muito bem.
Maiara: Obrigada - segurou o ramo e forçou-se a ficar séria
Gustavo: De nada, espero que gostes - sorriu sem jeito - e então? - perguntou na expectativa
Maiara: Entra - saiu da frente da porta e deu-lhe passagem
Quando ele passou, ela sentiu o perfume dele e uma sensação boa apareceu no estômago dela. A ruiva, estava a controlar-se imenso para não saltar para o colo dele e matar as saudades que sentia do médico.
Maiara: Podes sentar-te - falou, apontou para um dos sofás e sentou-se em outro sofá
A ruiva, pousou a caixa e as flores na mesa da sala, e esperou que ele falasse. Ele, sentia-se intimidado pelo olhar sério, e a sobrancelha arqueada dela.
Gustavo: Mai - respirou fundo - a mulher que viste comigo é só uma colega de trabalho, não é mais nada além disso. Ela trabalha no mesmo piso do Henrique, e conheci-a no hospital em uma das pausas em que o encontrei - a ruiva encostou-se no sofá e ouvia atentamente - eu não tive nada com ela
Maiara: Gustavo, eu vi-a pendurada no teu pescoço, e vi a forma como ela te olha, e não me digas que eu vi mal, sabemos que eu vi muito bem. Além disso, ela não te beijou ontem à noite, por milímetros. Eu vi, ninguém me contou - respirou fundo e tentou manter a calma - mas nós não temos nada, é uma ficada, não é? Ou era...
Gustavo: Ela insinuou-se, sim. E ao início tentei ser simpático, mas tive de a afastar, e ser mais grosso com ela - respirou fundo - tens de acreditar em mim - pediu - o Henrique pode confirmar tudo, ele sabe
A forma como ele estava a falar, decidido, mas ao mesmo tempo triste, estava a fazer toda a certeza da Maiara, vacilar. Ela, levantou-se do sofá e foi até à janela.
Maiara: Eu saí 2 semanas, quando cheguei, queria ver-te, fui ter contigo e a primeira coisa que vi foste tu com ela, pendurada do teu pescoço e a comer-te com os olhos - falou séria - que grande recepção - disse irónica
Gustavo: Desculpa, eu só estava a ser simpático com ela - suspirou - mas ela abusou disso. Eu já deixei bem claro que não quero nada com ela
Maiara: Porquê? És solteiro, não deves nada a ninguém - falou grossa de costas para ele
Gustavo: Sim, eu sou solteiro, e não devo nada a ninguém - ela sentiu que ele se estava a aproximar - mas eu só quer ter alguma coisa com uma pessoa - fez uma pausa - e essa pessoa está à minha frente
Ele segurou os ombros dela, e a ruiva podia sentir o calor que vinha do corpo dele.
Gustavo: Mai, desculpa, eu não te queria magoar - falou mais baixo
Nesse momento, a engenheira estava totalmente no chão. Só lhe apetecia abraçá-lo, beija-lo e matar todas as saudades que tinha.
Gustavo: Eu já estava a contar os dias para te ver outra vez - falou baixo - mas tudo bem, eu compreendo, tens toda a razão em estar triste e magoada - suspirou e ela sentiu que ele se afastou - lamento muito

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Contramão
FanfictionMaiara, uma engenheira cheia de gavetas desarrumadas na sua mente, encontra em Gustavo o ombro amigo que lhe fazia falta, para voltar a sorrir depois da sua vida ter sido virada do avesso. Além de uma bela amizade, haverá espaço para algo mais? Fiq...