a agenda do Junior

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Os dias que se seguiram foram de treinos e informações importantes.

Estávamos nos organizando para a tempo de viagens. Seria a nossa primeira viagem com missão e íamos ganhar dinheiro.

As minhas visitas até Júnior se tornou bem rotineiras. Junior se sentia bem humorado quando me via, apesar de reclamar dos remédios que tinha que tomar.

- Você demorou muito - ele reclamou quando me viu chegar um noite qualquer.

- Desculpa, eu tive que me esconder no banheiro, pois vi um garoto atravessando o sala de entrada, acho que não é só eu que fico acordado as noites.

Eu e Junior conversamos sobre várias coisas. Descobrir que ele gostava de Hora de Aventura, o meu desenho favorito ( ele me viu vestido com minha camisa da Marcelina). Eu gostava de rep e poucos rock. Conhecia Avril Lavigne e curtia uma três músicas de Evanescence.

Então eu e Junior ouvimos passos apressados vindos de fora da ala hospitalar.

- Depressa, se esconde debaixo da minha cama - sussurrou Júnior.

Meu coração acelerado quase saiu pela boca. As luzes da ala foram acesas e por debaixo das outras cama vi dois pares de pernas entrando dentro do aposento.

- ...Quando eu fui ao banheiro eu vi o corpo do garoto no chão no pé da escada que leva para a sala de auditório. - ia dizendo uma voz feminina. Era a primeira voz feminina que eu ouvia alí.

- Ele está sangrando pela cabeça. Acho que bateram forte na cabeça. - era a voz do tenente.

- Ou talvez ele tenha só caído da escada.

- Quintamante não passou aos garotos que é proibido a saída noturna.

- Bom, com os treinos noturnos e as noites na floresta acredito que os garotos estejam sem sono. - disse a mulher.

Eu tinha que concordar com ela, eu estava enfrentando várias noites sem sono e o pior de tudo era que não sentia cansaço nos dias de treinos.

- Você pode fazer algo para ajudá-lo. Vamos deixar isso entre nós e os outros funcionários. Precisamos alertar aos Saldados que é proibido a saída as noites.

- Vou limpar o sangue da cabeça dele e vou dormir.

- Obrigada, Erica - disse o tenente - boa noite.

Ele se retirou da sala enquanto a mulher chamada Erica caminhava para todos os lados na ala. Aparentemente ela trabalhava na ala como médica ou coisa do tipo. Tinha quase certeza que júnior estava fingindo dormir.

Ela apagou a luz e saiu da ala. Eu me retirei debaixo da cama.

- Ela já foi - informei a ele abaixado.

- O que você acha que aconteceu? - perguntou Júnior deitado.

- Não sei, mas acho que isso é muito estranho. Bom,acho que preciso ir.

- Não! - disse Júnior quando eu virava de costas para ele.

- Se me pegarem, e se eu for pego pelo agressor que está a solta por aí?! É sério.

- Ahh... verdade, verdade. Então vai lá. Amanhã você não vai está aqui certo?

Ele estava falando da viagem. Junior não vai participar por causa de sua perna. Eu concordei.

- Pode fazer um favor imenso para mim. Pegar minha mala debaixo da minha cama e procurar uma agenda e uma caneta.

- Para entregar quando, agora?!

- Entregue para a médica Erica, ela é bem legal.

Concordei esquecendo de comentar com ele sobre a médica que eu não sabia que existia aqui. Eu passei pelas camas vazias e pela cama do garoto desacordado. Um pano sujo de sangue envolvia sua cabeça machuca.

Eu saí do ala, e por curiosidade fui até a escada que leva a sala de auditório que fumos recebido no começo. Bem no canto da escada havia filetes de sangue e...

Um celular.

Apertei o botão, estava em um gravação de vídeo já havia se passado 49 minutos. Passei a gravação e salvei.

Eu precisava assistir. Fui ao banheiro baixei minha calças e fiquei sentado no vaso.

Aparentemente o garoto fazia um vlog ou coisa do tipo. Ele gravou os corredores escuros do quartel e para meu grande horror ele gravou o mesmo homem de moleton.

Não havia dúvidas que era ele. O garoto falou.

- Certa vez eu vim aqui no banheiro para mija, achei suspeito esse cara. No começo achei que era um saldado querendo acordar cedo, mas não... E em uma noite, eu vi ele entrando na floresta e pegando um objeto, queria saber que objeto era esse...

A câmera do celular foi virando de repente para trás como se o garoto tivesse visto algo vindo algo atrás dele...

Houve uma bancada pelo celular e o garoto parou de falar instantemente. Meu coração bateu forte, foi esse momento que o garoto foi atingido.

Voltei o vídeo no momento em que a câmera gravou o que havia atrás do garoto. Pausei e vi a silhueta de um capuz, mas para meu desapontamento não mostrava o rosto.

Meu Deus o que estava acontecendo.

Guardei o celular no fundo da minha mala. Fui dormir logo em seguida, mas parece que só dormi por um segundo pois já havia amanhecido.

Havia dois garotos dormindo em suas camas. Eu não me lembrava do nome deles os outros provavelmente já havia tomado café. Me ergui com aquela inconfundível força de vontade e peguei a mala do Júnior debaixo da cama.

Abri ela , havia várias roupas bem organizadas e vários outros objetos. Havia também uma agenda e uma caneta peguei eles e fechei a mala. Enquanto me esforçava para forçar o zíper a agenda caiu da minha mão e um pedaço de foto surgiu entre as páginas da agenda.

Curioso, retirei a foto e para minha surpresa vi Júnior de roupas normais abraçado com uma garota morena e linda. Júnior estava com os olhos brilhando enquanto beijava as bochechas rosadas da garota.

Não havia dúvida de que era namorada dele. Soltei um sorriso satisfeito. Ele tinha uma namorada. Fiquei desapontado que ele não me informou sobre ela, talvez não tivemos oportunidades.

Coloquei a foto novamente na agenda e fui ao banheiro para tomar um banho e vesti as roupas necessárias para a viagem

Depois do café apressado. Eles exigiram que não levassemos nada a não ser mochilas que foram entregues a cada um de nos. Antes disso, corri na direção da ala hospitalar e bati na porta duas vezes.

- Pode entrar - ouvi alguém dizer, era a voz feminina.

Eu abri a porta e entrei.

- Oi. Vim aqui entregar isto para o Júnior. O paciente...ah agenda dele.

A mulher era bem jovem e bonita tinha no máximo uns 25 anos. Ergui a agenda e entreguei a ela.

- No momento ele está dormindo, mas pode deixar que eu vou entregar a ele.

Ela recebeu o objeto com um sorriso amigável, eu concordei. Da posição aonde eu estava não dava de ver Júnior, eu queria dizer algo para ela passar a ele, mas não me veio nada, nem mesmo um "diga a ele que eu desejei melhoras" achei que aquilo soaria gay. Eu me retirei da sala depois de agradecer.

Quando retornei ao salão de entrada, os outros soldados estavam ali. Íamos de ônibus segundo as informações que se espalhavam. Fiquei perto do Mike que me encarou.

- Aonde estava? - ele perguntou levemente curioso.

- Esqueci de pegar algo no quarto.

Mike concordou mas eu tive uma sensação de que ele não acreditou.

GAY NO EXÉRCITO (não revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora