a festa, o urso e o buraco

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Os dias no quartel se tornaram mamão com açúcar. Primeiro porque eu conseguia me envolver bem nos treinos e segundo que não era tão comum ser motivo de chacota por ser gay. E até consegui fazer amizades com alguns héteros.

Desconfio que em meio aqueles garotos existe um leve interesse sexual ou até mesmo uma brotheragem comigo. Meus músculos também estavam bem aparentes. Uma vez, me encarei em um espelho de um banheiro do quartel. Fiquei impressionado quando me vi. Eu estava mais fortes e os traços delicados que eu dizia ter   foram trocados por veias dilatadas e músculos.

- Eu não tive o que fazer quando corri para aquele lado, mano - foi o que o Ezequiel, garoto que fiz amizade ia dizendo. Estávamos conversando sobre os treinos que tivemos, que consistia basicamente em correr por lugares específicos.

Era quase raro ver o Mike sendo maltratado pelo sargento Quintamante, sua antipatia comigo era maior e substituía ódios por outros garotos com os mesmos gostos sexuais que o meu.

Os últimos treino que tivemos, todos foram noturnos mas nenhum mandaram a gente ir a floresta dormir lá eu diria que as chuvas que vinham acontecendo era um dos motivos.

Quando estávamos fazendo cinquenta flexões na chuva o sargento Quintamante gritou, debaixo do seu guarda-chuva:

- Chega!

Todos nós paramos.

- Essa noite vocês serão colocados na floresta...mas irão fazer algo diferente essa noite.

Ficamos escutando atentamente, muito ofegantes.

- Vocês irão procurar um animal perdido da floresta. Morto ou vivo.

Não sabia que havia animais na floresta. Alguns garotos pareceram levemente excitados com a informação. Paulo, ao meu lado sussurrou algo para seu amigo e eles começaram a rir, acho que falavam sobre alguma coisa com a festa.

- Os grupos serão os mesmos. E quem conseguir encontrar o animal irá ganhar um prêmio: esse prêmio consiste em três dias sem treinos, sabem que os treinos estão bem pesados ultimamente. Então, vamos aproveitar.

Houve um silêncio aonde o único barulho era a queda da água ao nosso redor.

- Agora! - ele consultou o relógio - ainda é onze e quarenta. Continuem com o treino!

Continuamos os treinos até que a hora de parar chegasse. Depois retornamos para o quartel para almoçar e descansar um pouco.

O almoço foi tranquilo e agradável. Eles serviram frango assado com vários outros tipos de comidas que nem mesmo em minha casa existia. Quando todos estávamos cheios e satisfeitos, alguns iam para sala de descanso ou aproveitavam para fazer ligações importantes para os familiares.

Duas horas depois, tivemos que arrumar nossas coisas para estar preparados para a saída a floresta de noite. Iniciaremos as oito da noite e só retornaremos às cinco da manhã.

Aqui e ali, era ouvido cochichos sobre a suposta festa que iriam fazer. Não era basicamente uma festa, não ia ter música ou coisa do tipo, mas iria ter uísque e cerveja não compreendi toda aquela excitação masculina.

Quando deu as sete da noite, saímos todos para fora. No chão, havia umas dez caixas de madeira lacradas, alguns garotos imaginaram o que poderia ser, e eu também: eram armas.

- Saldados. - começou Quintamante cheio de si - essa noite  o treinamento será muito importante para vocês. Daqui a dois dias, vocês iniciaram uma viagem para uma floresta a 20 km daqui; floresta grande e perigosa já ouvi relatos de mordidas de cobras e ataques de jacarés. Não vou falar o que vocês vão fazer lá para não estragar o plano.

GAY NO EXÉRCITO (não revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora