67. Apresentação

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Os dois amigos, seguiram com o delegado até um hospital relativamente próximo, mas não era aquele em que o Gustavo trabalhava.

D. Huff: Esperem aqui, já venho ter convosco - falou e foi em direção do balcão

Maraisa: Que merda, porque é que ele não nos diz nada? - bufou

Gustavo: Sinto um aperto tão grande no peito - falou baixo

Eles ficaram abraçados durante alguns minutos. O apoio um do outro, estava a ser o que os ajudava a suportar tudo o que estava a acontecer com a Maiara.

D. Huff: Venham comigo - falou na frente deles

Os dois, seguiram atrás do delegado, que continuava sem lhes dar muitas pistas, ou informações. Entraram em um elevador e ele apertou um dos botões. Quando as portas abriram, perceberam que estavam na ala da maternidade e pediatria. Ficaram nervosos. O delegado, levou-os até um berçário, onde estavam vários bebés.

D. Huff: Doutor, apresento-lhe a sua filha - sorriu para o homem

Na frente deles, estava uma bebé, pequenina, com os cabelos escuros, que dormia serenamente. O médico caiu num choro, no momento em que olhou para a filha, tremia pelos nervos, mas tinha um sorriso tímido nos lábios.

O médico, debruçou-se sobre o pequeno berço, e sentia a Maraisa ao lado dele.

Gustavo: Olá, meu amor - limpou as lágrimas e falou para a filha - que bom, saber que estás connosco, bem vinda, minha filha - deu um beijinho na cara da menina - como é que ela está?

X: Olá, colega - falou enquanto se aproximava - o meu nome é João, lamento que nos estejamos a conhecer nestas condições - cumprimentou os dois - a bebé está bem, é uma lutadora - sorriu - apesar de tudo, ela está ótima e saudável

Gustavo: Que bom - chorou de alívio - posso pegar-lhe?

O médico concordou e o Gustavo pegou na filha. Inicialmente a menina chorou.

Gustavo: Olá, princesa - falou baixo para ela - que bom conhecer-te - a menina parou de chorar

Maraisa: Já te conhece - sorriu ao lado dele, com os olhos cheios de lágrimas

Gustavo: É a tia Maraisa - sorriu para a menina e depois para a morena

A mulher, fez um carinho na cara da menina. O Gustavo ficou a embalar a filha.

Gustavo: E a Maiara? - perguntou preocupado

O delegado e o médico trocaram um olhar.

João: Com a mãe, o cenário é diferente - suspirou

Gustavo: Não me escondam nada

João: Venham comigo à minha sala - pediu calmamente

Os quatro, saíram pelos corredores até à sala do médico. O Gustavo e a Maraisa, olhavam para algumas portas abertas, na esperança de verem a Maiara em alguma delas, mas sem sucesso.

Depois de entrarem e se sentarem, o médico falou.

João: A Maiara teve um parto forçado - suspirou - primeiro, tentaram provocá-la com um medicamento, mas como a bebé ainda não estava posicionada para nascer, isso não aconteceu e, felizmente, no meio de tudo, tomaram a boa decisão de tentar uma cesariana

Maraisa: Porquê uma boa decisão? - perguntou confusa

Gustavo: Suponho que a bebé estivesse em sofrimento - falou baixo e com os olhos marejados

João: Exato - concordou - se tivessem esperado mais alguns minutos, ela não tinha sobrevivido

Maraisa: Aquela... - ia falar alto, mas acalmou-se a tempo e lembrou-se onde estava

João: Bom, não há uma forma fácil de dizer isto, e lamento muito - falou com compaixão - ela perdeu muito sangue, tivemos de fazer várias transfusões e, quando ela chegou cá, vinha sem sinais vitais

O Gustavo e a Maraisa caíram os dois no choro.

Gustavo: Ela... - falou entre lágrimas e respirou fundo - ela está viva?

João: Está, mas está em coma. Não sabemos quando, ela vai acordar

Depois de algum tempo, e depois de o médico da Maiara os colocar a par de tudo, os dois saíram da sala do médico. O Gustavo saiu apressado na direção da rua, com o delegado e a Maraisa no seu encalço.

Gustavo: Filha da mãe - chorou em desespero e deu pontapés em um muro - como é que alguém é tão cruel? Como? Ela torturou-as...

Ele estava enraivecido e totalmente fora de si.

D. Huff: Doutor, eu sei que não é uma situação fácil, mas a sua namorada e a sua filha precisam de si

Maraisa: Tens a Júlia, lá em cima - abraçou o amigo - e a Mai também precisa de ti. Acalma-te, por favor

Os dois choravam.

Gustavo: É tão bonita, a Júlia - deu um sorriso

Maraisa: Pois é - sorriu para o amigo em meio de lágrimas - e precisa do pai. Além disso, a nossa Maiara também precisa de ti

Os dois apoiaram-se durante bastante tempo. O choro deles acalmou algum tempo depois. Eles ainda não podiam estar com a Maiara, ela estava nos cuidados intensivos e sem visitas. De qualquer maneira, puderam subir e vê-la através de um vidro. A ruiva, estava em uma cama, rodeada de fios e máquinas, totalmente adormecida.

Gustavo: A minha menina - chorou abraçado à Maraisa - ela tem de acordar

Maraisa: Ela vai acordar - sorriu de canto - não pode ser de outra forma

Os dois estavam a ser o principal apoio um do outro nesse momento. O Gustavo tinha falado com a mãe, e pediu-lhe que trouxesse roupas para a bebé e coisas para ele.

O telemóvel do médico tocou, pouco depois, era a mãe a avisar que já tinha chegado. Ele estava no berçário com a filha, pediu-lhe que subisse. Quando a mulher apareceu na enorme janela do berçário, o Gustavo tinha a filha no colo. Saiu ao encontro da mãe.

Jussara: Meu Deus, filho - sorriu com lágrimas nos olhos - é tão bonita

Gustavo: Apresento-te a tua neta - sorriu com os olhos marejados - não foi o momento que pensamos mas, esta é a Júlia

Jussara: Como é que ela está? - perguntou enquanto fazia carinhos na menina

Gustavo: Está saudável, felizmente - sorriu de canto

O médico, deixou a filha no berço e saiu. Foi com a mãe até ao café do hospital. A Maraisa tinha ido a casa e voltaria no dia seguinte, com a Marília. O Gustavo, contou à mãe, tudo o que o colega lhe tinha dito, e o delegado Huff.

Jussara: Pobre Maiara - suspirou - não imagino o sofrimento, a dor...

Gustavo: Se eu apanhasse a Laura, eu juro que a desfazia com as minhas mãos - suspirou e limpou algumas lágrimas - aquilo que ela lhe fez foi tortura, mãe

Jussara: É desumano. Achas que ela vai acordar?

Gustavo: Eu espero que sim, eu e a Júlia precisamos dela - suspirou - é um quadro difícil

Jussara: Ela vai voltar para vocês filho - abraçou-o - teve hipótese de ver a menina?

O Gustavo negou com a cabeça, e tinha um nó na garganta. Ficaram ali mais um pouco, mas depois a mulher voltou a casa. O Gustavo ia ficar ali. Esteve mais um pouco com a filha, teve oportunidade de cuidar dela, de lhe dar mamadeira, e de a embalar.

Gustavo: Eu volto amanhã, princesa - falou para a menina - prometo - deu-lhe beijinhos - amo-te muito, filha

Depois disso, deitou-a no berço, aconchegou-lhe as cobertas, e saiu do berçário. Quando ia a entrar no elevador, ouviu o seu nome.

João: Gustavo, precisamos de falar - falou enquanto se aproximava - é sobre a Maiara...

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