o chute nos errados

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Ficamos conversando entre diversos assuntos. Eu e Mike juntos e os garotos no grupo deles com seus assuntos de futebol e mulher.

Então algum dos garotos decidiram que era hora de dormir. Mike ao meu lado soltou um prolongado bocejo e deitou na grama fofa. Um a um os garotos foram dormindo.

Eu observei Junio ao longe sentado como uma estátua brincando com seu esqueiro. A fogueira no centro estava pequena, mas as chamas estavam grandes e saltitantes.

Ficou alguns outros garotos conversando, e eu resolvi deitar. Esperar o sono vim. Fiquei olhando a grama alta e expeça, enquanto ouvia se os garotos dormiam.

Não demorou até os únicos barulhos fossem de roncos e da fogueira estralando.

Eu continuei pensando no que Mike me informou. Será que eu devia mesmo agradecer Júnior, depois disso eu meio que me acho no direito de agradecer, era quase como se fosse minha obrigação. Ok. Tudo bem, se eu tinha que agradecer eu vou fazer isso.

Eu me ergui e júnior percebeu o meu movimento, no começo acho que ele achou que eu ia sair, mas eu me aproximei dele.

- Sai daqui - foi o corte abrupto do Júnior.

- Que.. que... - me engasguei sem entender.

- Não quero falar com você. - ele disse em bom som, enquanto os garotos roncava. Ela não me olhava, observava o esqueiro com mais atenção.

Eu senti vontade de dizer algo, perguntar algo, mas as palavras não saíram. Fiquei constrangido.

- Tudo bem - eu disse respirando fundo e voltei para o meu lugar.

Eu estava queimando de vergonha. Várias coisas se passaram pela minha cabeça.

Eu odeio Mike por ter me informado aquilo, e odeio mais ainda por ter sugerido que eu devesse agradecer pelo que fez. Agora acho que era mais que sua obrigação.

Quando amanheceu, a fumaça da fogueira em cinzas estava dançando entre nós, os garotos estavam em seus sonos pesados. Eu não consegui dormir muito bem.

Quando me ergui levemente, vi Junior no seu mesmo lugar. Ele não dormiu mesmo, era como se o sono não significasse nada para ele.

Então, a gente ouvi um grito retumbante vindo de algum lugar da floresta. Automaticamente todos os garotos se ergueram sonolentos, tentando entender o que estava acontecendo. Era um grito horrível.

- Acho que estão chamando a gente de volta. - disse um garoto ao lado do Paulo.

Todos nós nos erguemos desajeitados e sonolentos. Mike me encarou pálido.

- Você não conseguiu dormir? - perguntou.

- Ah, eu dormi muito bem - menti arrumando minhas coisas, enquanto os outros garotos faziam as mesmas coisas.

- Vamos nos juntar a eles pessoal. - disse Júnior.

A gente marchou de volta para o quartel, seguimos a trilha que havíamos feito na vinda, o que não foi difícil de encontrar.

Quando chegamos nos terrenos grandiosos do quartel. Percebemos que os outros grupos já estavam ali, nós esperando. Mas algo parecia não está bem.

Havia dois saldados no chão chorando de dor engolindos.

- Seus lixos , seus vermes! - xingava Quintamante do seu jeito mais imundo.

Os garotos estavam repletos de ferimentos. Ele provavelmente fora pegos brigando, ou fazendo algo desaprovado.

- Ahh, que bom que vocês chegaram - disse Quintamante de um modo teatral - que bom que chegaram, já estava na hora de ver o que aconteceu. Aonde está a dupla de viados que eu coloquei nesse grupo!

GAY NO EXÉRCITO (não revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora