Os dois amigos, seguiram com o delegado até um hospital relativamente próximo, mas não era aquele em que o Gustavo trabalhava.
D. Huff: Esperem aqui, já venho ter convosco - falou e foi em direção do balcão
Maraisa: Que merda, porque é que ele não nos diz nada? - bufou
Gustavo: Sinto um aperto tão grande no peito - falou baixo
Eles ficaram abraçados durante alguns minutos. O apoio um do outro, estava a ser o que os ajudava a suportar tudo o que estava a acontecer com a Maiara.
D. Huff: Venham comigo - falou na frente deles
Os dois, seguiram atrás do delegado, que continuava sem lhes dar muitas pistas, ou informações. Entraram em um elevador e ele apertou um dos botões. Quando as portas abriram, perceberam que estavam na ala da maternidade e pediatria. Ficaram nervosos. O delegado, levou-os até um berçário, onde estavam vários bebés.
D. Huff: Doutor, apresento-lhe a sua filha - sorriu para o homem
Na frente deles, estava uma bebé, pequenina, com os cabelos escuros, que dormia serenamente. O médico caiu num choro, no momento em que olhou para a filha, tremia pelos nervos, mas tinha um sorriso tímido nos lábios.
O médico, debruçou-se sobre o pequeno berço, e sentia a Maraisa ao lado dele.
Gustavo: Olá, meu amor - limpou as lágrimas e falou para a filha - que bom, saber que estás connosco, bem vinda, minha filha - deu um beijinho na cara da menina - como é que ela está?
X: Olá, colega - falou enquanto se aproximava - o meu nome é João, lamento que nos estejamos a conhecer nestas condições - cumprimentou os dois - a bebé está bem, é uma lutadora - sorriu - apesar de tudo, ela está ótima e saudável
Gustavo: Que bom - chorou de alívio - posso pegar-lhe?
O médico concordou e o Gustavo pegou na filha. Inicialmente a menina chorou.
Gustavo: Olá, princesa - falou baixo para ela - que bom conhecer-te - a menina parou de chorar
Maraisa: Já te conhece - sorriu ao lado dele, com os olhos cheios de lágrimas
Gustavo: É a tia Maraisa - sorriu para a menina e depois para a morena
A mulher, fez um carinho na cara da menina. O Gustavo ficou a embalar a filha.
Gustavo: E a Maiara? - perguntou preocupado
O delegado e o médico trocaram um olhar.
João: Com a mãe, o cenário é diferente - suspirou
Gustavo: Não me escondam nada
João: Venham comigo à minha sala - pediu calmamente
Os quatro, saíram pelos corredores até à sala do médico. O Gustavo e a Maraisa, olhavam para algumas portas abertas, na esperança de verem a Maiara em alguma delas, mas sem sucesso.
Depois de entrarem e se sentarem, o médico falou.
João: A Maiara teve um parto forçado - suspirou - primeiro, tentaram provocá-la com um medicamento, mas como a bebé ainda não estava posicionada para nascer, isso não aconteceu e, felizmente, no meio de tudo, tomaram a boa decisão de tentar uma cesariana
Maraisa: Porquê uma boa decisão? - perguntou confusa
Gustavo: Suponho que a bebé estivesse em sofrimento - falou baixo e com os olhos marejados
João: Exato - concordou - se tivessem esperado mais alguns minutos, ela não tinha sobrevivido
Maraisa: Aquela... - ia falar alto, mas acalmou-se a tempo e lembrou-se onde estava
João: Bom, não há uma forma fácil de dizer isto, e lamento muito - falou com compaixão - ela perdeu muito sangue, tivemos de fazer várias transfusões e, quando ela chegou cá, vinha sem sinais vitais
O Gustavo e a Maraisa caíram os dois no choro.
Gustavo: Ela... - falou entre lágrimas e respirou fundo - ela está viva?
João: Está, mas está em coma. Não sabemos quando, ela vai acordar
Depois de algum tempo, e depois de o médico da Maiara os colocar a par de tudo, os dois saíram da sala do médico. O Gustavo saiu apressado na direção da rua, com o delegado e a Maraisa no seu encalço.
Gustavo: Filha da mãe - chorou em desespero e deu pontapés em um muro - como é que alguém é tão cruel? Como? Ela torturou-as...
Ele estava enraivecido e totalmente fora de si.
D. Huff: Doutor, eu sei que não é uma situação fácil, mas a sua namorada e a sua filha precisam de si
Maraisa: Tens a Júlia, lá em cima - abraçou o amigo - e a Mai também precisa de ti. Acalma-te, por favor
Os dois choravam.
Gustavo: É tão bonita, a Júlia - deu um sorriso
Maraisa: Pois é - sorriu para o amigo em meio de lágrimas - e precisa do pai. Além disso, a nossa Maiara também precisa de ti
Os dois apoiaram-se durante bastante tempo. O choro deles acalmou algum tempo depois. Eles ainda não podiam estar com a Maiara, ela estava nos cuidados intensivos e sem visitas. De qualquer maneira, puderam subir e vê-la através de um vidro. A ruiva, estava em uma cama, rodeada de fios e máquinas, totalmente adormecida.
Gustavo: A minha menina - chorou abraçado à Maraisa - ela tem de acordar
Maraisa: Ela vai acordar - sorriu de canto - não pode ser de outra forma
Os dois estavam a ser o principal apoio um do outro nesse momento. O Gustavo tinha falado com a mãe, e pediu-lhe que trouxesse roupas para a bebé e coisas para ele.
O telemóvel do médico tocou, pouco depois, era a mãe a avisar que já tinha chegado. Ele estava no berçário com a filha, pediu-lhe que subisse. Quando a mulher apareceu na enorme janela do berçário, o Gustavo tinha a filha no colo. Saiu ao encontro da mãe.
Jussara: Meu Deus, filho - sorriu com lágrimas nos olhos - é tão bonita
Gustavo: Apresento-te a tua neta - sorriu com os olhos marejados - não foi o momento que pensamos mas, esta é a Júlia
Jussara: Como é que ela está? - perguntou enquanto fazia carinhos na menina
Gustavo: Está saudável, felizmente - sorriu de canto
O médico, deixou a filha no berço e saiu. Foi com a mãe até ao café do hospital. A Maraisa tinha ido a casa e voltaria no dia seguinte, com a Marília. O Gustavo, contou à mãe, tudo o que o colega lhe tinha dito, e o delegado Huff.
Jussara: Pobre Maiara - suspirou - não imagino o sofrimento, a dor...
Gustavo: Se eu apanhasse a Laura, eu juro que a desfazia com as minhas mãos - suspirou e limpou algumas lágrimas - aquilo que ela lhe fez foi tortura, mãe
Jussara: É desumano. Achas que ela vai acordar?
Gustavo: Eu espero que sim, eu e a Júlia precisamos dela - suspirou - é um quadro difícil
Jussara: Ela vai voltar para vocês filho - abraçou-o - teve hipótese de ver a menina?
O Gustavo negou com a cabeça, e tinha um nó na garganta. Ficaram ali mais um pouco, mas depois a mulher voltou a casa. O Gustavo ia ficar ali. Esteve mais um pouco com a filha, teve oportunidade de cuidar dela, de lhe dar mamadeira, e de a embalar.
Gustavo: Eu volto amanhã, princesa - falou para a menina - prometo - deu-lhe beijinhos - amo-te muito, filha
Depois disso, deitou-a no berço, aconchegou-lhe as cobertas, e saiu do berçário. Quando ia a entrar no elevador, ouviu o seu nome.
João: Gustavo, precisamos de falar - falou enquanto se aproximava - é sobre a Maiara...
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Mix de sentimentos por aí também? 🥺
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Contramão
FanficMaiara, uma engenheira cheia de gavetas desarrumadas na sua mente, encontra em Gustavo o ombro amigo que lhe fazia falta, para voltar a sorrir depois da sua vida ter sido virada do avesso. Além de uma bela amizade, haverá espaço para algo mais? Fiq...