Capítulo sete

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No fim, Nico ficou tempo demais conversando com a "amiga" dele, me irritava ouvi-lo rir para a tal Arya enquanto eu estava sozinha na rocha com a água do mar fria demais nos meus pés.

Eu não entendia bem porque estava tão incomodada, só simplesmente estava e por isso decidi que eu voltaria para casa, eu não iria ficar ali vendo o meu marido de mentira flertar com a amante dele.

Passei por Nico e subi o barranco, não demorou muito e ele estava atrás de mim, o ignorei completamente.

Eu não entendia a razão da minha frustração, Nico não tinha relevância na minha vida, mas mesmo assim, eu não me agradava em ver ele todo saidinho com a Arya. Eu ainda amava o Sandro e sofria com a sua ausência. Todos os dias eu pensava nele e nos bons momentos que vivemos juntos, mesmo após descobrir que ele amava a Luna, uma parte de mim tentava me enganar acreditando que em algum momento ele me amou.

E era nisso que eu me apegava, nesses momentos.

— O que foi? — Nico segurou no meu braço e virou-me para ele. — Por que saiu da rocha?

Afastei sua mão de mim.

— Está escurecendo e eu acho melhor voltar para a mansão. — Respondi sem humor.

Ele piscou.

— Está tudo bem?

Bufei.

— É pela ligação da Arya? — Nico perguntou.

Uma risada escapou dos meus lábios.

— Você por acaso está tentando me deixar com ciúmes? — O questionei.

Ele ergueu as sobrancelhas e um sorriso idiota cresceu nos seus lábios.

— Se por acaso eu estivesse, consegui?

Revirei os olhos.

— Claro que não, seu idiota. — Falei. — Meu coração ainda pertence ao Sandro, nem se você aparecesse aos beijos com essa Arya, isso me afetaria.

Nico cruzou os braços.

— Você ainda gosta daquele homenzinho feio? — Ele perguntou com uma careta. — Cruzes, Anna, que péssimo gosto.

Foi a minha vez de cruzar os braços e sem dúvidas quem estivesse vendo acharia que éramos duas crianças teimosas e irritantes.

— Para a sua informação, o Sandro era muito mais bonito e decente, ao contrário de você. — Soltei.

Nico me olhou sem reação, então uma risada escapou dos seus lábios e logo ele estava curvado dando gargalhadas que faziam lágrimas descerem pela sua bochecha, ergui as minhas sobrancelhas e olhei irritada para Nico.

— Ai ai, trapaceirazinha. — Ele falou secando a bochecha. — Além de maluca, você também tem problema de visão.

Ofeguei, completamente chocada com a sua resposta. Como aquele canalha ousava me insultar assim?

Quando vi já estava levando a mão para bater na sua cara, mas Nico levantou o braço para proteger seu rosto e minhas unhas arranharam sua mão. Ele gemeu de dor e olhou para a mão que estava sangrando.

— Sua diaba. — Nico sibilou. — Você me unhou? — Ele me olhou em completo choque.

Um sorriso malicioso surgiu nos meus lábios.

— Isso é para o caso de você ter dúvidas se essa gata sabe dar unhadas. — Cuspi as palavras.

Virei-me e subi o barranco com uma rapidez impressionante, Nico ainda estava atrás de mim, mas ele resmungava algo em voz baixa. Assim que entrei na casa, Paolo apareceu, seus olhos passearam por mim e encontraram Nico reclamando pelo arranhão que havia recebido.

A Traidora da 'Ndrangheta - Os Mafiosos, 4Onde histórias criam vida. Descubra agora