47. O tempo

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Todos os dias, o Gustavo se mantinha ao lado da namorada, ele vivia naquele hospital. Quando não estava de plantão, ficava no quarto da namorada.

Já tinham passado 2 semanas desde o acidente com a Maiara. Eles ainda não tinham descoberto quem a tinha deixado naquele estado, apesar de o caso estar com a polícia.

A barriguinha dela estava a crescer e já dava para notar. A médica, fazia ultrassons dia sim, dia não, para garantir que estava mesmo tudo bem com o bebé.

Helena: Olha, está a chuchar no dedinho - sorriu e mostrou no ecrã, ao amigo

Gustavo: Queria tanta que ela visse - sorriu de canto com os olhos marejados

Helena: Vou entregar-te todos os ultrassons, e vais poder mostrar-lhe, depois - sorriu com compaixão

Eles não sabiam se isso ia acontecer, e se a Maiara ia acordar, mas o Gustavo recusava-se a deitar a toalha ao chão.

Helena: E o coração bate saudável - sorriu e carregou no botão

Pelo quarto, ouviu-se o coraçãozinho daquele bebé que era a esperança que restava ao Gustavo.

Gustavo: O melhor som do mundo - sorriu com lágrimas a cair dos olhos

Helena: O vosso filho, está agarrado à vida - confortou o amigo

Gustavo: Espero que isso lhe dê força a ela - sorriu

A médica saiu, e voltou a deixar o homem sozinho. Ele conversava com ela, sabia que, provavelmente, a ruiva não o ouvia, mas era uma forma de manter-se desperto. Ele estava encostado na poltrona, com os olhos fechados, enquanto tentava descansar um pouco, quando ouviu batidas na porta.

Henrique: Mano, preciso que venhas aqui fora - falou sério - é importante

Gustavo: Venho já, princesa - deu um beijo na namorada

Saiu até ao corredor e a cara do Henrique não lhe estava a agradar.

Henrique: Vamos à rua, está bem?

Gustavo: O que aconteceu, Henrique? - falou nervoso

Henrique: Falamos la fora, está bem? - sorriu - e não houve alterações com a Maiara, ou com o bebé

O médico seguiu o amigo, e saíram da porta do hospital, até ao jardim. Quando estava a entrar nele, o Gustavo ouviu a Maraisa.

Maraisa: Eu vou matar aqueles traste, aquele verme, eu juro que o encontro, e que o mato - ela estava alterada e o Gustavo não estava a entender nada

A Maraisa deu um soco em um banco de jardim e fez um pequeno golpe na mão que sangrou na hora.

Gustavo: Mara, o que aconteceu? - perguntou enquanto olhava para a mão dela

Ela deitava fogo dos olhos. Estava alterada e cheia de raiva.

Henrique: Mano - falou para o amigo - a polícia encontrou quem fez isto à Maiara

Nesse momento ele conseguiu juntas as peças todas e entendeu.

Gustavo: Não, diz-me que não foi ele - falou para o amigo

Henrique: A polícia conseguiu encontrar as pessoas que encontraram a Maiara, e que ligaram para a emergência - falou com calma - elas também descreveram a pessoa que lhe bateu e, enfim...

Maraisa: Aquele verme está preso, mas se eu o apanho, eu mato-o, eu juro que o mato - na voz dela só se notava raiva

O Gustavo ficou sem reação.

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