o garoto loiro

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Seja o que for isso, eu não estava gostando nem um pouco. Meu corpo interio estava doendo e eu queria muito ir para casa.

— O que vamos fazer agora? — perguntou Otávio, ele segurava Maxiel, que mesmo ganhando a luta com seu atacante se deu mal em alguma partes da luta.

Eu não sabia como responder a pergunta. Talvez fosse melhor ir para o lugar que Marcelo e Paulo estavam, mas e se eles não estiverem por lá. E se...os dois garotos que eu mandei foram pegos e não conseguiram chegar a tempo, ou...ainda estão encontrando o caminho, mas não tem ninguém para recebê-los. Parece que tudo estava para dar errado, eu não conseguia entender isso.

Merda. Para piorar a situação, o meu rádio ficou no chão junto com os homens, eu até pensei em buscar mas quando cheguei lá nem os homens estavam e nem o meu rádio. Era óbvio que não estaria. Agora só não sei o motivo para eles quererem algo que não vão precisar. Talvez para cortar a minha comunicação?

O que importa é que temos armas e temos que ficar juntos.

— Temos, armas vamos andar juntos. Vocês enquanto estavam por aqui, tiveram encontros com outros garotos do nosso quartel?

— Várias vezes, mas sempre nos ignoravamos por causa da missão. — Disse Otávio.

— Certo, a partir de agora não vamos ignorar ninguém. Vamos tentar o máximo juntar os garotos para nos ajudar. E em seguida vamos voltar para o ponto de encontro. Eu não mando nesses treinos, mas eu vou mandar agora: acabou neste exato  momento. Agora o nosso único foca será sair daqui em segurança.

Bom, e encontrar os outros garotos.

Os garotos não falaram nada, provavelmente porque eles concordavam, mas eles não sabiam o real motivo de eu ter dito isso, por causa daquele idiota que disse que tudo isso não passava de uma grande mentira. Agora quero saber quem é que está mentindo.

E o que me irrita ainda mais em tudo isso é o desaparecimento do Junior, para onde ele foi afinal, droga?

Então vimos quatro garotos caminhando tranquilamente na nossa direção.

— Ei vocês! — eu e os meninos chamamos eles.

Os garotos ficaram confusos ao nos verem ali, um deles de um jeito preparado apontou a arma achando que fossemos algo.
Nós nos aproximamos.

— O que está acontecendo? — perguntou um dos quatro, ele era grande e forte, e apesar de estar com a cabeça pelada dava para ver que era loiro. O jeito que ele falou me fez achar que ele era uma espécie de líder ou sei lá daquele grupo de quatro.

Então, eu e os garotos tivemos que explicar tudo.

— Isso é uma piada, não é mesmo? — disse um dos quatro, não era o loiro, este era moreno e tinha uma cicatriz acima de uma das sobrancelhas. — sem chance de isso ser verdade.

— Cara, este é nosso auxiliar da ala hospitalar, você acha mesmo que ele pode estar mentindo.

— Mas o senhor Junior, nos disse que podemos ser testados por qualquer um que a gente não esperaria — lembrou um terceiro garoto dos quatro, ele era esguio e tinha o rosto suado e parecia meio vermelho.

É sério que o Junior disse isso. Ah, e os garotos falando dele me fez pensar o que ele poderia está fazendo agora, será que está na barraca ou me procurando? Junior, cadê você.

— Olha, escutem aqui seus idiotas se não querem acreditar em nós o problema é de vocês, beleza. — disse um dos garotos que estavam comigo. Acho que era o Otávio.

O garoto loiro encarou seus olhos claros para mim. Ele era surreal de lindo, mas eu não me importava com isso.

— Senhor...

— Me chama apenas de Guilherme — eu disse quando o loiro tentou me chamar.

— Ok, Guilherme. Isso é sério mesmo?

— Nós aqui tínhamos sido atacados por três homens, mas conseguimos nos soltar. Eu, particularmente não acredito que seja um teste, até mesmo eu fui atacado. Se isso fosse um teste eu não deveria esta aqui.

E de repente uma coisa me incomodou. E se for realmente um teste. E se isso não passa de treinamentos envolvendo a confiança dos garotos. Quero dizer, o Junior desaparece misteriosamente. Um dos avaliadores me disseram que isso era uma invenção dos garotos e que eu precisava voltar para aquilo que eles pediram. Será que eles me queriam por perto para ajudar o ferido baleado e eu acabei ignorando isso. E se...

O garoto morto que os meninos falaram foi este garoto baleado?

E se, aqueles dois garotos que eu encontrei no começo estavam fazendo apenas o que eles lhe pediram e eu não atendi o pedido deles por pura teimosia. Espero que não seja isso, por mais que eu também não quero que seja algo pior do que eu já vivi em uma mata. Espero não estragar tudo.

— Olha eu realmente não sei o que pensar — eu disse.

Maxiel e Otávio olharam confusos para mim, eles ainda discutiam com os garotos que discordavam da situação.

— Um dos garotos me disse que esses homens mataram um dos nossos — eu disse. — se foi apenas um mentira ou se eles estão me usando apenas para ver reação de vocês acho que fizeram errado em não me contar. E se eles não me contaram então eu imagino que não seja isso. Vocês estão aqui para ser avaliado dentro de uma floresta. E não.

De repente eu me lembrei do que o Junior me disse antes de pisamos aqui, estávamos no barraca. Eles precisavam ficar vivos e encontrar um lugar para ficar.

— Eu não atendi o chamado de um dos avaliadores porque os dois garotos que me contaram isso estavam bem machucados. Eu realmente quero acreditar que isso é verdade, mas não quero acreditar que estou estranhando o treino de vocês.

— Aí, relaxa, Guilherme — disse Otávio — acho que você só está nós ajudando.

— E então, vamos continuar com esse show mesmo? — disse o garoto moreno chamado Erlano.

— Aí cara vai se fuder, dá ligado, vai tomar no olho do cu, seu arrombado! — exclamou Otávio, ele partiu para cima dele.

Automaticamente a gente começou a segurar os garotos.

— Eu só estou aqui para fazer o que tenha o que fazer, e não acreditar no que vocês têm que falar. Aqui é questão de sobrevivência.

— Então se fode se quiser, babaca! Ninguém está obrigando a acreditar! — retrucou Otávio.

Os dois outros garotos que seguravam Erlano, estavam do lado dele. E tinha o garoto loiro.

— Aí galera, vamos fazer o seguinte, eu vou com eles e vocês continuam a encontrar um local para passarmos a noite hoje. Se não nos encontrarmos vocês podem passar a noite sem mim.— disse o garoto loiro, seu tom de voz dizia claramente que ele queria muito acreditar no que estávamos falando.

— Mas como o gente vai se encontrar? — disse um dos garotos.

— Não, eu faço algo. Ou durmo sozinho. Eu dormo na barraca. — ele disse. Então ele olhou ao redor e com a faca fez um risco na árvore com o seu nome — a gente se encontra aqui quando escurecer.

— Mas você é minha dupla mano!

— Ah, Foda-se a dupla! — respondeu o loiro.  —  a gente se ver.

Então os três garotos que não acreditaram na gente, passaram por nós sem nos olhar.

—E então, qual é o plano? — disse o loiro.

GAY NO EXÉRCITO (não revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora