48. Rotina

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Mais alguns dias se passaram, a Maiara estava, neste momento, com uma gravidez de 4 meses e meio. Ela estava em coma há 1 mês e meio. A rotina do Gustavo, mantinha-se a mesma. Quando não estava a trabalhar, no seu piso, descia até à ala onde a Maiara estava internada.

Era um sábado, a meio da tarde e quase no final do seu turno. O plantão estava tranquilo, e o Gustavo decidiu descer para ver como estava a namorada. Ele fazia isso muitas vezes, ficava com ela uns minutos, falava no ouvido da mulher e depois saia. Era uma forma de lhe mostrar que estava sempre com ela. Desceu calmamente, cumprimentou alguns colegas de trabalho que encontrou pelo corredor, e seguiu. Quando chegou à entrada do corredor, viu uma agitação fora do normal, na porta do quarto da Maiara. Correu até lá.

Henrique: Calma - parou-o a meio do caminho - tem calma, não vais entrar ali assim

Gustavo: O que aconteceu Henrique? A Maiara, o nosso filho? - tentou sair dos braços do amigo

Henrique: Se não te acalmares, vais obrigar-me a expulsar-te daqui - falou sério

Gustavo: Eu quero ver a Maiara, o que aconteceu, Henrique? - falou brusco

Henrique: Respira - segurou-o pelos ombros e olhou nos olhos dele - a Maiara acordou, meu irmão - abriu o sorriso

Gustavo: O quê? - abriu um sorriso e começaram a cair lágrimas - e não me disseste nada?

Henrique: Não soubemos há muito tempo. Estamos a fazer-lhe alguns exames, há muita coisa para avaliar. Eu ia ligar-te agora

Gustavo: Já a viste?

Henrique: Já, acabei de estar com ela. Sai do quarto para te ligar - sorriu - ela está muito confusa ainda, não percebeu ainda bem o que aconteceu

Gustavo: Não acredito que ela acordou - sorriu e encostou-se à parede com lagrimas a jorrar dos olhos - eu sabia que ela ia voltar

Henrique: Mano, vamos levá-la para vários exames agora, não vais conseguir estar com ela. Volta no fim do plantão - sorriu - eu vou-te dando novidades

Gustavo: Eu vou esperar que ela saia - sorriu - só para a ver acordada

Nesse momento, o bíper dele apitou.

Gustavo: Merda, vou ter de ir - abraçou o Henrique - diz-lhe que estiveste comigo, e que estou carregado de saudades dela. Eu assim que sair do plantão, desço logo

Henrique: Combinado - abraçou o amigo

O Gustavo, saiu a correr em direção ao seu piso, onde uma emergência o esperava.

Pelo caminho, ligou à Maraisa.

Chamada On

Maraisa: Não devias estar a trabalhar? - brincou

Gustavo: Mara, ela acordou, a Mai acordou - falou sorridente

Maraisa: Aí, e como é que ela está?

Gustavo: Ainda não a consegui ver, ela está a fazer exames e eu tenho uma emergência agora, mas assim que sair vou para lá. O Henrique está com ela

Maraisa: Saiu-me um peso de cima - dava para notar as lágrimas - vai-me dando novidades, por favor

Gustavo: Prometo, Mara

Chamada Off

O médico, trabalhou o mais concentrado possível mas, sempre que possível, o pensamento dele fugia para a namorada. O Henrique não lhe disse mais nada, então ele acreditava que ela ainda estivesse em exames. A situação dela era muito delicada, então, havia muita coisa a avaliar agora. As sequelas podiam ser muitas e graves.

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