Nas ruas do centro de Salvador, onde marginalizados, perseguidos e miseráveis não têm chance, é a voz doce e o carinho suave da irmã Imaculada o último fio de esperança no qual eles vão se agarrar.
Até mesmo a polícia, representada pelo delegado Lob...
Primeiro de maio é dia do trabalho, mas apesar de ser domingo(TRABALHADOR NÃO TEM UM DIA DE PAZ) hoje teremos MIMOS O LEÃO E A OVELHA.
O motivo é que os próximos capítulos têm conexão, por isso... Capítulos hoje e amanhã!
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Você gosta de confusão?
Eu particularmente adoro conflito, eu vivo por conflito, ou como diriam os memes estrangeiros, I live for the drama.
De fato, o drama já estava construído. Benício Manfredi deitado, tentando respirar profundamente após a sessão de tapas, socos e chutes de Leon. Imaculada visivelmente assustada mas, perceptiva que era, reparou em quem realmente era o vilão da história; ao mesmo tempo em que as outras testemunhas - o advogado Luiz Otávio e a secretária Sandra, estavam boquiabertos com tudo aquilo.
- Pare com isso, Leon, você já perdeu completamente a noção da realidade com esse comportamento!
- A sua defesa a Benito Manfredi me encanta, Luiz Otávio. Você acabou de ver o seu querido protegido sendo um bosta, um racista miserável, e ainda o defende!
- Não é assim que as coisas se resolvem-
- Pra mim é. É porque não é você quem tem que aturar a cara de pau e nariz em pé desse babaca.
- Sr. Leon, apenas peço que não faça isso em meu nome. Eu não quero ser responsável por uma situação adversa... Uma tragédia...
A voz leve, quebradiça e frágil de irmã Imaculada parecia modificar a temperatura e o clima dentro da sala. Até mesmo Benício parou com seus gemidos doloridos para ouvir a jovem falar.
- Não se preocupe, eu sempre tenho uma razão para esmurrar esse inútil. Vou resolver tudo que é necessário e não será necessário dar as caras aqui, Imaculada, e ser exposta ao tipo de radiação que Benício solta.
Leon ajeitou a própria roupa, esticando a jaqueta de couro que cobria a camisa preta, e levou as mãos ao bolso da calça jeans justa ao corpo malhado. Apesar da aparência jovial, suas palavras não eram casuais na direcao de Luiz Otávio:
- Eu não confio em você, mas leve Imaculada até um ponto de táxi. Agora, se eu souber que você fez alguma coisa errada, perguntar algo que eu não gostar - porque eu vou saber - sabe o que vai acontecer com você?
- Ele não vai fazer nada de errado... - Imaculada interveio. - Confie nele, Sr. Leon.
Luiz Otávio suspirou lentamente ao perceber Leon Santiago engolindo em seco e não realizando tréplica alguma. Se ele pudesse, teria aquela jovem circulando pelo conglomerado durante dias, semanas ou até anos. Leon acalmou-se com apenas as palavras dela. Quem seria a moça, afinal de contas?
O advogado não se lembrava do rapaz com amigas mulheres. Ele só tinha ouvido falar do delegado Alisson, que Leon conhecia desde a infância e era um irmão para ele. Os Lobo eram uma família que se interessara em adotar Leon antes da aparição de Arturo; porém aquela jovem era diferente. Não parecia ser apenas uma amiga; e Luiz Otávio assustou-se com a própria suspeita.
Benício, finalmente erguendo-se, pôs as mãos na cintura como se tentasse manter a costela no corpo, foi embora, ainda se alimentado de raiva contra Leon. Contudo, havia outra coisa em sua cabeça: a moça, a jovem que ele nunca tinha visto e parecia ter transformado Leon em outra pessoa. O homem grosseiro e insensível se transformara em um gatinho manhoso, pensou ele.
"Acho que encontrei o ponto fraco do meu primo."
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