A caça e o caçador

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Desculpem o atraso gente, mas aqui estamos com o capítulo!

Apenas uma coisa que eu tinha planejado não sai neste capítulo, mas vai aparecer no próximo...

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A noite, quando ela está apenas começando, promete fortes emoções, em especial quando a pessoa nunca viveu esse tipo de sensação: dançar, beber, ficar a madrugada toda se divertindo e só perceber que o dia amanheceu ao sair da boate. Depois, comer aquele sanduíche na lanchonete que funciona 24 horas e conversar sobre o que aconteceu com os amigos num clima de ressaca gostosa; e o resto do dia se resumir em relaxar e olhar as fotos e vídeos que foram resultados daquela noite.

Aquele era o objetivo de Jéssica e Pietro para que Francisca tivesse experiências únicas, mesmo que comezinhas para uma pessoa adulta – e a boate selecionada por eles foi a melhor escolha. Era um local não muito grande, mas tinha dois espaços: um maior, onde ficava a pista de dança e perto do bar; outro mais acima, perto dos banheiros para saída de emergência, não funcionava como uma sala VIP, e sim como um lugar mais alto onde as pessoas que gostavam de ver e ser vistas costumavam dançar.

O público era bem variado, tanto em gênero, cor, idade, orientação sexual, torcida de futebol... A escolha foi estratégica:

- A gente preferiu não te mandar para um local na vibe música brasileira alternativa, porque aqui toca tudo. Você vai gostar mais deste tipo de diversão. - explicou Pietro, que conhecia as festas que aconteciam no Rio Vermelho.

Estava bem à vontade com calça de couro preto, camisa de gola redonda também na cor preta e um par de tênis converse de cano longo.

Jéssica também optou por um look mais simples: o body preto com strass na parte da frente e gola bufante; short jeans curto desfiado e tênis branco. Os cabelos estavam soltos e alisados e ela colocou como principal acessório um longo colar com pingente de crucifixo.

- Vocês não acham que tem muita gente aqui? Consigo ouvir da fila que tá fazendo o maior barulho! Como é que a gente vai conversar?

- Fran, ninguém tá aqui para conversar! Só se o papo for ao pé do ouvido e pedindo por mais. A gente tá aqui pra dançar!

Francisca arregalou os olhos, espantada. Usava o vestido floral de alças finas que comprara junto com Jéssica, e o sapato escolhido foi um par de botas ¾ marrom, que ela sentiu ser mais confortável.

Assim que o trio entrou na boate e pagou o valor do ingresso, eles começaram a se aclimatar no local, que não estava totalmente cheio. Jéssica e Pietro eram pura empolgação, e já se moviam ao som da música que tocava; já Francisca encontrava-se curiosa, os olhos brilhando diante de tantas coisas que ela conseguia enxergar e não iria processar tão cedo. Apenas internalizava as reações: as pessoas dançando; as mulheres e os homens bastante estilosos, e ela notou que algumas mulheres estavam com saltos altos ("como elas vão dançar com esse salto?"), bem como o ambiente – as paredes meio rústicas, notas musicais e imagens de artistas famosos em neon, além da luz em tons de rosa e azul que davam tonalidades distintas à pista de dança. Ela percebeu ainda a saída de emergência perto do elevado onde pessoas já estavam ali para dançar, e ficava ao lado do banheiro.

Era muita gente misturada: Francisca entendeu que deveria estar sempre ao lado de Jéssica e Pietro para não se perder.

As músicas foram passando, e uma delas fez a comerciante e o garçom se empolgarem: "Bam Bam", de Camila Cabello e Ed Sheeran, que começou a animar o público mais jovem que estava na boate. A batida latina com forte percussão e levada no violão empolgou Jéssica e Pietro, que começaram a dançar. Francisca, parada no meio da pista, apenas observava, não tinha costume de dançar – na verdade, nem sabia por onde começar. Um pouco tensa, a única coisa que conseguia fazer era bater a mão na coxa como se tentasse acompanhar o ritmo da música.

O Leão e a OvelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora