45. Chamada

252 22 27
                                        

Alerta de gatilho ⚠️

Aí gente, este capítulo...

———————————————————

Os dias seguiam, a Maiara trabalhava, e todos os dias o Gustavo a encontrava, ou ela o ia ver a casa, ou até ao hospital.

Quando era possível, continuavam a fazer o voluntariado no piso. Era algo que o Gustavo gostava muito de fazer, e a ruiva gostava muito de acompanhar.

Era sexta, a ruiva depois de sair do trabalho, decidiu dar uma caminhada, como gostava tanto de fazer. Colocou uma roupa confortável, os auscultadores nos ouvidos, e saiu de casa. Avisou o Gustavo, que entretanto saia do plantão, para que se encontrassem depois em casa.

A ruiva, caminhou um pouco pela cidade. Era inverno, e não havia muita gente na rua. Perdida entre os seus pensamentos, ela andou por algum tempo.

Pela cabeça dela, passavam planos para o futuro, planos para o filho que ia ter com o Gustavo. Ela estava com 3 meses de gravidez, estava tudo a correr muito bem. Os enjoos, e má disposição, já tinham atenuado um pouco, ela sentia-se melhor fisicamente.

As inseguranças dela, continuavam lá, mas surgiam menos vezes na sua mente e, para que isso acontecesse, para muito contribuía o namorado. Ele estava ao lado dela em tudo, preocupava-se muito, queria que ela se sentisse bem e apoiada. A família do Gustavo também a ajudava muito. A Letícia era um amor com ela, estava sempre a fazer perguntas, dava-lhe mimos, e os sogros, eram preocupados e queriam que tudo corresse bem. Ela sentia o quanto o bebé era amado.

Enquanto se perdia nos seus pensamentos, ela caminhou, como quase sempre, na direção da praia.

Caminhava pelo areal, quando se sentiu puxada por um braço.

Fernando: Vadia - rosnou

Maiara: Larga-me, Fernando - falou a medo e já com lágrimas a formarem-se nos olhos

Fernando: Largo-te? Mas quem é que achas que és para me dares alguma ordem?

Maiara: Larga-me, por favor, estás a magoar-me

Fernando: Ainda não viste nada, vagabunda - apertou mais o braço dela e acertou-lhe um tapa forte na cara

A ruiva, sentiu sangue na boca, pela força com que ele lhe bateu.

Fernando: Deixaste o meu filho morrer, e agora engravidas de outro?

Maiara: Para, por favor, eu não quis que o Matias morresse. Ele era meu filho, Fernando - falou entre lágrimas

Fernando: Não perdeste tempo, em engravidar de outro - falou com raiva e voltou a bater-lhe

Maiara: Por favor, deixa-me ir embora, Fernando

Fernando: Não vales nada, nunca valeste - rosnou para ela - não passas de uma boa foda, mais nada. Vais pagar-me, por teres deixado o meu filho morrer, e aquilo que eu sinto, vou fazer questão que aquele imbecil sinta, também

Nesse momento, a ruiva gelou inteira. Ela sabia o objetivo do Fernando.

Maiara: O Gustavo não tem culpa de nada, e este bebé também não, Fernando - chorou

Ele batia-lhe, e ela sentia a cara arder, o sangue na boca, e as lágrimas caiam sem parar. Pela cabeça dela, só pedia que não acontecesse nada de mal aquele bebé.

Ela caiu no chão sem força, sentiu um forte pontapé na zona abdominal, que a fez cuspir sangue. Depois disso, tudo apagou, e ficou escuro.

Já em outro ponto da cidade, o Gustavo saiu animado do hospital. Viu a mensagem da namorada, e ele sabia que ela se distraia nos seus pensamentos, sempre que saia para caminhar. Certamente ainda não estaria em casa.

Contramão Onde histórias criam vida. Descubra agora