Capítulo vinte e seis

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Assim que Nico simplesmente parou o carro no meio do mato, olhei confusa e um pouco assustada para ele.

— Ok, você decidiu que vai me matar? — Perguntei.

Nico bufou e saiu do carro, ele deu a volta e abriu a minha porta, eu ainda estava receosa de sair, já que eu não fazia ideia de onde estávamos e quais eram os planos de Nico.

— Vamos, minha querida. — Ele estendeu a mão para mim, respirei fundo e a segurei.

Caminhamos por uma trilha e logo o barulho da água batendo nas pedras surgiu nos meus ouvidos, olhei surpresa para Nico. Eu não pensei que ele fosse me levar naquele lugar depois da briga com o pai, mas ali estávamos nós.

Assim que paramos de frente a bela e enorme cachoeira, todas as palavras sumiram da minha mente. O frescor da água batia no meu rosto, algumas gotículas molhavam os meus cabelos. Uma piscina cristalina se encontrava debaixo da enorme cascata de água que vinha de cima, havia duas enormes pedras ali, uma do lado da outra e no meio o enorme chuveiro natural. A vegetação naquela parte era verdinha e o ambiente era muito gostoso.

— Gostou? — Nico perguntou, claramente ansioso com a minha resposta.

Assenti.

— Amei. — Olhei para Nico, que sorria para mim.

— É mesmo?

— Sim, é uma beleza surreal, acredito que essa é a coisa mais linda que eu já vi em toda a minha vida.

Nico deu um sorriso e colocou as mãos no bolso da calça.

— Bom, eu discordo, já vi coisas mais lindas. — Ele respondeu baixinho.

Ergui a sobrancelha.

— Duvido. — Falei, cruzando os braços. — Cite pelo menos uma coisa.

Nico se aproximou de mim e tocou tão suavemente na minha bochecha que acreditei ser de vidro.

— Você. — Ele sussurrou.

Engoli em seco e tentei ignorar o poder daquelas palavras sobre mim, tentei ignorar como meu coração saltou dentro do meu peito, de uma forma que nunca havia sequer saltado com Sandro.

Olhei envergonhada para a água.

— E claro, eu mesmo. — Nico se afastou, constrangido com o que havia acabado de falar.

O observei desabotoar a camisa e se despir, ficando apenas de cueca.

Engoli em seco, completamente hipnotizada com o seu corpo.

— Você vem?

Sua pergunta tirou-me do meu transe e olhei apreensiva para as minhas roupas.

— Eu não trouxe roupa de banho. — Falei com um suspiro triste.

Nico apertou de leve o meu queixo.

— Pois fique de roupa íntima. — Ele falou enquanto caminhava até a margem da cachoeira. — Ou fique nua.

Revirei os olhos e o observei correr até o meio da piscina natural e mergulhar, logo ele apareceu mais a frente, próximo das pedras, e sorriu para mim.

Suspirei e comecei a desabotoar a minha camisa branca, depois deslizei minha bermuda pela coxa e fiquei apenas com roupas íntimas, era nítido o quanto Nico estava paralisado ao me ver praticamente nua.

Uma parte de mim, gostava de vê-lo daquele jeito por minha causa, eu adoraria observar a cara de Arya quando ela o visse olhando daquela maneira para mim, mas a outra parte, a parte tão maltratada, tinha medo de ser apenas uma vingança estúpida.

A Traidora da 'Ndrangheta - Os Mafiosos, 4Onde histórias criam vida. Descubra agora