Capítulo vinte e oito

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O sol já estava se pondo, visto que depois da nossa manhã de luxúria no carro, nós acabamos pegando no sono e acordamos quando já era tarde. Nico insistiu para irmos dar um último mergulho na cachoeira, o que eu não imaginava era que aquele era apenas um plano para me seduzir ali e transarmos na grama.

A parte irônica era que não havia sido ruim, na verdade, havia sido maravilhoso, eu só deveria estar com algumas folhas no cabelo, mas valia a pena.

Assim que avistei a mansão ao longe, vi um carro parado na entrada.

— Quem é? — Perguntei curiosa a Nico, que suspirou cansado.

— Paolo. — Ele murmurou.

Durante todo o trajeto, Nico havia dirigido com uma das suas mãos nos meus cabelos, aquele era um benefício de se ter um carro de câmbio automático.

Saímos do carro abraçados e Nico tirou uma folha do meu cabelo no exato momento em que Paolo apareceu.

— Onde vocês estavam? — Ele olhou irritado para nós dois. — Pensei que algum animal tivesse comido vocês, mas pelo visto outra coisa aconteceu.

Nico revirou os olhos.

— Estávamos curtindo a cachoeira. — Ele murmurou. — Novidades?

— Sim.

Olhei para os dois.

— Bom, vou subir para tomar um banho e comer algo. — Falei.

Contudo, antes que eu me afastasse, Nico me puxou pela cintura e me beijou carinhosamente, assim que ele permitiu que eu me afastasse, caminhei meio tonta em direção as escadas, notei que os dois foram para o escritório, mas assim que pisei no primeiro degrau percebi que Nico havia levado minhas coisas com ele, por isso fui até lá, mas um nome me fez parar perto da porta entreaberta.

— A Lianna quer vir aqui e ver a irmã. — Paolo falou exasperado. — Ela está no meu pé querendo ver a Anna.

Engoli em seco.

Lianna era a minha irmã? Mas como? Por quê?

Nico sabia disso e nunca havia me dito nada? Ele havia escondido aquela informação de mim?

Segurei a maçaneta com força pronta para abri-la, mas algo me impediu.

— E pelo visto você está de novo com o plano de fazer a Anna se apaixonar por você. — Paolo bufou. — Eu já disse ser perigoso.

— Por que está dizendo isso? — Nico perguntou de volta.

— Bom, aquele beijo exibicionista foi um forte indício, mas seu pai me telefonou, disse que você está contra a família, contra a sua mãe por causa dela. — Paolo resmungou. — Isso só pode ser parte de um plano, você jamais ficaria contra a sua mãe por causa dela, você até mesmo disse que jamais conseguiria se deitar com a Anna devido ao seu ódio por ela.

Eu nem percebi que as lágrimas haviam rolado pela minha bochecha, foi só quando elas me cegaram que notei estar chorando, aquilo era humilhante demais.

Era tudo um plano?

Abri a porta e Nico olhou para mim, seus olhos estavam assustados, percebi que Paolo estava da mesma forma.

— Você... — Engasguei com as lágrimas e sequei a minha bochecha com tanta raiva, eu poderia trucidar alguém. — Você disse ter se apaixonado por mim, era mentira? Era só um plano?

— Anna, eu posso explicar...

— Você tinha mesmo um plano de fazer eu me apaixonar por você?

Nico não precisou responder, eu percebi pelo seu olhar que era verdade.

A Traidora da 'Ndrangheta - Os Mafiosos, 4Onde histórias criam vida. Descubra agora