Salvador Corrompido

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17h25

No topo do Monte Serrat, Matheus olhava o horizonte da Terra Santista, sobre o local em que, agora, estava se tornando um memorial com estátuas e contos antigos sobre os Andrômedas, Oryon, Rullfrons, Klaus, Stars e Jordan Scarborough. Enquanto o local não ficava pronto, aquele era o local em que Matheus mais gostava de ficar. Quando tudo estava desabando. Quando estava prestes à cometer mais uma loucura contra um ser humano, e precisava se concentrar em uma só coisa que o acalmava. O leve pôr do sol, que cada dia mais era ofuscada pelas neblinas e horizontes cinzas, consequências de um vasto governo de Scarborough.

A Nave Invisível do Mundo Absoluto sobrevoava o local, sem Matheus ter idéia. Por trás, Luís e Douglas foram os únicos à serem transportados. Matheus sentiu uma luz clarear a área, e sabia que tinha duas pessoas à sua espera. Ele não se importou com quem era. Para ele, aquela hora poderia ser a hora da morte. A hora em que tudo chega ao fim. Mas não era quem ele esperava ser.

- Precisa de companhia, irmão? - perguntou Douglas.

Matheus ergueu a cabeça aos poucos, reconhecendo a voz. Ele olhou para trás. Luís e Douglas estavam de braços cruzados, o encarando. Agachado na ponta do local, o foragido suspirou.

- A gente precisa ter uma conversa séria. - Douglas proclamou.

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[Capítulo Dezessete]

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Matheus arrastou seu olhar de volta para o horizonte, ainda agachado. Respirou fundo.

- O que estão fazendo aqui? - perguntou, como se não fosse possível eles já terem recebido a notícia do confronto na Princesa Izabel.

Douglas riu levemente.

- Soa até ingenuidade você perguntar isso. - andou pra mais perto. - Depois do que você fez... Virou o assunto do momento por muitos lugares.

- A Inglaterra mesmo não parava de falar nisso. Só para você ter ideia do qual viral isso está. - pontuou Luís.

- É, talvez eu seja a estrela do momento. - respondeu, ainda olhando pro horizonte. - Não brilho de um jeito, brilho do outro. O importante é que eu acendi a luz que tanto pediam.

Douglas e Luís olharam um para o outro, suspirando. Para iniciar uma conversa leve e descontraída, Douglas perguntou:

- Esse aqui é seu lugar preferido?

Esperou o vento bater em seu rosto para responder. Foram tantos anos perdendo horas do seu tempo naquele monte, que Matheus já tinha ideia de como funcionava o tempo ao redor daquela área.

- Não era o ideal, mas... Acabou funcionando para mim. A vista continua sendo bonita. Fica ainda mais, quando anoitece.

Douglas assentou.

- A brisa também é muito boa. Quando está tudo escuro, e houve um dia de muito calor... O vento refrescante da noite causa um ótimo conforto. - concluiu Matheus, respirando fundo.

Luís sorriu.

- Danilo também gostava dessas noites. Noites com ventos refrescantes. Ele dizia que quando sentia o vento bater no corpo...

- Era como receber uma recarga do universo. - concluiu Matheus, interrompendo Luís. - O vento lhe dava uma nova oportunidade de fazer algo pelo mundo. Lhe dava as forças necessárias para lidar com os problemas universais, e conseguir voltar à tempo para casa. Para abraçar seu pai, sua mãe. Suas irmãs, seu irmão... Sua mulher.

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