1. Mudança

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Oi, gente! Começo hoje uma nova história no meu perfil, espero que gostem e que dêem uma oportunidade à fic.

Boa leitura

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Mais um dia começava para o oncologista Gustavo. O jovem médico, trabalha no hospital de oncologia, e é investigador, na área da oncologia pediátrica, também.

Apesar de ser muito reconhecido profissionalmente, Gustavo era muito solitário. A sua última relação amorosa terminou há mais de 1 ano, e desde aí que têm vivido para as suas crianças.

Depois de um dia a trabalhar no laboratório do hospital, o médico foi até casa, tomou um banho, comeu algo rápido e seguiu, de volta, para o hospital. Conduziu com a sua música no rádio do carro, enquanto via a agitação de final de dia, na cidade. Todas aquelas pessoas se estavam a preparar para voltar a casa, depois de um dia de trabalho, já ele, ia começar um novo plantão, que prometia ser de emoções. Era sempre, e Gustavo tinha aprendido a gerir as suas emoções. Trabalhava com crianças, e famílias, frágeis emocionalmente, e nem sempre tinha boas notícias a dar.

Estacionou, no parque do hospital, e entrou até ao seu piso.

Gustavo: Boa noite, Marcela - sorriu - preparada para uma grande noite?

Marcela: Boa noite, Gustavo - sorriu de volta - esperemos que seja uma noite tranquila

Gustavo: Vou trocar de roupa, e ainda vou comer, antes de começar, está bem? - sorriu

Saiu até ao balneário, trocou de roupa, vestiu a sua farda de médico, e seguiu até a um dos andares de baixo, onde era a cantina do hospital. Pediu uma refeição e comeu com calma, tinha chegado cedo.

Quando subiu, no elevador, encontrou Henrique, um amigo médico, que trabalhava em outro piso do hospital. Combinaram de se encontrar em uma folga de ambos para conversar e relaxar um pouco.

Recebeu as informações do colega que ia render, e sentou-se na sua sala a analisar alguns casos de pacientes seus, que precisavam de atenção.

Estava envolto no seu trabalho, quando foi chamado por uma enfermeira.

Enfermeira: Doutor - entrou de rompante - a Maria Eduarda precisa de si

Ao ouvir aquilo, ele saiu a correr da sala e foi direto ao quarto onde estava a menina.

Gustavo: Boa noite - entrou apressado no quarto e falou para a mãe da menina que estava ali - conte-me o que aconteceu

A Maria Eduarda, era uma menina de 10 anos, que era seguida pelo Gustavo desde o seu início naquele hospital, há uns anos. Sofria uma leucemia grave, por várias vezes esteve perto de a perder, mas conseguiu sempre ajudá-la.

Ele percebe que a menina está em paragem cardíaca, e com a sua experiência, chamou os seus auxiliares, e pediu que tirasse daquele quarto a mãe da menina.

Durante os longos minutos que se seguiram, entraram numa grande azáfama para tentar salvar a vida daquela criança, que dependia deles para voltar à vida.

Enfermeira: Doutor...

Gustavo: Eu sei, enfermeira - respirou fundo

Preparou-se para fazer aquilo que nenhum médico quer, dar a notícia à família, de que não conseguiu salvar o seu paciente. Saiu do quarto da pequena, e foi ter com a mãe, que já conhecia bem, pelos anos de luta.

Sentou-se ao lado dela, e deu-lhe a notícia. Abraçou-a depois, e confortou aquela mãe, que tinha acabado de perder a filha, depois de tanta luta.

Depois de algum tempo, o médico sentou-se na sua sala e tentou recompor-se do que tinha acabado de acontecer. O resto do plantão, foi passado com alguma calma, e no final dele, passou tudo ao colega seguinte. Foi até balneário do hospital, e trocou de roupa.

Foi até casa, tomou um banho rápido e frio para se manter alerta, colocou o equipamento de desporto, e foi correr para a beira mar. Correu por mais de 1 hora. Estava envolvido nos seus pensamentos, e na música dos seus auscultadores, quando viu uma mulher, sentada no areal, e parecia com algumas dores. Vestiu a sua capa de médico e correu até lá.

Gustavo: Olá, não te quero assustar, mas parece que precisas de ajuda - sorriu simpático

X: Olá, acho que me consigo virar - falou com uma expressão de dor

Gustavo: Eu sou médico - sorriu - deixa-me ajudar-te. Sou o Gustavo, muito gosto

X: Sou a Maraisa - sorriu de leve

Segurou com calma o pé da mulher.

Gustavo: Muito bem, Maraisa. Parece que temos aqui uma pequena entorse no tornozelo - sorriu - não parece nada de grave

Maraisa: Preciso de ir ao hospital? - falou com calma

Gustavo: Não, para já, apenas repouso e gelo, está bem? - sorriu - levanta-te, eu ajudo-te

Maraisa: Obrigada - sorriu e apoiou-se no homem

Gustavo: Vives perto? - ela olhou-o de canto - só quero ajudar

Maraisa: Não vivo muito longe - sorriu

Gustavo: Posso oferecer-te uma boleia, até casa? O meu carro está ali - apontou

A mulher aceitou, e entrou no carro do médico, que depois foi até ao lugar do condutor. Seguiu as indicações da morena, e pouco depois estacionou no prédio dela.

Maraisa: Obrigada, pela ajuda - tentou sair do carro

Gustavo: Deixa-me ajudar-te até casa - saiu do carro e deu a volta

Segurou a mulher em volta do tronco e ela apoiou-se no ombro dele. Subiram no elevador, e pararam perto da porta do apartamento, a mulher abriu e entraram. Ele ajudou-a a sentar-se no sofá.

Gustavo: Não te esqueças de gelo e repouso, está bem? Se não melhorares o melhor é ires ao hospital - falou simpático

Maraisa: Obrigada pela ajuda, Gustavo - sorriu simpática

X: Bom dia - entrou uma mulher na sala, ainda em pijama - podias ter avisado que tinhas companhia

Maraisa: Gustavo, é a Maiara, a minha melhor amiga - sorriu - torci o pé a correr e o Gustavo ajudou-me

Maiara: Torceste o pé? Como estás? Já foste ao hospital? - baixou-se ao lado da amiga

Gustavo: Para já não há necessidade de ir - sorriu - sou o Gustavo, muito gosto - sorriu e estendeu a mão à mulher

Maiara: Igualmente - respondeu séria

Maraisa: Obrigada pela ajuda, mais uma vez - sorriu

O médico, deixou o seu contacto com a morena, e despediu-se das mulheres. Saiu em direção a casa, onde tomou um duche. Voltou ao laboratório do hospital, onde trabalhava em investigações contra o cancro.

Já em casa de Maraisa e Maiara, a ruiva cuidava da amiga, que estava em repouso por causa do pé.

Maraisa: Tinha de ficar assim, logo agora que te mudaste para cá - falou aborrecida

Maiara: Acontece, amiga, não faz mal. Se correr tudo bem, vamos ter muito tempo para aproveitarmos a cidade

Maraisa: Lá isso vamos - brincou - como te tens sentido?

Maiara: Ainda é tudo recente, a mudança - sorriu de canto - mas sinto que a mudança me vai fazer bem e que vou ficar melhor. Estou ansiosa por começar a trabalhar, também

Maraisa: Estou sempre contigo - abraçou a outra

As duas, eram amigas há muitos anos, e mesmo quando Maraisa se mudou de cidade, o laço não foi perdido. Maraisa, era uma arquiteta de sucesso, já Maiara, era uma engenheira química competente e reconhecida pelo seu bom trabalho.

As mudanças na vida de Maiara começaram há uns meses, e a mais radical foi mesmo recomeçar a sua vida, depois de tanta turbulência, perto da sua melhor amiga.

Apesar de, interiormente, se sentir ainda triste e muito em baixo, sentia-se esperançosa de que aquela mudança representasse coisas boas na sua vida.

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