pelados no riacho

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Por incrível que pareça ainda estava meio escuro quando acordamos. Eu e o Junior levantamos meio desengonçados pela barraca que parecia encolher mais e mais com a gente. Eu e Junior saímos pelados observando a mata ao redor.

Estava fazendo um frio assustador, meus dedos estavam começando a ficar dormentes.

Junior me estendeu algo com a mão. Confuso e meio sonolento eu peguei no objeto pegajoso que era na verdade a camisinha com esperma dele.

— Meu pau está cheirando só a morango.  — reclamou Junior.

Morango? Eu disse morango em algum momento do nosso sexo. Ah, claro...

Naquele momento eu ouvi barulho de mijo. Junior estava mijando peladão no mesmo lugar que parou ao sair da barraca. Fiquei observando ele, nossa parecia tão livre e tão confortável daquele jeito. Tenho que admitir que a floresta tira todo o nosso estresse. Acho que era disso que eu precisava.

Me aproximei dele e o garrei pelas costas. Ouvi sua risada.

— Temos que vim para florestas mais vezes — disse Junior, aparentemente ele pensava o mesmo que eu pensei.

— Parece ser legal, com tanto que eu esteja com você — respondi em seu ouvido, ou tentei já que ele era alguns metros mais alto.

Quando ele terminou de mijar virou para me beijar. Foi um beijo lento e gostoso.

— Acho que é melhor a gente trocar de roupas ou então vão ver a gente pelado assim — ele disse.

— Verdade.

Trocar de roupa juntos na barraca era uma péssima ideia, mas queríamos ficar juntos, já que fora da barraca estava muito frio.

Quando o dia finalmente chegou, e o céu estava azul tínhamos que nos virar para caçar comida.

Paulo e Marcelo retornaram da festa e disseram que iam dormir, os dois ainda pareciam meio bêbados, e as coisas que diziam só confirmavam isso.

— Junior, você pode ficar com o Guilherme, sabe — disse Marcelo que aparentemente já estava sabendo — eu não me importo.

Ele abraçou o Junior de uma forma tão engraçada que eu realmente achei que eles iam cair no chão. Paulo veio na minha direção cambaleante.

— Você é um cara legal Guilherme — ele disse me abraçando falando com bafo de cachaça na minha direção, tentei aguentar o máximo e entender — eu deixo você ficar com o Junior por isso, tá ligado?

Ah, então agora eu tenho que ter permissão do senhor Paulo para namorar o Junior, eu realmente mereço.

— Sou tão legal que você me insulta — eu respondo, não é só porque ele estava bêbado que eu tinha que aguentar suas palhaçadas de uma forma pacífica.

— Não,  mas você sabe como...como nossa amizade se desenvolveu desde o começo. Nós ainda estamos aqui, eu ...você...— ele parecia com um pouco de dificuldade em pensar nas outras pessoas — enfim, você entendeu. O que eu realmente quero dizer é que somos amigos. E não importa se você gosta de homens ou se o Junior também, a gente vai pra cama com vocês, tá ligado?

Não entendi muito bem a última parte, mas eu deixei para lá.

"Eu falei para o Marcelo sobre essa situação e ele compreendeu muito bem, tá ligado. Eu e o Marcelo a gente entende vocês e tal...só não somos como vocês, mas a gente entende"

— Quando você falou para o Marcelo? — eu perguntei, ignorando totalmente o fato de que ele estava bêbado.

Não sei dizer,  mas Paulo e Marcelo eram tão legais bêbados que eu acho que vou dar bebidas alcoólicas para eles para termos esse papo.

GAY NO EXÉRCITO (não revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora