Capítulo vinte e um

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Após passar creme no meu corpo e deitar na cama, resolvi pensar no dia.

Meu primeiro dia de terapia havia sido bom, mas, ao mesmo tempo, estranho.

Era a primeira vez que eu conversava com alguém que realmente prestava atenção no que eu dizia e não ficava pensando em soluções para os meus problemas.

Contei tudo sobre a minha vida, cada trauma, cada dor.

Eu acreditava que iria ficar acanhada e com receio de falar, mas com as perguntas certas, a doutora Miller conseguiu arrancar tudo de mim. Até mesmo coisas que eu não sabia, como o fato de que eu sentia falta não do Sandro, mas sim do amor que eu havia criado na minha cabeça para superar uma necessidade de carinho e de cuidado que eu nunca havia tido, nem pela minha mãe e nem pelo meu marido.

Ironicamente, Nico me fornecia aquilo sem eu sequer criar na minha mente.

Todos os sentimentos que eu fantasiava com Sandro eram bem reais com Nico e isso me assustou durante a sessão, mas a doutora foi tranquila e muito gentil.

Após alguns minutos rolando na cama tentando dormir, eu simplesmente desisti.

Eu sabia bem o que eu queria e o que deveria fazer.

Depois de todo aquele dia exaustivo, depois da provocação de Nico no carro, dos beijos na noite passada, eu simplesmente não conseguia dormir, eu me sentia acesa e necessitava de algo.

Felizmente Nico não dormia comigo, se não seria impossível fazer isso.

Ou não.

Dei uma risadinha com esse pensamento malicioso.

Felizmente a culpa que eu sentia ao me tocar pensando no Nico e não no Sandro estava começando a diminuir. A psicóloga me fez entender que não desejamos apenas uma pessoa em toda a nossa vida, podemos passar por esse sentimento várias e várias vezes e eu não estava traindo ninguém.

Era algo normal do ser humano.

Agora eu estava casada com outro homem, alguém que eu desejava e não deveria me privar de uma vida conjugal satisfatória por culpa, eu não estava fazendo nada de errado, apenas sendo um ser humano.

Relaxei o meu corpo, inspirei o ar profundamente e fechei meus olhos. Imediatamente o rosto de Nico surgiu na minha mente, então logo aquele rosto se transformou num sorriso malicioso e suas mãos me tocaram pecaminosamente.

Deslizei as minhas mãos pelo meu corpo lentamente, imaginando ser a mão de Nico.

Puxei o tecido da camisola e deixei apenas a parte rendada cobrindo meus seios. Quando toquei no meu mamilo, que já estava entumescido só de pensar na massagem que Nico havia feito neles, imaginei que fosse o seu polegar roçando lentamente o mamilo rijo, como ele fizera na noite da massagem.

Engoli em seco e mordi meu lábio inferior, a fricção do tecido contra meu mamilo era deliciosa, encolhi meus dedos dos pés ao passo que sentia algo crescer entre as minhas pernas. Não demorou muito para a minha garganta ficar seca e eu ficar imersa no meu prazer.

O problema foi que não notei quando a porta foi aberta, só percebi quando ouvi alguém suspirando.

Abri meus olhos e vi Nico parado na porta, sem saber se entrava ou se saía, seus olhos estavam presos no meu mamilo coberto pelo tecido rendado.

— Meu Deus! — Ele sussurrou apertando a porta com força. — Vim aqui te dar um recado e encontro você desse jeito. — Olhei assustada para Nico. — Você quer me matar, não é?

Neguei com a cabeça.

Tirei a mão do meu mamilo, eu estava me sentindo pega em flagrante ao fazer algo errado.

A Traidora da 'Ndrangheta - Os Mafiosos, 4Onde histórias criam vida. Descubra agora