Proteja sua coroa

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Desculpa a mega demora, gente - esta semana foi bem agitada e em breve contarei a razão. Neste momento, hora de um capítulo importante - porque aparentemente, Francisca foi sequestrada...

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Muitas pessoas podem considerar Francisca um tanto ingênua e sonhadora demais, a tal ponto de sempre cair nas mesmas armações e armadilhas. Aquela noite era diferente.

A professora sabia que estava participando de uma arapuca onde ela fazia parte do jogo, e apenas o inspetor Raposo, há algum tempo infiltrado no grupo de mercenários liderado por Benício Manfredi, era a outra metade consciente do plano.

Dentro do carro, no banco de trás, Francisca estava abaixada, aparentemente escondida atrás do banco sob a mira da arma de Raposo. De fato, ele estava armado, mas ele posicionou o revólver perto do coldre, oculto nas sombras do banco de trás. A jovem apenas ouvia o teor da conversa e a maneira grosseira e antipática a qual o policial falava com seu "colega":

- A gente deixa a garota na cela e depois mandamos as fotos pro chefe.

- Ele não vai querer a garota na casa?

- Tá maluco? O chefe tem prioridades... – Raposo resmungou, a voz praticamente um rosnado. – Ele quer as fotos pra mandar.

- Pra quem?

- Deve ser pro namorado.

- Ah, a treta da chantagem...

- Isso mesmo, man. A treta da chantagem... O primo ficou escondido esse tempo todo, só agindo na cocó. Agora vai ter de botar a cara no sol, parcero.

A forma lenta e sibilada como Raposo disse aquelas últimas palavras fez Francisca observá-lo pelo canto do olho com atenção. Ele era um ótimo ator – se não soubesse quem era de verdade, acreditaria que Raposo faz parte de um grupo criminoso e se tornou um policial corrupto.

Por isso, as palavras de Raposo – e o jeito como foram ditas – fizeram a jovem prestar atenção com mais profundidade na conversa. Para todos os efeitos, ela fora sequestrada por Benício e ele exigira algo de Leon para libertá-la. Todavia, Francisca não tinha certeza se, caso o sequestro realmente chegasse a ocorrer, seria liberta pelo primo de seu namorado.

Seus pensamentos foram interrompidos por uma mão pressionando sua cabeça e Raposo falando alto:

- Pare de choramingar, burra! – ela franziu os olhos. O que estava acontecendo?

De repente, o policial disfarçado se aproximou dela, e sussurrou:

- Fique de cabeça abaixada. - Raposo não estava para brincadeira e a jovem assentiu.

O policial apontou a arma que estava próxima ao coldre para a cabeça do colega que dirigia.

- Mas que porra tá acontecendo, maluco?

- Pare com essa merda.

- Não vou parar porra niú...

Raposo atirou na mão que conduzia o volante de tal maneira que quase pegou a região do airbag.

O rapaz gritou, enquanto Raposo voltou o cano da arma para a cabeça, dizendo:

- Ou tu faz o que eu mando ou esse vidro vai ser a última coisa que tu vai ver na vida...

O homem capitulou, para o alívio de Raposo e também de Francisca, que testemunhou apenas de ouvido toda a confusão. Rezou para que tudo fosse resolvido, já que, se Raposo cumprisse sua ameaça, o carro capotaria com todos dentro.

- Agora, ao invés de seguir sei lá pra onde, vamos pra outro lugar...

- Tu... Vai... Me levar pra... Pra onde...? – o homem chiou, ainda sentindo dor na mão.

O Leão e a OvelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora