Capítulo seis

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NICO

Assim que eu me sentei no meu escritório e joguei as minhas pernas em cima da mesa, Paolo me ligou.

Ele havia ido embora para sua casa na cidade vizinha.

— Vou seguir o seu plano. — Falei assim que atendi a ligação. — Vou brincar com o coração da Anna.

Antes de receber o áudio do meu pai, antes de tudo aquilo, eu realmente estava sendo gentil com Anna. Me doeu vê-la toda frágil acreditando que eu ia violentá-la, naquele momento deixei meu lado humano falar mais alto, imaginei quantas vezes aquilo não teria ocorrido com ela, mas quando Anna foi para o banheiro, me toquei do que eu estava fazendo.

Eu a odiava, odiava o que ela havia feito e iria me vingar, iria partir o seu coração igual aquela mulher fez com o meu quando matou minha irmã e fez a minha mãe passar novamente pela dor do luto. Uma dor que ela carregava há tantos anos e diminuiu quando descobriu a existência da minha meia-irmã.

— Certo. — Paolo deu uma risada. — Mudou de ideia por quê?

Suspirei.

— Ela precisa pagar pelos erros dela. — Murmurei —, mas o que você queria comigo? — Falei enquanto usava a faquinha de abrir correspondências para limpar minhas unhas, que sequer estavam sujas, eram apenas uma mania tola.

Notei meu amigo exalar o ar, franzi a testa.

— O Lorenzo exige uma videoconferência com você. — Ele falou. — E eu marquei uma para daqui três minutos.

Ajeitei-me na cadeira.

— O quê? — Praticamente gritei — Por quê?

Paolo suspirou.

— Talvez seja para dar às duas escolhas a você. — Ele falou. — Essa é a chance para contar sobre casamento.

Passei o polegar pelo meu queixo, de fato, aquela reunião com Lorenzo seria muito propícia para o momento.

Eu e Paolo havíamos decidido que se fosse para eu me casar com Anna, teria que ser o mais depressa possível, visto que a qualquer momento Lorenzo poderia aparecer para me colocar contra a parede e exigir que ou eu entregasse Anna, ou abrisse mão do cargo de chefe.

— Certo. — Murmurei. — Só isso?

— Não, o capo de Los Angeles e do clã Leone quer preparar um jantar para você e sua esposa. — Paolo começou a rir baixinho. — Aposto que isso é coisa da Arya.

Gemi baixinho.

— Certo, para que dia? — Perguntei. — Na verdade, diga que quero realizar um jantar em comemoração ao meu matrimônio, assim eu não corro o risco de Lorenzo me encontrar, não quero ter que me mudar de condado de novo.

Há aproximadamente dois meses, precisei me mudar de Humboldt o mais depressa possível, meus soldados me informaram que Lorenzo estava na cidadezinha, por isso fomos para mais perto do litoral e comprei uma casa ali, felizmente havia um porão na mansão, Anna foi dopada e a levei desacordada no banco de trás do meu carro, se ela percebeu a mudança no porão, nunca comentou.

— Bom, eu preciso desligar. — Falei assim que o notebook começou a apitar com a notificação de Lorenzo. — Depois ligo de volta.

Paolo murmurou um sim e finalizamos a chamada, apertei enter no teclado do notebook e um sorriso de orelha a orelha surgiu no meu rosto. Lorenzo estava mais relaxado desde a minha visita ao seu escritório, uma visitinha que me custou um soco no maxilar, que a esposa dele foi a responsável por dar em mim.

Eu gostava da Lianna, achava ela intrigante para uma jovem da máfia.

— Que bela surpresa. — Falei com um sorrisinho. — Você continua radiante, o casamento fez bem para você.

A Traidora da 'Ndrangheta - Os Mafiosos, 4Onde histórias criam vida. Descubra agora