Capítulo treze

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Quando acordei no outro dia, estava me sentindo confusa.

Eu não sabia como lidar com Nico, dessa vez eu não podia me esconder atrás da mentira do fingimento, o que senti fora real.

E foi causado por aquele ser irritante.

Assim que saí do quarto, pude observar o quanto o dia estava lindo e o quanto eu queria tomar banho de mar.

Eu só não podia ir sozinha, tinha em mente que Nico ainda temia que eu fugisse.

Encontrei com o patife comendo torradinhas.

— Bom dia. — Ele me saudou com um sorriso meio tímido.

— Bom dia. — Sentei-me do seu lado e coloquei café na xícara. — O dia está lindo. — murmurei.

Nico assentiu.

— Está mesmo, é por isso que amo a Califórnia. — Ele falou com um suspiro.

Uma risada escapou dos meus lábios.

— O dia está bom para aproveitar o mar. — Murmurei. — E...

— Você quer tomar banho? — Ele perguntou.

Assenti.

— Bom, eu não tenho nada para fazer agora, então posso acompanhá-la.

Um sorriso sincero cresceu nos meus lábios.

— Obrigada. — Falei assim que me levantei. — Por ontem e por hoje.

Nico engoliu em seco e nos seus olhos brilhou o desejo provocado por nossa massagem na noite anterior.

Eu estava completamente surpresa com as palavras que saíram dos meus lábios, eu não planejava agradecê-lo pela massagem, mas sim esquecer aquele momento.

Nico, contudo, apenas assentiu e murmurou:

— Disponha.

Virei-me e subi as escadas me repreendendo silenciosamente por agradecer a ele, eu não queria que aquele homem me tocasse mais, meu coração era do Sandro e pertenceria a ele.

Sempre.

* * *

No fim, quem agiu como se quisesse esquecer a noite anterior havia sido Nico, ele não falou sobre nada que remetesse a um herdeiro ou massagens. Na verdade, Nico sequer ficava tão próximo de mim, ou me tocava.

Aparentemente ele havia se arrependido da massagem.

Tentei ignorar a decepção no meu coração e focar na água do mar no meu corpo e da brisa no meu rosto. Eu estava sentindo tanta falta daquilo, daquele sentimento bom que o mar trazia para o meu coração.

— Você realmente gosta do mar. — Nico falou.

O observei sentado numa pedra, os cabelos negros e molhados, estavam brilhando contra a luz do sol. Seus olhos verdes estavam cobertos por um óculos de sol e os músculos do seu braço estavam flexionados por Nico se apoiar neles.

Por mais que me doesse admitir, Nico era muito mais bonito que Sandro, e aquele fato era o que mais me incomodava. Desde os meus catorze anos ninguém ocupava o lugar de Sandro, como homem mais bonito na minha cabeça.

E agora ali estava Nico, roubando algo que não deveria lhe pertencer.

— Eu daria toda a minha fortuna para saber o que você está pensando. — Nico falou com um sorriso e pulou na água de novo, chapinhando até próximo de mim.

Ergui as sobrancelhas com sua afirmação.

— Daria até mesmo a sua vida pelos meus pensamentos? — O questionei com um sorriso.

A Traidora da 'Ndrangheta - Os Mafiosos, 4Onde histórias criam vida. Descubra agora