Luta de reis

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Sei que estou atrasadíssima com este também, mas as poucos vou ajeitando os horário  de publicação, prometo!

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Era madrugada no centro da cidade, quando um grupo de homens se aproximava com suas motos, e outros em carros pretos com as películas cobrindo o vidro, para não enxergarem o que – ou quem – estava lá dentro.

O objetivo dos grupos era invadir a delegacia e buscar a pessoa que eles queriam, levando-a para longe dali. A situação era um risco ,já que existia a possibilidade de eles serem revelados e presos.

No entanto, o chefe deles não se importava com possíveis efeitos colaterais. Para ele, o que interessava era tirar o comparsa da delegacia... E se livrar do problema depois.

Os veículos cercaram as entradas e saídas da delegacia, tanto as motos no pé da ladeira do Politeama, quanto os carros na região dos Barris, uma parte mais de vale.

Um dos homens que trabalhava na delegacia e era envolvido com o grupo informou que haveria uma troca de turno na madrugada; sendo assim, eles conseguiriam enganar algum boêmio da vizinhança e a própria polícia. Assim que entrassem na delegacia, entrariam atirando.

Esse mesmo membro do grupo deu algumas dicas sobre por onde entrar, como enganar determinadas câmeras, e aproveitar os espaços vazios.

Os mercenários não sabiam que a figura em questão passara informações também à polícia sobre a ação dos bandidos.

Foi a partir das indicações dessa pessoa que o grupo saiu, os motoqueiros no entorno, dois grupos separados pelos passeios da via; e os homens que se encontravam no carro desceram do veículo se colocando perto do estacionamento da delegacia. Ninguém entraria, ninguém sairia.

Um deles, de arma em punho, não se importou se seria visto – apesar do bar estar fechado àquela hora e as casas em seu sono profundo. Entrou no local a passos largos na delegacia, dando ordens:

- Acabou o milho, acabou a pipoca! - Um deles atirou na direção do recepcionista, que foi protegido pelo vidro à porta de balas que o separava de quem estava do outro lado.

O barulho chamou a atenção de todos na delegacia, incluindo Alisson, que estava na sala dele, além de outros policiais no entorno. Não foram pegos de surpresa, porém: todos se encontravam com suas pistolas engatilhadas; e o delegado estava com o smartphone na mão, o dedo tocando suavemente no botão de enviar.

Os sons dos passos, urgentes, embalados por tiros e portas chutadas, foram respondidos por outros tiros, diretamente na cabeça. A ordem era atirar para matar, e foi cumprida. Os invasores não conseguiam avançar pelo corredor e seguir até a ala das celas, onde estavam os presos. Pelo contrário: quanto mais eles caminhavam, mais eram impedidos de prosseguir graças aos tiros.

Quanto mais entravam soldados, mais o montante ficava na recepção.

A troca de tiros foi ouvida pela vizinhança, que oscilava entre filmar tudo no celular ou ligar para a polícia, o que era estranho, já que a polícia estava sendo atacada. Porém, os homens de preto que estavam no pé da ladeira do Politeama foram surpreendidos por vários camburões da polícia militar. Eles atiraram na direção dos pneus, e os PMs responderam com tiros de fuzil na cabeça.

Os homens que estavam nos Barris se aproximaram para ajudar os motoqueiros, mas foram cercados por camburões que seguiam pela contramão. Correram para se esconder, tentando pular muros que davam para os prédios do entorno, mas mal chegavam a se pendurar no alto do muro pois eram alvejados com balas.

Restou ao grupo correr para dentro da delegacia, onde eram recebidos com mais tiros, fazendo o monte aumentar na antessala da delegacia.

A rendição durou alguns minutos, e com os homens que ainda sobraram presos, todos em celas diferentes – e distantes da pessoa que eles queriam buscar ali, Alisson Lobo circulou por aquele corredor, acompanhado por policiais civis e oficiais da PM. Parecia muito tranquilo, apesar do suor indicar que ele saiu correndo uma ou duas vezes em espaços pequenos.

O Leão e a OvelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora