Quando chegamos no local marcado, não havia sinal de que alguém havia passado por ali, estava completamente abandonado.
— Vamos entrar. — Francesco falou saindo do carro e indo em direção às escadas da casa na árvore.
Nico suspirou e foi atrás do pai.
Desci do carro e caminhei pela grama alta, que faziam cócegas nas minhas pernas, eu ainda estava vestida com o robe, eu não iria simplesmente pedir para eles me esperarem trocar de roupa, era uma situação que exigia rapidez.
Caminhei em silêncio durante um tempo e ouvi um barulho de choro, segui na direção dos barulhos e encontrei uma mulher com muitas linhas de expressões no rosto. O seu corpo magro estava coberto por uma camisola de algodão que iam até os calcanhares, os cabelos negros caiam pelos ombros e ela abraçava um urso de pelúcia rosa.
Aproximei-me dela calmamente.
A mulher me olhou, confusa.
— Onde eu estou? — Ela choramingou. — Estou tão perdida, minha filha.
Ajoelhei-me do seu lado.
— Você está no seu enorme jardim. — Falei com um sorriso. — O seu marido está procurando por você e o seu filho também.
A mulher me olhou em silêncio, seus olhos eram tão negros que pareciam dois enormes botões.
— Enrico voltou? — Ela perguntou num sussurro.
Engoli em seco e neguei.
— Domenico. — Murmurei. — Domenico voltou.
A mulher assentiu, devagar.
— Não me lembro de vir para cá. — Ela apertou o ursinho rosa. — E nem de segurar esse urso.
Franzi a testa.
Será que ela tinha apenas depressão ou alguma outra doença a assombrava?
Eu sabia que só havia uma maneira de fazer a mãe de Nico me acompanhar, eu precisava conquistar a confiança dela, eu era uma estranha e isso deveria assustá-la. E não podíamos esquecer que ela não se lembrava de ter ido parar ali, o que tornava tudo pior.
Pensei em como conseguir acalmá-la.
— A noite hoje está maravilhosa, não acha? — A mulher assentiu. — Talvez tenha sido isso.
Sentei-me do seu lado.
Ela suspirou.
— É bem provável, eu sempre gostei das estrelas. — A mãe de Nico murmurou. — Francesco me deu um telescópio no meu aniversário, todo mundo me achava estranha por gostar do universo, menos o meu Francis, ele sempre me apoiou. — Sorri, eles pareciam mesmo se amar.
Olhei para o céu estrelado.
— Eu sempre gostei das estrelas também. — Falei baixinho. — Sempre senti uma paz ao observá-las.
Seus olhos escuros brilharam.
— Exatamente, elas possuem uma oscilação tão tranquilizadora. — Ela respondeu com um suspiro. — Eu me sinto mais em paz olhando para cima do que para as coisas que acontecem ao meu redor.
Abri um sorriso triste, a mãe de Nico parecia mais relaxada e um sorriso cansado brincava no seu rosto, seus dedos tamborilavam no nariz do ursinho.
— Quem é você? — Ela me perguntou, ainda olhando para o céu.
Mordi meu lábio inferior.
— Sou a esposa de Domenico. — Respondi baixinho.
A mulher olhou para mim, pensativa.
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A Traidora da 'Ndrangheta - Os Mafiosos, 4
Romance[QUARTO LIVRO DA SÉRIE: OS MAFIOSOS] Traidora, psicopata, trapaceira, maluca e assassina. Esses eram só alguns dos adjetivos que deram a Anna, a traidora da família Marchetti, a culpada por matar seu pai, seu marido e a falecida e íntegra esposa de...