Quando amanheceu, depois do café bem forte tivemos os mesmos treinos bem mais pesados. Isso porque tivemos que carregar troncos de árvores nos ombros e caminhar pela floresta.
- Isso servirá para quando vocês precisar carregar um colega de vocês ou um ferido qualquer - disse Quintamante.
Interessante, mas eu estava gostando mesmo era dos treinos com tiros. Isso porque minha pontaria estava ótima. Mudanças depois que júnior e Júlio se tornaram cabos? Ah sim, houve sim. Júlio gritava com todos nós como se fosse o Quintamante.
- Vamos lá seus vermes se esforcem mais! - ele gritavam. E, sempre que estava perto de mim fazia uma analogia a gays - acham que são viados? Porque se são merecem morrer!
Eu respirava fundo e continuava meu treino. Acredito que esforço que faço me ajudou bastante a não revidar contra esse babaca. E para não falar de Júnior, que passou a ter uma vontade louca de mostrar para mim que estava chateado com o fim do nosso...Bom, como eu poderia chamar aquilo que a gente nunca teve?...ah, "prazer mútuo", esse serve.
Na hora do descanso de quinze minutos. Júnior e Júlio se revezavam para nos dar treinos.
- Todos vocês vão correram em volta do Quartel agora!...hum...umas vinte voltas pode servir!- gritou Júnior - não quero ninguém conversando ou perto um do outro...Ah...você!
Ele apontou para mim que já ia acompanhando o grupo.
- Fique e faça flexões. - ele disse olhando para mim - seus treinos com o cabo Júlio estão péssimos, precisa melhorar.
É sério isso? Eu abri a boca para dizer algo, quero dizer, se já enfrentei Quintamante, "Júnior o hetero top" não iria ser diferente, mas o momento que ia falar ele gritou.
- Corram, corram, vão logo!
Eu fiquei parado. E Júnior olhou para mim.
- Não vai fazer as vinte flexões saldado? - ele perguntou. Ou quer que eu bote você para brigar com o Júlio.
Idiota, estava falando coisas que eu desgostava, e Júlio era uma delas. Respirei fundo.
- Quantas flexões, senhor? - perguntei meus olhos começaram a brilhar, mas Júnior não percebeu ele estava pensando na resposta.
- Hum...vejamos...tempo suficiente para eu dizer para parar - ele disse me encarando, não havia nenhum sinal de tristeza, mas era nítido um óbvio convencimento.
Eu confirmei encarando ele. E depois me deitei no chão e comecei...1...2...3...4...
Cara...
O treino parou, todos foram para dentro almoçar, mas eu continuei. Minha barriga estava doendo muito, acredito que perdi a conta quando parei em 153.
- Não vai entrar? - perguntou Júlio para Júnior.
Ele estava me observando tranquilamente.
- Não. Pode ir. Vou ficar aqui.
Júlio saiu e deu uma olhada de desprezo para mim. Quintamante iniciou uma conversa com o Ladislau e olhou para Júnior e fez um sinal de positivo... Ele ainda me odiava por ser gay, esqueci.
Então, ficou só eu e Júnior me observando. Dos meus olhos vazaram lágrimas involuntariamente.
- Pode parar, saldado. - ele disse de repente.
Acho que parei antes do "Pode", e desabei no chão como gelo derretido.
E junior ficou no mesmo lugar, me observando. Estava até bonito se não fosse pelo profundo ódio que eu estava começando a ter dele.
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GAY NO EXÉRCITO (não revisado)
Romanceirei contar a minha experiência no exército, e como eu me relacionei com um garoto de lá, tivemos diversos momentos juntos; sexuais e violentos, mas no fim, a gente...