Contramão

54. Alta

No dia seguinte, pela tarde, a ruiva teve alta do hospital.

Danilo: Maiara, eu vou querer ver-te daqui a uma semana, e até lá, não podes entrar em situações de stress - sorriu - precisas de repouso e máxima tranquilidade possível

Maiara: Eu vou tentar, sim - sorriu de canto - obrigada, Danilo

Depois de o médico sair, ela voltou a ficar com a Maraisa.

Maraisa: Amorzinho, a Marília está à nossa espera - deu-lhe beijinhos na cabeça - como viemos com o Henrique, não tinha o meu carro

Maiara: Obrigada. Não sei o que seria de mim sem ti - abraçou-a

Maraisa: A tua vida ia ser uma seca sem mim - brincou - até ao fim juntas, meu docinho

A ruiva trocou de roupa, e saíram as duas pelo corredor. A ruiva ia com o braço entrelaçado no da amiga enquanto conversavam. Quando iam a chegar perto do elevador, a Laura parou ao lado delas.

Laura: Bom dia - falou com um sorriso irónico

As duas amigas trocaram um olhar, a Maraisa cerrou os dentes e segurou a amiga pela cintura, dando-lhe apoio.

Laura: Voltou ao hospital, engenheira? - falou cínica

Maraisa: A doutora precisa de alguma coisa, ou está a provocar só porque gosta de lançar veneno? - falou com fúria

Laura: A provocar? Eu?

Maraisa: Além de venenosa, é sonsa. E eu tenho pouca paciência para gente sonsa - arqueou a sobrancelha

Laura: Esse é um problema que não é meu - ironizou

Maraisa: Mas vai passar a ser, quando eu lhe der com a minha mão na cara - falou séria e a outra deu um passo atrás - aí, vai ser a doutora a precisar de ajuda do hospital, para consertar os estragos que tenho vontade de fazer nessa cara de cobra

Laura: As melhoras, engenheira - falou irónica

Maraisa: Vai-te f...

Maiara: Para - falou baixo para a amiga - por favor

O elevador abriu as portas e as duas entraram.

Maraisa: Venenosa - falou antes da porta fechar - estás bem?

Maiara: Sim, eu tenho de pensar em mim, e na bebé - falou baixo e limpou algumas lágrimas

Maraisa: Vai correr tudo bem - abraçou a ruiva e deu um beijo na cabeça dela

Saíram do elevador e a Marília estava por perto. Quando as viu, foi na direção delas, e abraçou a Maiara.

Marília: Estás melhor? - falou amorosa

Maiara: Sim, obrigada por teres vindo e pela ajuda

Marília: Não precisas de agradecer - sorriu - o carro está ali na porta - apontou

Quando iam a sair do hospital, cruzaram-se com o Gustavo, que ia entrar no plantão. As olheiras dele eram carregadas, e sinónimo de poucas horas de sono.

Gustavo: Boa tarde - falou baixo - fico contente por já ires para casa

Maiara: Está tudo bem com a bebé - falou séria - quando tiver alguma consulta sobre a gravidez aviso-te

Virou as costas e saiu na direção do carro, seguida pela Marília.

Gustavo: Mara...

Maraisa: Desiludiste-me muito - falou séria

Gustavo: Eu sei que é difícil de acreditar mas, eu não fiz nada daquilo. Eu não trai a Maiara

Maraisa: É difícil acreditar nisso, mesmo