17. Mau timming

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Quando o Gustavo ia a sair do hospital, depois do plantão, no domingo à tarde, só pensava em mandar uma mensagem à Maiara. Saber se já chegou e quando se podiam ver. Estava cheio de saudades da sua ruiva, que não era totalmente sua, porque só ficavam.

Ia no elevador, quando encontrou a Laura. A médica, colega do Henrique.

Laura: Parece que o destino insiste em nos encontrarmos - sorriu dentro do elevador

Gustavo: Ou talvez trabalhemos só no mesmo sítio - sorriu de canto e simpático

Laura: Ou isso, sim - sorriu de canto - correu bem, o plantão?

Gustavo: O costume - sorriu - foi atarefado, por isso, alguém precisou de meus serviços, o que não é completamente bom

Laura: É verdade, mas faz parte do nosso trabalho, não é? - sorriu e aproximou-se um pouco dele - estava a pensar ir tomar alguma coisa à beira mar

Gustavo: Acho que fazes muito bem, aproveita para descansar - sorriu simpático

Laura: Só não queria ir sozinha, queres vir comigo? - sorriu

Gustavo: Já tenho coisas combinadas hoje, fica para outra vez - sorriu afável

Laura: Estou a ver - falou já à saída do hospital - fica bem, então. Gostei de te ver - segurou o ombro dele e deu-lhe um beijo na cara

O homem saiu em direção ao seu carro. Viu o telemóvel e estranhou não ter nenhuma mensagem da Maiara, a última tinha sido dela a avisar que já tinha aterrado, mas não tinha mais nada. Pensou que ela estivesse a dormir, e a descansar da viagem, ou então a contar todos os pormenores à Maraisa. Aquelas duas, só lhes faltava terem nascido do mesmo útero.

Nessa altura, a engenheira foi até sua casa, destruída com aquilo que tinha visto à porta do hospital. Deitou-se no sofá da sala.

Maraisa: Mai, está tudo bem? Voltaste rápido - apareceu do escritório

A morena sentou-se ao lado da amiga que estava com uma cara triste.

Maiara: Ele estava com outra - falou com o olhar no horizonte, da janela - aquele traste estava com outra, aos risinhos

Maraisa: Com outra? Como assim, com outra? Eu parto-o ao meio - falou com os olhos a fumegar

A ruiva contou à amiga aquilo que tinha visto na porta do hospital.

Maraisa: Mai, pode não ser aquilo que achas que é - falou com calma - eles podem ser só colegas

Maiara: Eu vi como ela olhou para ele - falou rápido - e não me venhas com isso, sabes tão bem quanto eu o quanto alguém pode ser insinuante. Ela estava a comê-lo com os olhos. E ele com o sorriso na cara - bufou - traste

Maraisa: Mai, eu acho que estás com uma carga enorme de ciúmes - sorriu contendo a risada

Maiara: Eu não estou com ciúmes - cruzou os braços

Maraisa: E até podes ter razão, mas não viste nada em concreto. Além disso, foi ela que se insinuou a ele, se ele não fez nada, então é inocente, não achas?

Maiara: Ele deixou, por isso, mesmo que não tenha feito nada, não é inocente - a voz dela era de raiva

Maraisa: Pronto, está bem - fez um carinho na amiga - porque é que não falas com ele com calma?

Maiara: Eu não quero falar com ele - falou brava - eu sei que não temos nada, mas eu vinha com saudades dele, queria fazer-lhe uma surpresa e entregar-lhe um presente, e quando chego, vejo-o aos abraços com outra - revirou os olhos - não o quero ver, ele que fique com a amiguinha nova

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