- Chegamos ao seu convento, irmã. Sã e salva.
A jovem saiu da moto respirando profundamente, trêmula e nervosa não apenas com o deslocamento de moto. A cada quilômetro perto daquele homem, afundava-se em pecado.
- Agradeço... Por sua carona. Por seu desprendimento, se-senhor...
- Às vezes sou bonzinho.
- Deveria sê-lo sempre. A bondade nos faz pessoas melhores, mais leves.
- Impossível, irmã. - saiu rapidamente da moto e se aproximou de Imaculada, que tentou se afastar de Leon, chocando as costas na parede do convento, que se encontrava às escuras e em silêncio sepulcral.
Ele ficou a poucos centímetros da freira, e levou a mão aos próprios cabelos, observando as reações da jovem com calma. Guardaria o rosto, as expressões, a beleza daquela jovem por muito tempo. Precisava se afastar das madrugadas, mas por outra razão. Nunca por ela. Se dependesse de Leon, ele seria sua sombra.
- Leões sempre estão em busca de novas caças.
Imaculada engoliu em seco, trêmula. O coração bateu descompassado, e ela temia desmaiar ali, na frente daquele homem que a afetava tanto.
- Sabe o que leões fazem quando encontram ovelhinhas desgarradas, irmã?
- Eu... E-eu... Eles...
- Eles comem. - segurou a mão da jovem e deu um rápido beijo no dorso.
Deu as costas rapidamente e saiu em alta velocidade pela Avenida Sete, enquanto Imaculada se segurava no muro para não desfalecer.
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O Leão e a Ovelha
RomanceNas ruas do centro de Salvador, onde marginalizados, perseguidos e miseráveis não têm chance, é a voz doce e o carinho suave da irmã Imaculada o último fio de esperança no qual eles vão se agarrar. Até mesmo a polícia, representada pelo delegado Lob...
