Capítulo vinte e cinco

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A curta viagem de carro pela ilha até a casa dos pais de Nico foi silenciosa, no som do carro saía uma música da Taylor Swift, e Nico tamborilava os dedos no volante do carro no ritmo da música.

— Você gosta dela? — Perguntei, curiosa.

Nico deu um sorriso e assentiu devagar.

— Gosto de algumas músicas. — Ele murmurou, envergonhado. — Ela escreve bem.

Meu sorriso se alargou.

— Concordo. — Falei, voltando minha atenção para a paisagem. — Eu também gosto dela.

Nico deu uma risada.

— Aposto que você ouvia muito bad blood antes de matar as pessoas que você matou. — Ele murmurou com um ar brincalhão.

Revirei os olhos e dei um cutucão no seu braço, arrancando uma risada de Nico, então seus olhos desceram para o meu corpo, um arrepio percorreu a minha espinha com o magnetismo do seu olhar.

— Você tirou o grampo. — Ele afirmou em voz baixa.

Assenti.

— Eu já havia entendido o propósito dele, não vi motivos para continuar com aquilo. — Respondi.

Nico ergueu as sobrancelhas.

— Qual outro instrumento você gostaria de testar o seu propósito? — Um brilho malicioso surgiu nos seus olhos verdes.

Mordi o lábio, pensativa.

— Acredito que... — Abri um sorriso malicioso. — O chicote, e eu gostaria de testá-lo em você.

Nico assentiu devagar e seus olhos ficaram pequenos ao passo que seu sorriso se alargava.

— Sorte a sua que gosto de apanhar. — Ele murmurou.

Baguncei seu cabelo.

— É. — respondi. — Sorte a minha.

E seguimos todo o trajeto em silêncio, mas com um sorriso bobo no rosto.

* * *

Assim que chegamos na mansão da família de Nico, fomos recebidos pelo seu pai, que me olhou em silêncio, era nítido o seu desgosto de me ter na sua casa.

— E a minha mãe? — Nico perguntou.

— Bom, a Sílvia não quis sair da cama hoje. — Francesco suspirou —, mas pelo menos se lembra das coisas.

Engoli em seco.

Será que ela havia se lembrado de mim?

— Aconselho manter a sua mulher longe dela. — Ele murmurou. — Sua mãe está mal pela Luna e Enrico, se elas se virem pode acontecer um incidente ruim entre as duas.

Nico assentiu.

Concordei com uma dor no coração, eu não queria o seu ódio, como eu poderia fazê-los gostar de mim?

— Vamos ao meu escritório. — Francesco falou.

O observei caminhar pelo corredor e nós o seguimos.

Só concordei em ir à casa deles, porque pensei que poderia fazer companhia para a mãe de Nico. Eu não fazia ideia de que teria que ficar sentada num sofá que pinicava minhas pernas durante horas ouvindo eles conversarem sobre os lucros das empresas deles ao redor dos Estados Unidos.

Eu queria poder ser útil.

— Estou impressionado com os cálculos. — Francesco falou com um sorriso. — Você contratou um contador? Conheço bem você, meu filho, sei que é péssimo com números.

A Traidora da 'Ndrangheta - Os Mafiosos, 4Onde histórias criam vida. Descubra agora